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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

"E, AS HORAS LÁ SE VÃO, LOUCAS OU TRISTES... MAS, É TÃO BOM, EM MEIO AS HORAS TODAS, PENSAR EM TI; SABER QUE TU EXISTES." MARIO QUINTANA-- VIRE A PÁGINA E RECOMECE A ESCRITA. EVA IBRAHIM!

A ENCRUZILHADA

                                                  CAPÍTULO ONZE
         Olívia guardaria aquele segredo enquanto pudesse; ainda tinha alguns meses pela frente.  Não diria nada a ninguém, apenas contaria a novidade ao seu amor, ele ficaria feliz e o laço que os unia se tornaria mais forte. Ela precisava sentir o amor e o apoio de João Paulo, para decidir o que fazer de sua vida; estava em uma encruzilhada.

Passados quinze dias, D. Estela pediu à vizinha que a acompanhasse ao presídio, pois não tinha segurança em viajar sozinha. Era uma senhora idosa e precisava de companhia, além do que, seu filho ficaria feliz em vê-la, argumentou a velha senhora. Olívia sorriu, também queria vê-lo, estava ansiosa; muito mais do que a vizinha poderia imaginar. Não contaria sobre a gravidez à D. Estela para não deixa-la preocupada.

          Antônio viajou e ela se preparou para contar a novidade ao seu amante. A reação de João Paulo seria determinante para sua decisão de contar sobre seu estado ao marido. Olívia estava ansiosa para reencontrar João Paulo; seu coração batia aceleradamente. Ele a cativara e passara a ser o homem que ela sempre imaginara. Ao rever o seu amor, a mulher teve a certeza de que, o amor que sentia por ele estava acima de tudo; não hesitaria em abandonar o marido e os filhos para viver com ele.

      Depois de um longo abraço, ela disse que trazia uma grande novidade para ele e, depois que a velha mãe se afastou e ficaram a sós, Olívia fez a revelação inesperada. Eles teriam um filho juntos e ela esperava que fosse parecido com ele.

 O rapaz ficou pálido, não sabia o que pensar; era uma situação inusitada. Ele gostava da mulher, entretanto, precisava refazer sua vida antes de assumir compromisso sério. João Paulo sempre desejou ter um filho, porém, em outra situação. Queria acompanhar a gestação e dar toda a assistência a sua mulher. Aquele não era o melhor momento, teria que cumprir o restante de sua pena e não daria tempo de ver seu filho nascer.

Entre abraços e lágrimas ele a fez prometer que esperaria até o dia das mães para tomar uma atitude. João Paulo tinha bom comportamento e por isso acreditava que sairia da prisão novamente, para passar o feriado com sua mãe. Por ela ser uma mulher idosa, seria possível conseguir o indulto, argumentou o rapaz.

Olívia nada pode resolver; se abrisse a boca, seria expulsa de casa e não saberia o que fazer. Mal dormia à noite, que eram povoadas de pesadelos horríveis. Comia pouco para não engordar e dar na vista. A criança já mexia em seu ventre e ela tinha curiosidade em saber o sexo do bebê, porém, nunca fora ao médico, temia que alguém descobrisse o seu segredo.

A mulher sempre arrumava brigas com Antônio, para que ele não a tocasse, entretanto, ele andava desconfiado do jeito de sua esposa. Ela estava engordando e sempre indisposta, teria que pressioná-la para saber o que a fazia agir assim. Olívia sempre fora uma mulher tranquila e cordata, agora vivia na defensiva; algumas vezes parecia odiá-lo.

Ela não poderia tirar a roupa diante de Antônio, pois ele perceberia sua barriga protuberante. Durante esse tempo o casal teve três relações sexuais, que Olívia não conseguiu evitar, mas estava escuro e o marido não percebeu nada.

Certo dia, a gestante foi ao açougue comprar carne e teve uma queda de pressão. Olívia desfaleceu e foi levada ao Pronto Socorro da cidade. Lá chamaram o marido, que ficou boquiaberto ao ouvir o médico dizer, que sua esposa estava grávida de cinco meses.

Um texto de Eva Ibrahim.


Continua na próxima semana.
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