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sexta-feira, 24 de abril de 2015

"UMA NOVA SITUAÇÃO PODE SER O COMEÇO DE UMA NOVA ESTRADA. APESAR DE NEM TUDO DEPENDER DE VOCÊ, MUITAS COISAS DEPENDERÃO DE SUA ATITUDE". PAULO E LAURO RAFAEL.-- PRECISO DE ABRAÇOS APERTADOS PARA PODER SORRIR. EVA IBRAHIM


                                     ENFIM SÓS

                                    CAPÍTULO SEIS
           Fernando dormia um sono forçado, deitado de barriga para cima e roncando com a boca aberta.

- Que desilusão, pensava a recém-casada.

          Ele estava tomando uma porção de medicamentos e alguns deles induziam ao sono. No começo ele dormiria bastante, porém, quando o seu corpo se habituasse à medicação, ele ficaria bem, dissera o enfermeiro à Celina.

          A moça abriu todos os presentes e leu os cartões, depois sorriu por receber tanto carinho dos parentes e amigos. Entretanto, estava só naquela sala ouvindo o ronco do marido, que vinha do quarto. Então, duas lágrimas rolaram pelo seu rosto, indo morrer em sua boca, onde ficou um gosto salgado.

          - Salgado e azedo, igualzinho ao seu casamento, pensou Celina, limpando a boca com o dorso da mão direita.

         Ela não sabia como agir, estava muito assustada; queria estar solteira e voltar para a casa de seus pais. Naquele momento a campainha da porta tocou e ela tratou de enxugar os olhos para atender à porta. Era sua sogra, que fora ver como o filho estava, uma vez que no Hospital lhe disseram que Fernando tivera alta.

             A moça recebeu a sogra com alegria, precisava de companhia para se acalmar. A mãe de Fernando trouxera comida para o casal, que deveria estar desfrutando sua lua de mel, portanto, ela deduziu que não teriam nada em casa. O rapaz acordou e parecia estar bem, depois tomou banho e jantou com as duas mulheres.

           A sogra, mais tranquila, foi para sua casa e o novo casal se abraçou e depois de um longo beijo Fernando sussurrou no ouvido de Celina: Enfim sós. Foram para o quarto e se deitaram na cama, ambos estavam preocupados com o mesmo problema; o desempenho sexual de Fernando. Ficaram deitados se tocando e de repente o rapaz lembrou-se que estava na hora de seu remédio e levantou-se para toma-lo. 

             Um elo se partiu, a moça estava desencantada. Será que teria que conviver com o fantasma da doença e a interferência dos medicamentos em momentos íntimos do casal. Fernando voltou para a cama e Celina levantou-se indo para a cozinha. Estava chateada, não dava para ser feliz com tantos pensamentos ruins rondando sua cabeça.  

         Tomou um suco, foi ao banheiro e quando sentiu que estava mais calma, voltou ao quarto. E, para sua surpresa, seu marido já estava dormindo. A sua noite de núpcias terminara antes de começar; deitou-se ao lado do marido e chorou baixinho, até pegar no sono.

         O Sol clareou o quarto e Celina acordou disposta; queria animar o marido e recomeçar de onde haviam parado, no dia do casamento. Não deixaria mais nada, nem ninguém estragar seu sonho de amor.

             Um texto de Eva Ibrahim 

       Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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