DOMINGO
DE MANHÃ
CAPÍTULO UM
O domingo amanheceu lindo, um Sol
brilhante e um cheiro de terra molhada, que tomava conta do ar umidificado pela
chuva. Durante a noite chovera torrencialmente, parecia que o mundo iria
acabar. Uma chuva de verão, que trouxera muito barulho e vento, mas logo que
amanheceu passou, e deu lugar a uma manhã esplendorosa.
Na casa de Adele, os
filhos ainda dormiam quando ela se levantou para fazer o café. E, ao abrir a
porta percebeu que havia muito trabalho a fazer. A chuva deixara muita sujeira das
árvores por toda a extensão do quintal, jardim e na rua também. O vento açoitou
as árvores e elas perderam folhas e galhos, esparramando-os por toda a parte.
A mulher coou o café e
pegando a vassoura começou a varrer o quintal. Então, o seu marido surgiu na
porta espreguiçando e dizendo que iria ao supermercado e depois ao clube de
campo; havia uma disputa de basquete entre duas equipes rivais. Rafael era um
apaixonado por aquele esporte.
Adele serviu o café ao
marido; em seguida lhe entregou uma relação de compras necessárias para o almoço
de domingo. Então, Rafael saiu e deixou a mulher envolvida com a limpeza da
área externa da casa.
Durante um bom tempo ela
limpou tudo, em seguida, adentrando a cozinha sentiu um forte calafrio; parou e
se benzeu, depois foi cuidar da casa. No entanto, ficara pensativa, não gostava
de ter pressentimentos ruins. Adele temia o desconhecido, era uma mulher
simples e medrosa; fora criada ouvindo histórias mirabolantes, que a deixavam
noites sem dormir.
Rafael chegou reclamando
da demora no atendimento dos caixas do supermercado. E, dizendo estar atrasado
para seu compromisso do domingo, pegou sua mochila e saiu apressado.
Adele não deu importância ao que ele disse, pois era a sua rotina de domingo. O
marido voltaria cansado e feliz; depois do banho almoçaria e iria se deitar
para descansar.
O almoço estava quase
pronto, a mulher estava lavando a verdura, quando alguém bateu palmas em frente
ao portão de sua casa, parecia nervoso, pois insistia veementemente. Adele
enxugou as mãos e foi verificar o que estava acontecendo e, quando abriu a
porta, sentiu novamente o calafrio percorrer seu corpo.
Ali, com expressão de
espanto, estavam três conhecidos da mulher, amigos de Rafael, que gaguejavam ao
falar. Alguma coisa de muito ruim havia acontecido e eles titubeavam em dizer. Finalmente
pediram para a mulher acompanha-los, porque seu marido estava passando mal no
clube.
Então, ela desligou o
fogão e saiu apressada atrás dos rapazes; estava com o coração nas mãos.
Um texto de Eva Ibrahim
Continua na próxima
semana.