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sábado, 7 de janeiro de 2017

"SER FORTE É CAMINHAR COM CERTEZA, MESMO CHEIO DE DÚVIDAS. É ACREDITAR QUANDO NINGUÉM MAIS ACREDITA. É ESPERAR ALGUMA COISA DE BOM, QUANDO TODOS JÁ DESISTIRAM". AUTOR DESCONHECIDO

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CAPÍTULO OITO 
          Maura estava traumatizada com tantos acontecimentos inesperados e dolorosos; sentia-se fragilizada, sem forças. E, o tempo todo se perguntava:
         - Por que eu? Esperei tanto por essas férias e agora estou contida dentro de uma tipoia, que limita os meus movimentos.

A moça começou a chorar, então sua filha entrou na sala e ligou a TV; estava passando algumas reportagens sobre pessoas com necessidades especiais. Maura prestou atenção em uma delas, que era sobre uma atleta olímpica, que sofreu um acidente e agora estava presa à uma cadeira de rodas. E, ela percebeu que Deus estava lhe puxando as orelhas. O acidente que sofrera era tão pequeno diante daquela situação vivida pela atleta, que ela pediu perdão a Deus e se arrependeu de seus sentimentos egoístas e pequenos.

Aquele dia foi um marco para ela, que deixou de se lamentar e resolveu seguir adiante. O seu braço estava ali e poderia recuperar todos os movimentos, era só ter paciência e persistência, dissera o médico que a atendera pela segunda vez. Ela não dera importância as orientações médicas, estava revoltada contra a sua situação. No entanto, agora ela entendia o que ele queria dizer.

O braço deveria ficar na tipoia, porém as mãos precisavam de movimentos constantes para não perder a função. Maura tratou de resgatar uma bolinha do seu filho no quartinho de despejo e comprou um Hand Grip para exercitar as mãos e os músculos do antebraço. A partir daquele dia, ela passava a maior parte de seu tempo fazendo os exercícios possíveis para preservar os movimentos do braço.

Determinada a voltar ao trabalho o mais rápido possível, se dedicava a restabelecer o braço. Ficava mais tempo no chuveiro massageando o membro sob a água quente e, também fazia uso da bolsa de água quente para diminuir a dor ao dormir. Passara a frequentar a Igreja, precisava falar com Deus.

Criara uma válvula de escape para sua frustração e seus medos se afugentaram. Lutaria com todas as suas forças para voltar a ser aquela mulher otimista e alegre de sempre.

No dia em que retornou ao médico e demonstrou toda sua energia e recuperação, este se espantou e disse:
- Pode tirar a tipoia, seus movimentos estão preservados e você não necessita de fisioterapia, apenas fazer uma ressonância magnética para uma avaliação das estruturas internas. E, tomar cuidado com movimentos bruscos para não sofrer novo deslocamento do membro. Meus parabéns, agora é seguir em frente, está com alta para o trabalho.

Maura saiu do consultório médico com o coração batendo tranquilo, estava feliz. Estivera no limite da dor, mas iria seguir adiante com a cabeça erguida, nunca mais iria se lamentar. Estava mais atenta aos sofrimentos dos seus semelhantes, porque ninguém merece sentir dores; agora ela sabia disso.

Um texto de Eva Ibrahim.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

"NUNCA DEIXE SEUS SONHOS MORREREM, PORQUE A VIDA SEM SONHOS É COMO UM PÁSSARO COM A ASA QUEBRADA, QUE NÃO PODE VOAR". LANGSTON HUGHES

ASA QUEBRADA

CAPÍTULO SETE 
            A volta para casa foi sofrida, cheia de angustia e dores. E, ao entrar sentiu-se ferida na alma, pois, saíra dali em perfeito estado e agora parecia um pássaro com a asa quebrada. Maura estava em uma situação que dependia de ajuda até para fechar o soutien, mas o pior ainda estava por vir. A moça chegou à sua casa na terça feira, trazia consigo o propósito de se restabelecer a tempo de voltar ao trabalho; ainda tinha dezessete dias de férias pela frente.

Seu braço estava com uma ferida aberta perto do punho, mas era superficial; raspara na estante ao cair. No entanto, na região do ombro e no músculo deltoide, que estavam inchados, havia muitos hematomas; ali a dor era intensa. A mão formigava e a carne que cobria o antebraço estava dormente até o cotovelo; o trauma fora grande.

 Maura era forte e lutadora, jamais desistiria e começou a movimentar a mão desde o primeiro dia do acidente.  Não queria demonstrar fragilidade e começou a fazer uma porção de movimentos proibidos, tais como, levantar o membro machucado.

             Na quinta feira ela estava costurando e se levantou para pegar uma caixa no maleiro do guarda-roupas e ao levantar o braço, este foi deslocado e saiu do lugar novamente. Então, o desespero tomou conta da moça, que segurava o membro sobre a cabeça e pedia desesperadamente para sua sobrinha leva-la ao Pronto Socorro. Foi do jeito que se encontrava, mal conseguia se mexer, estava novamente diante daquela dor, que quase a matara.

             - O meu calvário ainda não terminou, lamentava a moça chorosa.

             Ela foi conduzida pela sobrinha até um PS, onde um médico japonês a atendeu e disse que a redução feita anteriormente gerara mais traumas, por isso os hematomas e as dores incessantes. Demorou para o membro voltar ao seu lugar de origem, o sofrimento foi grande e a dor insuportável. Em seguida, a paciente recebeu novas orientações e a proibição de voltar ao trabalho na data prevista. Deveria permanecer em repouso com o braço na tipoia por mais quinze dias além das férias.

             Maura, então, teve consciência da gravidade de sua lesão; estava chocada com a possibilidade de seu membro sair do lugar novamente. Tremia ao pensar em passar por tudo aquilo novamente.

           Os dias passavam rapidamente, mas suas noites eram terríveis; as dores não a deixavam dormir. A sua companheira para alguns cochilos a noite, era uma bolsa de água quente, que ajudava amenizar a dor. Maura estava prisioneira dentro de casa, não podia dirigir seu automóvel e nem fazer a maioria dos trabalhos domésticos; estava desolada.
         Um texto de Eva Ibrahim.

        Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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