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sexta-feira, 5 de setembro de 2014

"O CAMINHO QUE EU ESCOLHI, É O DO AMOR... NO MEU CAMINHO, O ABRAÇO É APERTADO, O APERTO DE MÃO É SINCERO... É SÓ ASSIM QUE EU ENXERGO A VIDA E, É SÓ ASSIM QUE EU ACREDITO QUE VALHA A PENA VIVER..." CLARICE LISPECTOR--- O AMOR ESQUENTA O CORPO E A ALMA . EVA IBRAHIM

UM BRINDE AO AMOR
CAPÍTULO QUATRO
       Ninguém percebeu nada; era dia de festa. A maioria dos presentes estava de ressaca, passaram a noite comemorando. Alcir parecia uma sombra atrás de Sila, entretanto, não despertou suspeitas, ninguém imaginava que a moça se entregara a ele na noite de Natal. Alcir era um homem apaixonado e todos sabiam disso, estava zelando pela mulher amada.

     Era natural o noivo ficar agarrado a sua noiva, ainda mais agora que ela se tornara sua mulher. Este pensamento o deixava excitado, ele queria ficar a sós com ela novamente, seu corpo tinha necessidade dela. Sila o afastou dizendo que estava toda dolorida e que ele segurasse a onda, teriam a vida toda para se amar. Ele emburrou, não poderia compreender a frieza dela.
      -Será que ela estava arrependida? Ele perguntou baixinho.
  -Não, não estava arrependida, mas, queria um amor tranquilo, sem promessas e urgências; os encontros deveriam acontecer naturalmente, como o da noite anterior.

     Sila o beijou e afagou seus cabelos, depois saiu para ajudar sua mãe. Alcir ficou sentado no sofá, sentindo-se rejeitado; o pior dos sentimentos, que o magoava muito. Agora ele era seu senhor, teriam que se casar logo ou ele não teria mais sossego. Não suportava a ideia de deixa-la na casa dos pais e voltar para sua casa. O rapaz vivia dentro de um turbilhão de pensamentos contraditórios; hora sentia-se feliz, em seguida um derrotado.

     Iria se mudar para a casa que arrumara para ser um ninho de amor; ficaria lá até poder morar com Sila para sempre. Naquela noite ele dormiu sozinho na casa nova; estava deprimido. Demorou a pegar no sono, a cama estava vazia; ele a queria ali novamente. Planos, aquele coração quase não cabia em seu peito, ele ficava deitado fazendo planos com sua amada. Ela o enfeitiçara, não conseguia imaginar a vida longe dela. Alcir chorou baixinho, nada poderia fazer, senão esperar.

     Uma semana e a moça não voltou àquela casa; ela dizia que seus pais não poderiam saber do ocorrido, por isso teriam que tomar cuidado. Alcir contava com a passagem de ano para ser feliz novamente. Sila também queria passar a noite com ele, ela o amava e lhe daria mais uma noite de prazer.

     No último dia do ano, o rapaz estava eufórico, chegava a sentir dor no peito quando pensava em sua noiva. Aquela seria outra noite de muito amor. A casa estava limpa e pronta para receber os dois; ficariam um pouco na casa dos pais de Sila. E, depois diriam que os pais dele os estavam esperando e iriam para seu ninho de amor...

    Tudo aconteceu como ele planejara, depois do brinde, Sila o acolheu em seus braços com todo carinho, até o dia amanhecer. Quando o dia clareou ele estava enrolado no corpo dela. Alcir sorriu, estava muito feliz; aquela era a vida que ele queria viver. 

A moça acordou sobressaltada, sua mãe estava desconfiada desde o dia de Natal; eles teriam que se explicar ou ela quebraria o silêncio. Uma nuvem negra pairou dentro do quarto.

Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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