UMA BONECA
CAPÍTULO
SEIS
Daniela foi conduzida à sala de
parto e o bebê veio ao mundo antes da hora. Mateus não pode presenciar o parto,
pois o médico pediu que aguardasse na sala de espera. A situação era delicada e
ele poderia ficar nervoso e comprometer, ainda mais, aquele momento difícil.
Ele compreendeu, estava tremendo de ansiedade, seria melhor esperar lá fora.
Andou pelos corredores do hospital e
foi parar em frente à lanchonete, tomou um copo de água, depois sentou-se em um
banco. Em dado momento, ficou olhando para o céu, precisava de ajuda. Fez uma
oração, estava perdido em pensamentos controversos, queria fugir dali. No
entanto, voltou para a sala de espera, não tinha sossego.
Havia mais pessoas naquele local; um
senhor perguntou o que ele estava aguardando. Foi bom, ele se distraiu contando
o que estava acontecendo e ouvindo a história do outro. Estavam solidários com
o sofrimento de cada um, afinal, ninguém escapa de problemas, apenas deveriam
aprender a contornar a ansiedade e aumentar a fé em Deus. Os dois concordaram
com isso.
Depois de algum tempo, recebeu a
notícia do nascimento da filha. A enfermeira que trouxe a novidade, o conduziu
até a sala de recuperação, onde estava Daniela. A moça parecia dormir, ainda
estava sob o efeito da anestesia.
Mateus se aproximou e sentiu um
carinho imenso por aquela mulher, que dividia a vida com ele. Ela estava pálida
e com um cateter de oxigênio no nariz, então ele se abaixou e depositou um beijo
em seu rosto.
Nesse momento, o médico entrou e
olhando para o rapaz, que aparentava nervosismo disse:
- Foi um parto difícil, mas as
duas vão ficar bem.
Mateus
arregalou os olhos e perguntou do bebê:
- Onde está a minha filha?
– Ela foi levada para a incubadora,
precisa de cuidados especiais, pois nasceu prematura e com baixo peso. Concluiu
o médico.
- Posso vê-la? O rapaz perguntou,
estava ansioso.
– Sim, a enfermeira vai conduzi-lo
até a Unidade de Terapia Intensiva, lá está sua filha.
O novo papai olhava pelo vidro,
não poderia chegar perto, era um bebê muito pequeno e estava envolto em
aparelhos. A menina parecia uma boneca cor de rosa e pesava, somente, um quilo
e duzentos gramas. Foi a enfermeira que informou ao pai.
O rapaz sentiu medo, não saberiam como cuidar
de uma criança tão pequena. Saiu dali e foi até a Capela, precisava rezar, nada
mais poderia fazer. Ficou lá durante um bom tempo e depois voltou à sala de
espera. Teria que aguardar Daniela ser transferida para o quarto, então ficaria
mais tranquilo.
Ele sabia que passariam por momentos difíceis,
mas estava desesperado, queria sair dali com as duas mulheres da sua vida. No
entanto, isso parecia impossível, sua bebê ficaria no hospital, precisava
ganhar peso e aprender a mamar. O médico obstetra foi categórico, disso
dependia a vida dela. Sendo assim, Mateus foi conversar com o pediatra,
precisava de respostas para dar à Daniela.
- A sua
liberação levará algumas semanas ou até meses, precisa de cuidados intensivos e
oxigênio ou não resistirá. Falou o médico da UTI.
Em seguida, ele entrou no quarto, onde sua
esposa estava. Ela sorriu e perguntou da filha. Ele respondeu dizendo:
- É uma boneca pequenina. Mas, ficará bem,
disse o doutor.
- Meu
amor, eu quero colocar o nome de Vitória em nossa filha, pois poderíamos ter
ficado sem ela. Foi Deus que a salvou. E, duas lágrimas rolaram do rosto da
jovem mãe.
Mateus, então completou:
- Vitória
Cristina, filha de um casal de cristãos tementes a Deus.
Um texto
de Eva Ibrahim Sousa