ENCANTADO
CAPÍTULO
SEIS
O coração
de Gabriel estava aos pulos, não poderia deixar que Rosana se afastasse dali.
Ele percebera que ainda havia uma conexão entre eles e, logo tratou de sorrir
dizendo:
-Senti sua falta, precisamos
conversar; quero esclarecer algumas coisas.
-Podemos nos encontrar no antigo
barzinho, aquele da esquina, estou sempre por ali, enfatizou a moça.
Depois, Rosana saiu apressada, pois
sua mãe a estava chamando. O rapaz ficou extático, não queria que ela saísse
dali, mas, nada poderia fazer. Então, ficou esperando a sua vez para entrar no
consultório médico; estava cheio de esperanças. A partir daquele dia ele
viveria esperando o encontro com Rosana.
Quase todas as noites, Gabriel ia ao
referido bar e ficava sentado em uma mesa esperando Rosana aparecer. No entanto,
uma semana inteira se passou e a moça não apareceu. Ele já estava desanimado,
quando, na noite de sexta-feira a moça surgiu acompanhada de uma amiga. E,
quando ela viu Gabriel, acenou com a mão e se afastou para os fundos do bar.
O rapaz mal continha sua ansiedade,
seu coração disparou.
–Será que ela virá falar comigo?
Ele mantinha o olhar fixo no local onde Rosana entrara. Trinta minutos contados
no relógio e nada da moça aparecer. Gabriel pensou em ir embora, pois, estava se
sentido humilhado esperando por ela. Então, Rosana chegou perto dele sorrindo e
foi logo puxando uma cadeira para sentar-se.
O coração de Gabriel quase saiu
pela boca e a noite se iluminou, estava feliz com a presença da moça. Ele
perguntou por sua avó e ela lhe disse que a velha senhora havia sido operada e
se recuperava em sua casa. A conversa fluía artificial, havia muita mágoa entre
eles. Gabriel pensou em Deus, precisava de sua ajuda.
Ele
queria tocar no nome de Alcione, porém, temia que Rosana se levantasse e fosse
embora. Ela sorriu e lhe perguntou sobre o aparelho que ele tinha nas pernas.
Gabriel suspirou aliviado, a conversa tomara outro rumo e ele lhe contou sobre
seu tratamento.
Alguns
amigos adentraram ao recinto e vieram juntar-se ao casal, assim, a conversa
particular ficara adiada. No entanto, havia ainda, uma sintonia entre eles. E, a
noite terminou com olhares e sorrisos de cumplicidade trocados entre Rosana e
Gabriel; era visível que um gostava do outro e vice-versa.
Na
saída ela lhe estendeu o braço para que servisse de apoio e o acompanhou até a
porta do automóvel do amigo, que o trouxera. Gabriel pode sentir seu perfume
com a proximidade dela. Uma onda de felicidade invadiu seu corpo e seus
pensamentos.
-Se
morresse naquele momento, morreria feliz, pensou o rapaz, estava embevecido.
Rosana lhe deu um beijo de leve e aguardou no meio fio, o carro se
afastar. Ali estava um homem apaixonado
e cheio de encantamento.
Um
texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.