ME PERDER DE AMOR
CAPÍTULO
OITO
O abraço foi tão apertado que mal
podiam respirar e quando se separaram, ficaram se olhando como se estivessem
hipnotizados. Ele passou a mão na cintura dela, como que tomando posse daquele
corpo muito amado. Em seguida a puxou para um local mais reservado, queria
beijá-la e sentir seu perfume até se embriagar.
Havia um encantamento entre
eles, que os mantinha unidos de corpo e alma. Benjamim nunca sentira aquele
arrebatamento por sua esposa; sabia que ela estava lá e não se preocupava com
nada. Agora ele tinha que conquistar Eloisa e, manter vivo nela aquele
sentimento de urgência e necessidade que sentia em relação a ela.
Eles se acomodaram sobre uma
mureta, que ficava embaixo de uma marquise dentro do estádio; disputando lugar
com outros casais de namorados. O local estava muito cheio de gente e mal
conseguiam ouvir o que um dizia ao outro. Mas, o amor é universal e estava
presente nos olhos e gestos dos dois. Trocaram beijos calorosos e permaneceram
abraçados até o final da festa. Havia uma ligação forte entre eles e uma linda
promessa de amor.
Quando Benjamim olhou para o
relógio, levou um susto; era muito tarde e teria que voltar e se juntar ao seu
grupo ou eles começariam a procura-lo. Despediram-se com a promessa de novos
encontros que seriam combinados pelo celular.
Quando os seus companheiros
perceberam que ele regressara, o encheram de perguntas:
- Onde estava? Por que demorou?
Estávamos preocupados com seu sumiço. Não faça mais isso, por favor general,
disseram em coro.
Benjamim se justificou dizendo
estar com muita dor no estômago, tinha uma velha úlcera, afirmou e foi logo
dizendo que iria procurar um atendimento médico no dia seguinte. Por hora,
estivera deitado no ambulatório do estádio, tomando uma medicação para aliviar
sua dor e queimação, que o estavam atormentando.
Seus companheiros concordaram e
ficaram penalizados com sua dor, iriam acompanha-lo ao médico no dia seguinte.
Ele quase gritou que não queria ninguém com ele, mas ficou quieto; depois
resolveria o que fazer.
Benjamim não conseguia dormir,
queria aquela mulher, estava apaixonado e por nada desistiria dela. Eloisa
também gostara dele e via nele a possibilidade de uma nova vida, cheia de
mistérios e muito amor.
Já estava amanhecendo quando ele pegou no sono
e nem viu quando seus companheiros saíram. Eles foram conhecer o local onde
iriam jogar vôlei a noite e queriam passear pela vila olímpica. Deixaram um
bilhete sobre a mesa para Benjamim não se preocupar com eles. O general olhou
para o relógio, era onze horas da manhã e ele teria o dia todo livre. Tratou de
ligar para Eloisa.
- Vamos sair para passear e almoçar
em frente ao mar?
– Sim, podemos aproveitar o lindo dia
de Sol.
Combinaram o encontro no calçadão da
praia. Eloisa estava com um vestido curto, de tecido leve e florido e um grande
sorriso no rosto; estava adorando aquela aventura amorosa. O general surgiu vestido
com calça e camisa sociais
- Não tinha muitas roupas para variar,
justificou.
Então, a moça sorriu, depois o
abraçou dizendo que ele precisava de uma roupa de verão e o arrastou para o
metrô em direção ao Saara, no centro popular do Rio de Janeiro. Ele não opôs
resistência, estava muito feliz e faria qualquer coisa para fazê-la sorrir. E,
seguiram abraçados e sorridentes.
- Hoje eu quero me perder de amor, sussurrou Benjamim para Eloisa.
Um
texto de Eva Ibrahim