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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

"DEBAIXO DA MAQUIAGEM E POR TRÁS DO MEU SORRISO, EU SOU APENAS UMA MENINA QUE DESEJA O MUNDO." MARILYN MONROE. -- NÃO SABIA O QUE PEDIR. ENTÃO, PEDI O AMOR. EVA IBRAHIM

                             CIUMES DE VOCÊ
                               CAPÍTULO DOZE
        A semana passou depressa, havia muito trabalho a fazer. A Joelma e a Marli ficavam nos fundos, isto é, no ateliê, produzindo mais peças. Joelma pintava e Marli dava o acabamento na máquina de costura, enquanto Clara e Rose cuidavam da loja e dos fregueses. As vendas ainda eram tímidas, uma coisa aqui outra acolá, porém, ali havia muita fé e Deus para guarda-las.
Tiago teve uma ideia que poderia aumentar as vendas; “Arte e Companhia”, a loja de Clara precisava de publicidade. Ele mandaria fazer cartões com amostras das mercadorias e distribuiria por todo o comércio, oferecendo vendas no atacado com ótimos preços.
O tempo passava rápido e os fregueses foram aparecendo, quando chegou perto do Natal o faturamento aumentou muito. Na comunidade houve um aumento de trabalho e de artesãs, o que garantia um Natal farto para as famílias carentes. As amizades de Clara se multiplicavam à medida que ela se envolvia no comércio de artesanatos e presentes; uma área sempre em expansão.
Tiago procurava lugares onde houvesse coisas novas e não media esforços para ajudar seu amor. Muitas vezes ele viajava para comprar mercadorias para a loja, que ele ajudava a manter cheia de novidades. Clara precisou trazer mais uma artesã para trabalhar no ateliê; escolheu mais uma mulher de papel. Neide fora abandonada pelo marido e tinha quatro filhos para criar. O marido lhe deixou apenas o papel do cartório com o registro do casamento, nada mais.
Marcos, quase todos os dias, passava lá para ver como Clara estava e se a loja estava dando dinheiro. Com um jeito desconfiado ele não dava folga, muitas vezes ia embora sem conseguir falar com ela, pois, a loja estava cheia de fregueses. O homem era a decepção em pessoa; queria sua mulher de volta. Marcos teve o descaramento de convidá-la para um jantar com amigos e ela recusou. Clara disse que estava legalmente separada e deixara de ser apenas uma mulher de papel; estava conquistando seu espaço.
Certo dia, Tiago estava conversando com Clara, era ponto facultativo na escola e ele queria colaborar com a mulher amada. Marcos chegou de surpresa e teve certeza de que algo estava errado, os dois se olhavam de um modo especial. Havia cumplicidade entre o casal, o que deixou Marcos ainda mais nervoso.
A primeira impressão foi de que Clara o estava traindo e ele partiu furioso para cima de Tiago, que surpreso deu um passo para trás. Clara entrou na frente de Tiago, enfrentando Marcos.
 -“Que direito ele tinha de entrar ali para tirar satisfações? Ela estava separada e, portanto, livre. Ele que a deixasse em paz ou ela procuraria a justiça para dar queixa dele." Disse a mulher com firmeza.
Por um momento ele titubeou e depois disse que não permitiria que ela arrumasse outro homem, ou ele tiraria os filhos dela. Depois saiu cantando pneu. Clara começou a chorar, ele sempre se agarrava ao seu ponto fraco, os filhos.
 – “Será que nunca mais vou ter sossego?" Disse Clara entre lágrimas.
Tiago a consolou dizendo que iriam procurar o advogado que fizera sua separação e saber qual seria a melhor atitude a tomar. Marcos não poderia ameaça-la, estavam separados. Só então, Clara contou a Tiago que Marcos estava sempre vigiando sua loja.
Ao ver o progresso da mulher, o homem ficara enciumado; se arrependera de ter saído de casa. Sua mulher estava com outra pessoa e o desejo de vingança era grande.
 - “Ele iria acabar com os dois de uma vez, a mulher era sua e não deixaria ninguém por as mãos nela." Pensava Marcos enraivecido.
O homem corria sem prestar atenção no trânsito, estava distraído. Subitamente apareceu um homem a sua frente e ele tentou tirar o carro, porém, o acidente foi inevitável. Ele atropelou um idoso e bateu com o automóvel no poste, ferindo sua cabeça. Ficou ali esperando socorro; depois desfaleceu no volante.
Quando Clara chegou a sua casa, havia o recado dado à sua mãe, que Marcos estava internado no Hospital. Ela ligou para Tiago pedindo que a acompanhasse para saber o que acontecera com o pai de seus filhos. Chegando ao Hospital, Clara se encontrou com Selma, que aguardava o médico para saber do companheiro.
As duas mulheres não se falavam e havia uma tensão no ar; Clara não sabia como agir. Então, Tiago iniciou a conversa dizendo que Clara estava ali por causa dos filhos, que queriam notícias do pai. Ela estava muito bem com ele e Selma que cuidasse de Marcos que vivia procurando Clara. A moça ficou sem jeito e disse que ele andava estranho ultimamente.
Clara foi à recepção saber notícias do atropelado e ficou sabendo que o idoso sofrera uma fratura na perna, porém, estava passando bem. O caso de Marcos era mais grave, pois, batera a cabeça no para brisa do automóvel. Havia um corte fundo no couro cabeludo e com o choque perdera o sentido. Os médicos estavam fazendo uma tomografia para saber a extensão do trauma.  
           Um texto de Eva Ibrahim.

                    Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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