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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

"PORQUE EU ESTOU BEM CERTO DE QUE NEM A MORTE, NEM A VIDA, NEM OS ANJOS, NEM OS PRINCIPADOS, NEM AS COISAS DO PRESENTE, NEM DO PORVIR, NEM OS PODERES, NEM A ALTURA, NEM A PROFUNDIDADE, NEM QUALQUER OUTRA CRIATURA PODERÁ SEPARAR-NOS DO AMOR DE DEUS, QUE ESTÁ EM CRISTO JESUS, NOSSO SENHOR." PAULO DE TARSO


 A CORRERIA PELA VIDA

CAPÍTULO DOIS
          O menino, com apenas treze anos de idade, era valente e destemido, mas tinha uma estatura mediana e um corpo franzino; na verdade, era um magricela fraco. Essa condição física não ajudava muito em ocasiões especiais.

           Benjamim deu muito trabalho para seus pais, foi uma criança doente e, na adolescência sua saúde não era das melhores. A mãe vivia preocupada com o filho, era seu foco principal.

         Esse acidente com o cavalo aconteceu em um mil novecentos e sessenta e seis, então, no interior de Minas Gerais, as estradas eram de terra e os hospitais bastante precários.  A cidade ficava a uma hora de carroça daquela localidade, com dois bons cavalos e tempo firme.

           Dirceu e o pai de Saulo, com a ajuda de outros companheiros, colocaram Benjamim na caçamba de uma carroça, cujo dono aparecera ali para ajudar. Ele foi colocado sobre a manta da sela de Corisco, coberto com o paletó do pai e um pedaço de encerado de cobertura de terreiro de café. Depois, seguiram rápido pelas estradas estreitas e tortuosas; não poderiam perder tempo.

           O menino tremia desesperadamente, estava febril, consequência do trauma sofrido e da friagem da noite. Rui, o irmão mais velho de Benjamim, ficou encarregado de avisar a mãe e acalmar seu coração. Voltou para sua casa correndo com notícias do irmão.

A carroça, finalmente, chegou ao pequeno hospital da cidade de Toledo e adentraram à emergência com o menino estropiado nos braços. Os dois homens estavam cansados, empoeirados e aflitos, mal conseguiam contar ao médico sobre o fato ocorrido. As estradas esburacadas e a poeira formada pelo tempo seco, só atrapalharam o socorro ao acidentado. Demoraram mais do que o costume e o menino parecia morto; estava desfalecido.

 Dois enfermeiros, com o olhar de consentimento do velho médico e, diante da situação do menino, se apoderaram da maca onde o menino fora colocado. Em seguida, desapareceram com ele corredor a fora. Havia urgência naquele atendimento.

 O doutor seguiu com passos rápidos devido à gravidade da situação. Mais uma vez, a sua competência seria testada e ele precisava da ajuda de Deus. Naquela casa de saúde faltavam muitos aparelhos necessários, mas a figura de Cristo na Cruz estava por toda parte, guardando os desvalidos.

Dirceu e o amigo ficaram parados na porta sem saber o que fazer, depois saíram para tomar um pouco de ar puro. O Sol já tomava conta de tudo; mais um dia começava e as pessoas chegavam para o trabalho diário.

              O tempo corria, já fazia quase três horas e nenhuma notícia do menino, então, Dirceu foi até o guichê da recepção para saber do filho. A resposta veio seca e definitiva:

            - Estão em cirurgia até agora, por isso toda esta gente está aguardando o médico.

              O homem, que era tímido, se afastou e foi ter com o companheiro, que disse:

              - Ele estava muito mal, por isso está demorando tanto, vamos fazer uma oração. E os dois homens simples baixaram as cabeças e rezaram o “Pai Nosso”; eram tementes a Deus.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

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