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quarta-feira, 7 de agosto de 2019

"A FLOR E O BEIJA-FLOR" "(...) E DIZ QUE O FRIO É UMA FASE RUIM, QUE ELA ERA A FLOR MAIS LINDA DO JARDIM. E A ÚNICA QUE SUPORTOU, MERECE CONHECER O AMOR E TODO O SEU CALOR. AI QUE SAUDADE DE UM BEIJA-FLOR, QUE ME BEIJOU DEPOIS VOOU. PRA LONGE DEMAIS, PRA LONGE DE NÓS" (...) COMPOSITOR: MARÍLIA MENDONÇA, HENRIQUE E JULIANO

OLHOS NOS OLHOS

CAPÍTULO CINCO
             A fila de casais, do lado de fora da Pirâmide, parecia uma serpente gigante, que tinha em sua cauda pessoas alegres e felizes. Movia-se vagarosamente, pois todos os casais deveriam ter o mesmo tratamento e oportunidades. Assim, cada um recebia o destaque adequado.  Era uma fila de pessoas sorridentes, que não cansavam de se admirar, mantendo os olhos nos olhos.

           O segundo casal, de braços dados, seguiu sobre o tapete vermelho, até o lugar que fora marcado para eles. O fotógrafo oficial estava atento para registrar aquele momento, cuja foto seria oferecida a cada casal como lembrança, pela organização do evento. Estava ali, também, a equipe da televisão local filmando a cerimônia e isso era mais um motivo para as pessoas sorrirem.

            Familiares se esforçavam para gravar, com o celular, a felicidade estampada nos rostos das pessoas queridas. A elegância estava presente nas noivas e nos noivos também; eles se apresentavam bem arrumados, ao lado de suas parceiras de vida.

                As noivas tiveram seu dia de princesa, todas penteadas e maquiadas por profissionais capacitados. Parecia que estavam nas nuvens, com seus vestidos brancos esvoaçantes. Estavam felizes pelo sonho realizado e isso se refletia nos olhos e nos sorrisos.

           Viviane estava deslumbrada com tantos acontecimentos inesperados. Agarrada ao seu amor ela disse:

            - Gabriel, eu quero me casar num lugar festivo igual a este.

             O rapaz sorriu, sabia que nenhuma mulher ficaria insensível ao presenciar aquele conto de fadas. Então, ele a abraçou e completou dizendo:

            - Sim, teremos exatamente um ano, para nos prepararmos para isso. No ano que vem estaremos sentados naquelas cadeiras, para gritar bem alto:

             - Sim, eu aceito.

            E, a procissão de noivos continuava, cada um que adentrava o recinto era aplaudido entusiasticamente. A timidez da maioria era ofuscada pelo brilho dos holofotes. Cada noiva trazia um buquê diferente, um detalhe no vestido ou nos cabelos, assim prendia a atenção de todos os presentes. Seriam motivo de conversas de comadres, por um bom tempo.

            A filarmônica tocava incessantemente até o último casal sentar-se, então ouviu-se o acorde final, era o início da cerimônia. O juiz tomou a palavra e passou a explanar todas as vantagens de se fazer um casamento coletivo. Uma oportunidade oferecida para todos, com igualdade de direitos. O que para muitos já era um sonho perdido, foi recuperado com satisfação e alegria.

            Os casais estavam de parabéns por confirmar a intenção de casar-se, muitos, há muito tempo prometida. Depois, um a um foram chamados para assinarem o livro do cartório. Em seguida, a pergunta clássica foi feita pelo juiz.

           - As noivas aqui presentes, aceitam casar-se com os seus respectivos noivos?

            Então ouviu-se em alto e bom som:

          - Sim, aceito.

 E os noivos aqui presentes aceitam casar-se com as respectivas noivas?

          - Sim, aceito.

              Assim, ouviu-se aplausos e assovios no recinto, a felicidade estava reinando naquele lugar.  Logo, os noivos se beijaram, os sonhos se tornaram realidade e os olhos brilharam de satisfação. O salão enfeitado para o maior são João do Mundo e para acolher os noivos, se encheu de alegria e sorrisos de felicidades.

           Enquanto os organizadores retiravam as cadeiras do local, para que houvesse a dança dos casais, foi organizado o lançamento do buquê. Apenas três buquês seriam atirados para as mulheres solteiras, viúvas e encalhadas, porque se todos os buquês fossem jogados, sairia do controle e perderia sua função. 

            Mais ou menos três dezenas de mulheres se postaram no salão, para apanharem o buquê atirado pelas noivas. Eram mulheres de todas as idades, sonhando com um príncipe encantado. Dizia a lenda, que quem apanhasse o buquê, se casaria no próximo ano.

            Viviane correu para participar daquela brincadeira casamenteira. Gabriel ficou assistindo e quando ela apanhou o segundo buquê e correu para abraça-lo, ele sorriu e a beijou com satisfação.

            A música dançante iniciou seus primeiros acordes, um grupo famoso de forró entrara no palco para animar a festa. Os casais de noivos tomaram a pista de danças e se entregaram ao ritmo do som, que envolvia o ambiente; todos estavam felizes.

          Depois da primeira música, outros casais se aventuraram a dançar o forró. Gabriel e Viviane, abraçados, emocionados e apaixonados, saíram para dançar.
             Um texto de Eva Ibrahim Sousa

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