O PERNALONGA.
Era uma
cidade pequena localizada no planalto paulista; lugar onde a indústria têxtil
empregava a maioria da mão de obra da região. As indústrias de tecidos seguia a
tradição deixada pelos seus fundadores. As confecções estavam por toda parte;
havia muitas lojas de roupas de crianças. A variedade era grande e pessoas de
outras cidades vinham para comprar no atacado e revender.
O automóvel
descia a rua principal e no volante um senhor de meia idade conversava com sua
filha Laura, que estava sentada no banco do carona. Era um bom carro aquele, um Honda, corria muito e Pepe, o pai, estava contente, pois realizara seu sonho. Por isso os dois
saíram da cidade vizinha para fazer compras para a loja de roupas infantis, da outra filha, a Sonia, que fora inaugurada recentemente.
Na verdade o homem queria testar o automóvel novo; estava feliz. Pai e filha ficaram satisfeitos com as compras de roupas infantis, realmente aquela fábrica, onde compraram, vendia com preço bom e vantajoso. O pai propôs parar em uma lanchonete para comerem alguma coisa, estava com fome e Laura concordou. Pepe, olhando para os lados à procura do local ideal para estacionar, viu correndo na calçada um rapaz com uma sacola na mão. Atrás dele uma porção de gente gritando – pega-ladrão – pega-ladrão.
Na verdade o homem queria testar o automóvel novo; estava feliz. Pai e filha ficaram satisfeitos com as compras de roupas infantis, realmente aquela fábrica, onde compraram, vendia com preço bom e vantajoso. O pai propôs parar em uma lanchonete para comerem alguma coisa, estava com fome e Laura concordou. Pepe, olhando para os lados à procura do local ideal para estacionar, viu correndo na calçada um rapaz com uma sacola na mão. Atrás dele uma porção de gente gritando – pega-ladrão – pega-ladrão.
O homem tinha pernas longas e corria
rapidamente; olhava para trás e ria com jeito abobalhado. Ninguém o alcançava,
ele corria como se estivesse em uma maratona, chacoalhando a sacolinha que
levava na mão. Pepe assustado parou o automóvel para ver o que estava
acontecendo e de repente um policial armado de metralhadora abriu a porta de
trás do carro e mandou o motorista seguir o meliante. Laura gritou assustada e
seu pai disse que não poderia perseguir o rapaz, pois, aquela rua, era contra mão. Com a arma em punho o policial dizia ser autoridade e ele deveria
obedecer.
Pepe, com
olhos arregalados, mal conseguia dirigir tamanho era seu nervosismo; não queria estragar seu carro novo. Laura
olhou para o policial com a arma apontada para os transeuntes e perguntou o que
o rapaz que corria havia roubado.
-Deveria ser
alguma coisa de muito valor, quem sabe alguma joalheria? Ponderou a moça.
-O que havia
na sacola que o rapaz carregava? Perguntou Pepe, assustado.
Para surpresa
dos dois, o policial disse que o assalto fora na padaria e ele roubara alguns
pães. O motorista ficou pasmo, todo aquele movimento de pessoas e até
metralhadora para pegar um ladrão de pães?
- Por acaso
ali seria o “Velho Oeste” americano, na versão brasileira?
Naquele
momento apareceram duas viaturas para dar apoio ao policial, que felizmente
desceu do automóvel de Pepe. O Pernalonga finalmente foi rendido pela força
policial. Deitado no chão e algemado ele sorria o tempo todo; era visível que
tinha algum problema mental. Desapontado os policiais abriram a sacola e de lá
caíram três pãezinhos do tipo francês e algumas moedas. Quando a família
apareceu explicou que o dinheiro era para pagar os pães. O rapaz não era
ladrão, apenas tinha um retardo mental, mas, fazia compras normalmente.
Ele pegou os
pães e todos ficaram olhando para ele. Com certeza pensaram que ele não iria
pagar e o rapaz assustado saiu correndo, promovendo uma verdadeira caçada. Tudo
fora esclarecido e os pães foram pagos. O suposto ladrão de um metro e noventa,
seguiu para a delegacia com os policiais e familiares.
Os policiais
desconcertados pediram desculpas ao Pepe, que nada tinha a ver com a
ocorrência. O homem e sua filha trataram de ir embora daquele lugar onde o
roubo de pães era atendido com metralhadora. Por pouco seu carro novo não virou peneira; estavam na linha de fogo....,
-Ufa! Que
horror. Um texto de Eva Ibrahim.