MOSTRAR VISUALIZAÇÕES DE PÁGINAS

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

"TODA MULHER MERECE TER UM HOMEM QUE DIGA COM ORGULHO, PARA TODO MUNDO OUVIR; ELA É ÚNICA E LINDA. ELA É MINHA E SÓ MINHA". AUTOR DESCONHECIDO-- HÁ, SEMPRE, UM POUCO DE TRISTEZA EM CADA UM DE NÓS. EVA IBRAHIM

DEPRESSÃO PÓS-PARTO 
CAPÍTULO QUATRO

       Luana, apesar de estar com quatro meses de idade, era um bebê com apenas 2.800 quilogramas e tinha a saúde frágil. Não poderia tomar vento, chuva ou qualquer tipo de friagem; seu pulmão era pequeno e debilitado. Não poderia pegar outra pneumonia ou não resistiria. Dissera o médico no momento da alta.

      Celi cuidava da filha dia e noite; no entanto, nem percebera que estava ficando doente também. Muitas vezes, se esquecia de comer, outras não tomava banho e nem se importava com Samuel. A vida naquela casa estava ficando solitária; o marido saia cedo e a mulher passava o dia com a filha nos braços. Vez ou outra aparecia alguém da família e Celi dizia que estava tudo bem.

Certo dia, o vizinho levantou-se e fez o café, depois saiu para o quintal para olhar os passarinhos. Estava distraído e, enquanto degustava o líquido quente ficara encostado no canto da casa observando um canário, quando ouviu um barulho na casa da vizinha.

Olhou e o que ele viu gelou sua alma. Celi estava com a criança nos braços e ia colocar a filha dentro do tanque cheio de água; Luana iria ser afogada pela própria mãe. O rapaz, de nome Claudio, jogou a xícara e tratou de pular o muro, que separava as duas casas e rapidamente arrancou a criança das mãos da mãe. Celi deu um passo pra trás e assustada começou a chorar.

Claudio ficou parado com a criança nos braços sem saber o que fazer. De uma coisa ele tinha certeza, não poderia deixar a mãe pegar a filha. Então, ele ligou para sua namorada, que veio para ajudar e logo foi tratando de acalmar a puérpera. Claudio, então chamou a mãe de Celi. Foi uma correria, a mãe da moça pegou a menina no colo e temerosa pediu para chamarem Samuel.

O marido levou a esposa ao Pronto Socorro e aguardou a consulta médica, que depois de alguns exames, diagnosticou como sendo depressão pós-parto, que havia acometido a moça. Uma patologia, que muitas vezes é severa e pode levar a transtornos, delírios e alucinações.

No caso de Celi ela colocou a vida da filha em risco em um momento de delírio. A depressão pós-parto quando acomete a puérpera pode ser incapacitante, afetando a vida da família e pondo em perigo o bem estar da mãe e do bebê.

A família precisa ser alertada e ficar o tempo todo presente para evitar que ocorram tragédias provocadas pela psicose puerperal. A mãe de Celi, diante da situação crítica, pediu licença do serviço público e passou a cuidar da filha e da neta. Celi ficava a maior parte do tempo fechada em seu quarto; não queria ver ninguém.
Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

UM BLOG PARA POSTAR CONTOS CURTOS E EM CAPÍTULOS.