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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

"NÃO APRENDI DIZER ADEUS" CANTOR: LEONARDO "(...) NÃO TENHO NADA PRA DIZER, SÓ O SILÊNCIO VAI FALAR POR MIM. EU SEI GUARDAR A MINHA DOR E APESAR DE TANTO AMOR, VAI SER MELHOR ASSIM. (...)" COMPOSITOR: JOEL MARQUES

O DRAMA

CAPÍTULO NOVE
               Neiva chegou esbaforida na pensão em que, as duas, tia e sobrinha estavam hospedadas. Entrou rapidamente e correu para ver se Liana estava lá dentro. Não viu nada e parou na porta do quarto, não sabia o que fazer. Quando ia deixar o recinto, ouviu um soluço, que vinha debaixo de uma das camas. Era Liana que se escondera naquele local escuro.

              A mulher abaixou-se para ver o que estava acontecendo com sua sobrinha. A moça, assustada, não queria sair do seu esconderijo, sabia que tinha feito uma besteira. Neiva tentou acalmá-la, no entanto, ela estava com muito medo das consequências de seu ato extremo. Parecia arrependida, agira em um momento de raiva.

              Depois de muita conversa e argumentos, Liana começou a ceder. Demorou, mas ela acabou saindo debaixo da cama.

            Queria saber o que fizeram com Otávio e onde ele estava.

            A tia tentava amenizar a situação, que por si só já era grave.

           - Qual substância você jogou nele? Perguntou, olhando firmemente para a sobrinha.

            E ela respondeu chorosa, não adiantava mentir.

              - É ácido sulfúrico, que comprei em uma farmácia de manipulação.

              - Isso é loucura, como você pode fazer uma coisa dessas? Poderá ser presa por isso. Vamos ao hospital agora. E, pegando na mão da moça disse:

             - Onde está o frasco? Vamos levá-lo junto conosco.

              Neiva chamou um táxi e disse o nome do hospital, que tinham encaminhado o rapaz. Chegaram ao Pronto socorro e foram ao balcão perguntar por Otávio. A recepcionista fez um sinal ao policial, que estava de plantão e ele veio atender ao chamado, imediatamente.  

           A tia ficou branca como cera, percebeu que havia algo errado no ar.

            – Qual é o seu nome? O policial perguntou a Liana.

           A moça, assustada, gaguejou e disse:

            - Liana Pimentel. Por que?

           - Porque terá que me acompanhar até a delegacia, para esclarecimentos. Afirmou o representante da lei.

          - A moça deu um passo para trás, não poderia ser verdade aquilo tudo.

         Neiva se aproximou e abraçou a sobrinha, querendo protege-la.

           - Qual é a acusação que pesa sobre ela?

          A acusação de lesão grave, com a intenção de matar.

            -Não, gemeu Liana, eu só queria assustá-lo. Eu o amo, não quero que morra. Ele é meu noivo e me traiu, por isso eu agi assim.

          Tenho ordens para conduzi-la a delegacia, vai por bem ou devo algemá-la? Perguntou o policial sério.

             Neiva se apressou dizendo:

             - Vamos resolver isso, não precisa de algemas.

            Quando chegaram à delegacia deram de cara com Júlia, que acabara de acusar Liana do ataque sofrido por Otávio.

Enquanto isso, o rapaz gemia desesperado, apesar das medicações para sanar suas dores. O paciente aguardava a avaliação do oftalmologista, pois corria sério risco de perder a visão do lado esquerdo. Sua orelha estava arroxeada, poderia perder partes dela também.

A pele que foi atingida, queimava como fogo em sua vermelhidão. Otávio estava na Unidade de Terapia Intensiva em estado grave. Precisava de cuidados intensivos do oftalmologista e da cirurgia plástica. Júlia não se conformava com o ataque sofrido por seu amor.

Na delegacia foi lavrado o auto em flagrante, e a moça indiciada em inquérito. Teria que permanecer presa ou pagar uma fiança para responder em liberdade.

A fiança era de dois mil reais e Neiva precisava de tempo para conseguir essa quantia. Assim, Liana passaria a noite presa em uma cela da delegacia. Não teve jeito e a acusada foi levada contra a vontade da tia, que saiu na noite escura, sem saber como agir.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa.

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