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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

"BORBULHAS DE AMOR" (...) "QUEM DERA SER UM PEIXE, PARA EM TEU LÍMPIDO AQUÁRIO MERGULHAR. FAZER BORBULHAS DE AMOR PRA TE ENCANTAR. PASSAR A NOITE EM CLARO DENTRO DE TI. UM PEIXE PARA ENFEITAR DE CORAIS TUA CINTURA. FAZER SILHUETAS DE AMOR À LUZ DA LUA, SACIAR ESTA LOUCURA DENTRO DE TI." CANTOR: FAGNER, COMPOSITORES: JUAN LUIS GUERRA/ JOSÉ DE RIBAMAR FERREIRA.

LUAR DE PRATA

CAPÍTULO DOIS
                        Era segunda-feira e Cecília havia dito que a viagem seria mais tranquila, se ocorresse no início da semana, Rodolfo concordara prontamente. Assim ficariam uma semana inteira em Parintins, essa ideia o deixava eufórico. A moça alegou que nas quartas e quintas-feiras os barcos estariam lotados, em consequência das festas folclóricas no arquipélago das ilhas Tupinambaranas, ou seja, em sua capital Parintins. Essas ilhas ficam na divisa do estado do Amazonas com o estado do Pará, no norte do Brasil.

            Cecília, Rodolfo e Lorena se instalaram nas cabines e depois desceram para almoçar. Havia muito peixe para degustar, assado, frito, ensopado, pirão de peixe, arroz, legumes, saladas e de sobremesa açaí com frutas da terra. Lá tinha também um grupo de músicos, que tocavam músicas sertanejas, forró e frevo, alegrando o ambiente. A maioria armou suas redes e foram descansar após o almoço, fazer a sesta era um costume comum no norte do país. O calor muito forte, deixa as pessoas sonolentas após o almoço.

              Com os três amigos não foi diferente, foram para as cabines descansar. Adormeceram e foram acordados com trovões, relâmpagos e muito vento. Já estava escurecendo e o barco balançava muito, então, fecharam as janelas, que estavam abertas. Assustados, ficaram juntos aguardando o temporal passar, estavam com medo, parecia que o mundo iria acabar.

             Foi um vendaval com muita água, que entrava pelos vidros, que não fechavam adequadamente. Amontoaram as bagagens sobre os beliches, para que não fossem molhadas. O vendaval durou uma hora mais ou menos, depois foi se acalmando, então eles puderam descer para o segundo piso e do convés avistar uma paisagem fantástica.

                   A lua cheia brilhava nas águas do rio Amazonas, que mais parecia um mar de prata, majestoso e indescritível. Muitos passageiros ficaram ali desfrutando da beleza da  paisagem, que se desenhava como uma pintura. Havia pessoas de vários lugares e do estrangeiro também, além dos nativos que cuidavam da organização e da ordem no barco. A noite quente e a brisa fresca, que a chuva deixou, era um convite a ficar no convés e aproveitar a magia do local.

            Já passava das nove horas da noite quando apareceu um rapaz jovem e bonito, vestia-se com traje a passeio, isto é: calça social, camisa de manga longa, sapatos fechados e um pequeno chapéu na cabeça. Uma figura esquisita para o local, não combinava com as pessoas e nem com o ambiente. Todos olharam para ele com curiosidade, era no mínimo estranho.

                   Celina olhou para Lorena, que piscou o olho esquerdo e fez sinal com a cabeça. Rodolfo não entendeu nada e perguntou:

              - Vocês conhecem aquele rapaz?

            - Não, mas parece ser o homem da lenda do Boto cor de rosa, explicou Lorena.

              O Boto cor de rosa é um golfinho e a noite ele se transforma em um rapaz, para conquistar as moças bonitas. Celina completou.

              - Como? Um peixe que se transforma em gente? Perguntou o rapaz, estava perplexo pela afirmação das moças.

                - Sim Amigo, temos muitas lendas que envolvem o rio Amazonas, a floresta e seus habitantes. Os indígenas tem sua própria cultura e crenças que envolvem divindades e espíritos do bem e do mal, que acabam por criarem histórias incríveis. Estas se tornam contos locais, que difundidos boca a boca crescem e se transformam em lendas fantasiosas. Os ribeirinhos, os caboclos e os pescadores também contribuem para alimentar e difundir fatos e acontecimentos, que ocorrem nas entranhas do rio e da floresta.

           - Nunca saberemos o que realmente existe de verdade em cada conto fantasioso, no contexto mágico do rio Amazonas. Hoje vamos falar da lenda que envolve o nome “Amazonas” e num outro momento falaremos sobre o Boto cor de rosa.

                   - Essa lenda era conhecida na Grécia antiga, que contavam sobre mulheres a cavalo, munidas de arco e flecha, seminuas, guerreiras destemidas, que se recusavam a viver com homens. Essas mulheres eram conhecidas como “amazonas” e temidas pelos soldados, que ao ouvir seus nomes queriam fugir.

             - Conta a lenda, que logo após a descoberta do Brasil, uma esquadra espanhola adentrou o continente sul americano e ao atravessar o misterioso rio entre densas florestas, avistaram mulheres semelhantes as terríveis amazonas da Grécia antiga. Segundo relatos indígenas, a luta entre as mulheres e os espanhóis foi feroz e terminou vencida por elas. Ao ouvirem as narrativas dos indígenas, os espanhóis cientes da existência das amazonas descritas anteriormente, confundiram ambas e batizaram o rio com o nome de Amazonas.

           - Posteriormente, também a floresta e o estado do norte brasileiro foram batizados com o mesmo nome. Assim, amazonas são mulheres que cavalgavam seminuas, empunhando apenas arco e flecha, um belo nome para um estado majestoso e misterioso.

           Celina terminou de falar e bocejou, estava com sono, então, os três foram dormir o resto da noite, mas antes viram o indivíduo de chapéu beijando uma menina indígena. As duas moças se entreolharam espantadas, Rodolfo ficou atento.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa

Com consultas a Wikipédia e a InfoEscola.

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