A PRIMEIRA IMPRESSÃO
CAPITULO UM
O tempo estava ruim, Pedro ficou com a camisa molhada, pois descera do ônibus e tomara chuva até a estação do metrô. Tinha pressa, começara seu trabalho fazia pouco tempo, ainda estava na experiência. Viera de Belo Horizonte a pedido do seu encarregado, deveria ficar ao lado do secretário geral, o tempo todo. Parecia um guarda-costas, mas era um secretário particular, que desempenhava um cargo de confiança.
Era a primeira vez que pisava em
terras paulistanas e trazia consigo muitas expectativas, queria melhorar de
vida. Era formado em contabilidade e administração, no entanto, ganhava pouco
em sua cidade. São Paulo era a terra das oportunidades, todos diziam. Seus pais
fizeram muitas recomendações, temiam a falta de segurança da metrópole. Pedro,
então, foi morar com uma prima do pai dele, assim a família ficava mais
tranquila.
A casa ficava em um bairro próximo ao centro,
mas precisava pegar um ônibus e depois o metrô para chegar ao trabalho.
Demorava em trânsito uma hora e meia, o que era razoável para uma cidade
grande.
Mesmo estando molhado, o
rapaz ia se ajeitando no veículo ferroviário, entre tantas outras pessoas com o
mesmo problema. Quando chovia, os transtornos eram grandes, a cidade ficava
travada pelas enchentes e congestionamentos, formando um verdadeiro caos.
Dentro do metrô havia muita gente se
espremendo com seus guarda-chuvas nas mãos. Em dado momento, seus olhos se
cruzaram com um par de olhos iguais a duas esmeraldas, que brilhavam como
pedras preciosas. A dona deles se postara em um canto, estava espremida entre o
banco e a lateral do veículo.
Era a moça mais linda que
ele já vira. Tinha os cabelos cacheados de uma cor castanho claro dourado. O
rapaz ficou parado olhando aquela moça, que tinha o poder de enfeitiça-lo.
Ficou encantado, mas o metrô parou e ele deveria descer ali mesmo. Lamentou,
precisava conhecer aquela moça, mas foi saindo ou perderia a hora do trabalho.
Quando já estava chegando na
empresa, olhou para trás e lá estava ela, a moça dos olhos lindos. Ele parou e
ela passou por ele, em seguida a moça entrou na mesma firma que ele. Não era
possível, ela trabalhava lá também, ficou eufórico, depois iria investigar quem
era ela. Tudo ficou mais bonito, ele parecia bobo e se perguntava:
- Que mulher é essa? Que me
deixa louco só em vê-la?
Trabalhou distraído, não
tirava a moça da cabeça, quando deu horário de almoço, saiu rapidamente e ficou
do lado de fora esperando os funcionários saírem. Logo ela apareceu em meio a
um grupo de pessoas do Recursos Humanos. A moça trabalhava lá, na parte interna
e ele teria que falar com ela.
– Como abordá-la? Ele não
conhecia ninguém, que pudesse pedir ajuda.
Pedro
nem conseguiu comer direito, de longe, não tirava os olhos da moça.
A jovem almoçou, em seguida
levantou-se e quando ia saindo, Pedro deu um jeito de esbarrar nela. Logo pediu
desculpas, era um rapaz educado.
Ela mostrou-se surpresa, mas
sorriu e fez sinal com a cabeça, que aceitava as desculpas, depois seguiu em
frente. Pedro ficou desanimado, não conseguiu tirar nenhuma palavra dela. O dia
terminou e ele a viu somente na saída, não pode se aproximar.
Foi dormir pensando nela e
planejando nova abordagem para o dia seguinte. Precisava saber o nome dela, de
onde viera, se era solteira ou casada. Com esse pensamento ele sentiu um
arrepio.
- Será que a minha musa é casada?
- Não pode ser, eu a quero para mim.
Dormiu mal aquela noite e ficou
esperando por ela no metrô. Quando a moça apareceu ele ofereceu seu banco para
ela.
Ela agradeceu e sentou-se, ele
se postou ao lado dela. Depois, naturalmente saíram do veículo juntos. Então,
ele perguntou qual era o nome dela.
Gilda Lira Pinheiro, ela disse
devagar e ele esticou a mão dizendo:
- Pedro Cunha, a seu dispor.
Com um brilho intenso no olhar,
ele não se cansava de olhar para ela.
Começava ali uma bela história de
amor.
Um texto de Eva Ibrahim Sousa