UM BRINDE AO AMOR
CAPÍTULO
QUATRO
Ninguém percebeu nada; era
dia de festa. A maioria dos presentes estava de ressaca, passaram a noite
comemorando. Alcir parecia uma sombra atrás de Sila, entretanto, não despertou
suspeitas, ninguém imaginava que a moça se entregara a ele na noite de Natal.
Alcir era um homem apaixonado e todos sabiam disso, estava zelando pela mulher
amada.
Era natural o noivo ficar
agarrado a sua noiva, ainda mais agora que ela se tornara sua mulher. Este
pensamento o deixava excitado, ele queria ficar a sós com ela novamente, seu
corpo tinha necessidade dela. Sila o afastou dizendo que estava toda dolorida e
que ele segurasse a onda, teriam a vida toda para se amar. Ele emburrou, não
poderia compreender a frieza dela.
-Será que ela estava arrependida? Ele
perguntou baixinho.
-Não, não estava
arrependida, mas, queria um amor tranquilo, sem promessas e urgências; os
encontros deveriam acontecer naturalmente, como o da noite anterior.
Sila o beijou e afagou seus
cabelos, depois saiu para ajudar sua mãe. Alcir ficou sentado no sofá,
sentindo-se rejeitado; o pior dos sentimentos, que o magoava muito. Agora ele
era seu senhor, teriam que se casar logo ou ele não teria mais sossego. Não
suportava a ideia de deixa-la na casa dos pais e voltar para sua casa. O rapaz
vivia dentro de um turbilhão de pensamentos contraditórios; hora sentia-se
feliz, em seguida um derrotado.
Iria se mudar para a casa
que arrumara para ser um ninho de amor; ficaria lá até poder morar com Sila
para sempre. Naquela noite ele dormiu sozinho na casa nova; estava deprimido. Demorou
a pegar no sono, a cama estava vazia; ele a queria ali novamente. Planos,
aquele coração quase não cabia em seu peito, ele ficava deitado fazendo planos
com sua amada. Ela o enfeitiçara, não conseguia imaginar a vida longe dela.
Alcir chorou baixinho, nada poderia fazer, senão esperar.
Uma semana e a moça não
voltou àquela casa; ela dizia que seus pais não poderiam saber do ocorrido, por
isso teriam que tomar cuidado. Alcir contava com a passagem de ano para ser
feliz novamente. Sila também queria passar a noite com ele, ela o amava e lhe
daria mais uma noite de prazer.
No último dia do ano, o
rapaz estava eufórico, chegava a sentir dor no peito quando pensava em sua
noiva. Aquela seria outra noite de muito amor. A casa estava limpa e pronta
para receber os dois; ficariam um pouco na casa dos pais de Sila. E, depois
diriam que os pais dele os estavam esperando e iriam para seu ninho de amor...
Tudo aconteceu como ele
planejara, depois do brinde, Sila o acolheu em seus braços com todo carinho,
até o dia amanhecer. Quando o dia clareou
ele estava enrolado no corpo dela. Alcir sorriu, estava muito feliz; aquela era
a vida que ele queria viver.
A moça acordou sobressaltada, sua mãe estava desconfiada desde o dia de Natal; eles teriam que se explicar ou ela quebraria o silêncio. Uma nuvem negra pairou dentro do quarto.
A moça acordou sobressaltada, sua mãe estava desconfiada desde o dia de Natal; eles teriam que se explicar ou ela quebraria o silêncio. Uma nuvem negra pairou dentro do quarto.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua na próxima semana.