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sexta-feira, 16 de junho de 2017

"DEUS NOS DÁ PESSOAS E COISAS, PARA APRENDERMOS A ALEGRIA... DEPOIS RETOMA COISAS E PESSOAS PARA VER SE JÁ SOMOS CAPAZES DA ALEGRIA SOZINHOS... ESSA É A ALEGRIA QUE ELE QUER..." JOÃO GUIMARÃES ROSA.

FONTE DE LUZ

CAPÍTULO QUATRO
            Jardel saiu sem rumo, trazia um vazio em seu coração. O Sol continuava a brilhar, as flores estavam em seus lugares, mas seu mundo parecia escuro e sem brilho. Pensou em ver a filha pequena, que estava com a avó. Rebeca era uma criança esperta com apenas seis meses de idade e já perdera a mãe. Pensou em Lídia que não veria a menina crescer e duas lágrimas caíram de seus olhos.

              Chegou a casa de sua mãe e pegou a menina no colo, então, sentiu o peso de sua responsabilidade. Aquele pequeno ser dependia dele, que estava acabado emocionalmente, depois de tantos sofrimentos. Teria que buscar forças para recuperar-se.

            Passou a tarde ali, sentia-se seguro na casa de sua mãe e ao lado da filha querida. Já estava escurecendo quando ele saiu dizendo que iria caminhar um pouco. Queria tomar a fresca da noite para pôr as ideias no lugar.

                 Seus passos o levaram instintivamente ao Hospital e quando viu onde estava, sentiu um arrepio, sua mulher estava morta. No entanto, lembrou-se de Larissa e seu filho, precisava saber deles. Já conhecia o caminho, pois estivera ali nos últimos três meses.

             O rapaz hesitou por um instante, mas, em seguida entrou e bateu na porta do quarto da criança. Ninguém atendeu, então abriu a porta devagar; Larissa e o filho estavam adormecidos; ela estava na poltrona e o menino na cama. Jardel ficou olhando com pena de acordá-la; porém, ela pressentiu sua presença e abriu os olhos.
Levantou-se e o abraçou carinhosamente.

                - Está melhor? Descansou? Disse com um leve sorriso, estava feliz em vê-lo novamente.
                - Sim, vim agradecer pelo café; você foi muito gentil. Obrigada.
                 O menino acordou e Jardel se dirigiu a ele.
                - Qual é o seu nome?
                - João Luís e distraiu-se com um brinquedo no berço.

                Larissa estava feliz, seu filho iria ter alta na manhã seguinte, porém havia uma ruga de preocupação em sua testa.

               - Qual é o seu problema? Posso ajuda-la?

                A moça então lhe disse que teria que ir para sua casa em outra cidade. E, voltar três vezes por semana, durante um mês, para fazer fonoaudiologia no Hospital. Morava longe e ficaria muito caro para ela fazer tantas viagens.

                Jardel lembrou-se da solidariedade da moça e ofereceu a ela para se hospedar em sua casa, ele ficaria na casa de sua mãe enquanto durasse o tratamento do João. Não queria que pensassem mal deles, pois acabara de enterrar Lídia.

                Alguns dias se passaram e quando Jardel voltou a sua casa para pegar uma ferramenta de trabalho, ficou admirado ao ver a limpeza e arrumação, que a moça tinha realizado em sua casa. Havia um vaso com flores sobre a mesa, comida feita no fogão e um cheiro agradável de perfume por toda parte. O viúvo respirou fundo, sua casa voltara à vida e ele ainda precisava viver o luto, que a morte de Lídia deixara em seu coração.

             Cumprimentou Larissa com um abraço e um beijo na testa, depois perguntou sobre a saúde de João e ela lhe agradeceu novamente; estava tudo bem. Quando deixou a casa teve a sensação de que ali estava sua fonte de luz, para voltar a viver.
Um texto de Eva Ibrahim.
               
MEU MUNDO REINVENTADO.

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