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quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

"O AMOR É PACIENTE, O AMOR É BONDOSO, NÃO INVEJA, NÃO SE VANGLORIA, NÃO SE ORGULHA. NÃO MALTRATA, NÃO PROCURA SEUS INTERESSES, NÃO SE IRA FACILMENTE, NÃO GUARDA RANCOR. O AMOR NÃO SE ALEGRA COM A INJUSTIÇA, MAS SE ALEGRA COM A VERDADE. TUDO SOFRE, TUDO CRÊ, TUDO ESPERA, TUDO SUPORTA". CORÍNTIOS 13:4-7

DE VOLTA PARA CASA

CAPÍTULO OITO
            O domingo chegou rapidamente e a família pegou a jardineira para retornar ao lar. Os irmãos de Benjamim adoraram o passeio, na verdade, foi a primeira viagem de jardineira que fizeram na vida.

           Sábado à noite, os pais e os dois filhos caminharam pelo centro da cidade e ficaram extasiados com os prédios, as luzes, o movimento de pessoas e veículos. Não se cansavam em admirar as luzes, que piscavam em anúncios coloridos em toda a extensão das avenidas.

            Para eles, que moravam na roça, tudo era novidade, a cidade, a igreja matriz, o cinema, as escolas, os jardins, os parques, tudo muito grandioso. Dirceu fez questão de mostrar um pouco da cidade grande para os filhos; não sabia quando teria nova oportunidade.

           Mas, o que mais chamou a atenção dos adolescentes, foram as lambretas, muito em moda na época. Rui e Marília ficaram extasiados ao vê-las passar correndo por eles.

            Entretanto, no semblante da mãe havia uma ruga de preocupação, que teimava em vincar na carne. O pai também trazia no coração uma dúvida crescente.

             – Será que o Benjamim, ao voltar para casa, vai sentir a diferença gritante, que há entre a vida simples da roça e os luxos que o tal médico lhe proporcionou? Até que ponto ele fora contaminado com as novidades? Colocou o pai, apreensivo.

        Na verdade, os dois perceberam que havia no ar uma sensação de perda do filho, para alguma coisa nova e que tinha pouca explicação. Muitas perguntas pairavam no ar, que martelavam na cabeça do casal. Então, Teresa soltou a pergunta, que a estava sufocando:

            - Por que um homem tão poderoso se interessara por um menino pobre da roça? Qual será sua real intenção? Estou preocupada homem!

           - Sim, você tem razão, na próxima visita vou conversar com o doutor Catena.

           Depois, Dirceu se fechou, aquela história o deixava nervoso, não sabia direito como agir sem prejudicar o filho. Nunca estivera em uma situação tão difícil, não sabia se era boa ou ruim a afeição do médico para com o Benjamim.

Mais dez dias se passaram e logo após o almoço, uma ambulância adentrou a porteira do sítio. Nela estavam um enfermeiro, o motorista e o paciente Benjamim.

 O veículo trazia o menino de volta para casa; fora liberado para passar o Natal com a família.  Trazia consigo uma mochila com todos os presentes que ganhara no hospital e uma pasta cheia de recomendações médicas a serem seguidas. Tinha, inclusive medicamentos para tomar durante sua permanência ali.

Teresa ficou feliz ao receber o filho de volta, seu Natal estava salvo. Quando Dirceu chegou, também ficou entusiasmado com a volta do menino. Faltava apenas uma semana para o Natal e todos ficaram felizes com a família reunida.

Benjamim contou que o Dr. Olavo Catena fora viajar e dissera, que achava justo ele passar as festas com sua família. Trazia consigo uma carta orientando a sua reinternação no início de janeiro.

O paciente tinha várias restrições, sua perna estava imobilizada com gesso, mas no local da fratura havia uma abertura onde deveriam trocar o curativo. A fratura estava se consolidando, mas havia sinais de infecção. Por isso, todas as recomendações e os antibióticos para serem tomados em horários pré-determinados.

A mulher franziu a testa, nada sabia sobre cuidados de enfermagem, remédios e curativos. Na roça os cuidados se resumiam a água, sabão, mercúrio-cromo ou merthiolate. Teresa sentia medo em mexer na perna de Benjamim, precisava de ajuda urgentemente.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

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