COM MUITO AMOR
CAPÍTULO
OITO
O jantar foi mágico, olho no olho com
o coração disparado. Ao mais leve toque, o corpo de Olívia se incendiava,
estava pronta para o amor de João Paulo. Ele a abraçou e, lentamente a conduziu
ao seu quarto; Olívia estava enfeitiçada e não opôs resistência. Em seguida,
com muitos beijos, afagos e carinhos ele a despiu. Depois se deitou ao seu lado
na cama e viveram horas de muito amor, nada mais importava; estavam felizes e
completos.
Os dois adormeceram abraçados, o amor
venceu quase todas as barreiras; poderiam ficar ali para sempre. Entretanto, o
pior ainda estava por vir, o marido traído era a realidade de Olívia. Antônio
não poderia desconfiar do que estava acontecendo ou viraria um assassino. A
mulher acordou assustada e olhando o relógio viu que já estava tarde. Eram três
horas da manhã, teria que voltar para sua casa. Seus filhos logo voltariam e
ela deveria estar lá, junto do marido, que dormia profundamente.
João Paulo resistiu em deixa-la sair de
seus braços, fazia tempo que ele não tinha uma mulher e aquela era especial,
pois despertara o amor que estava adormecido dentro dele. O rapaz queria se
regenerar e viver com Olívia, ela sabia cuidar dele; era amante e mãe ao mesmo
tempo.
Ela saiu na calada da noite e
esgueirando-se junto ao muro entrou em sua casa, estava feliz, porém, com medo
que alguém percebesse sua traição. Olhou no espelho e viu que seu rosto estava
corado; sentiu-se envergonhada, tornara-se amante de um rapaz mais novo que
ela. Então, ouviu a conversa dos filhos, Renato e Raquel entravam pelo portão rindo
e brincando. Olívia correu para deitar-se ao lado de Antônio. Ficou quieta, mal respirava para que eles
pensassem que estava adormecida. O filho abriu a porta e disse a sua irmã que
os pais estavam dormindo e foram dormir também.
Olívia olhava o marido roncando e pensava que
não o amava mais, queria a separação para ficar com João Paulo. No entanto, ela
sabia que ele nunca aceitaria a separação; em diversas ocasiões ele dissera que
a mataria se fosse traído. Não sabia qual seria o seu futuro, mas tinha a
certeza que não desistiria de viver aquele amor.
Aos
quarenta e cinco anos de vida e vinte e cinco de casamento, era de se esperar
que Olívia se comportasse como uma dona de casa tradicional. Seus dois filhos,
Renato e Raquel eram adultos, já não davam trabalho; ela tinha todo o tempo que
quisesse disponível.
Antônio acreditava que sua esposa cuidava da
família, frequentava a Igreja e ficava a espera dele, pronta para amá-lo sem
questionamentos. Entretanto, ultimamente ela não queria saber dele, mas estava
doente; isso explicava a situação estabelecida.
O dia de Natal amanheceu com uma luz
diferente, havia um brilho especial e Olívia tinha vontade de dançar, estava
muito feliz. Depois do almoço foi à casa de D. Estela para levar uma travessa
de comida e um presente. Gostava muito da velha senhora, que já não tinha
disposição nem saúde para os afazeres domésticos e, também queria ver o seu
amor. Antônio fazia a sesta enquanto ela se encontrava com o vizinho. Trocaram
abraços e beijos furtivos, entre muitas promessas de amor.
Naquele dia Olívia não poderia encontra-lo,
porém, seu marido viajaria no dia seguinte e ela teria vários dias para viver
aquele amor louco. Com relutância ela voltou para sua casa, mas seu
pensamento ficaria ali, dissera para João Paulo ao se despedir. Amava aquele
homem apaixonadamente como nunca amara ninguém antes.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua
na próxima semana.