PELO
AMOR DE DEUS
UMA
PRECE
CAPÍTULO UM
O
dia amanheceu limpo, claro e com um Sol brilhante, bem diferente do dia
anterior, que choveu o tempo todo. Cesane levantou-se cedo, embora fosse domingo,
queria ir à missa, justificou-se para sua mãe. Parecia preocupada e tinha um
olhar esquivo. Alda percebeu que alguma coisa estava errada, conhecia a filha
muito bem.
- Você parece ansiosa, está com algum
problema? A mãe aguardava a resposta com um olhar incisivo para Cesane.
- Não mãe, problema nenhum, apenas
quero me aproximar de Deus, por isso vou à missa hoje.
Alda olhou para a filha,
que já estava uma moça e pensou no dia em que ela nasceu. A mãe tinha certeza
de que seria um menino e seu nome seria Cesar, igual o avô paterno. Quando fez
o ultrassom, o médico não pode visualizar o sexo do bebê, que estava sentado. Então,
seria uma surpresa para todos. E, realmente foi um espanto, quando o médico
disse que era uma menina linda.
Não tinham escolhido
nomes para menina e depois de alguns dias, Alda resolveu manter o nome
escolhido, apenas elevando-o ao gênero feminino. Juntaram o nome do avô paterno
e da avó materna, Cesar e Ane e acabou formando Cesane. A menina cresceu bonita
e inteligente; tinha grandes olhos negros e carregava um nome diferente; era
muito popular na escola.
Estava com dezesseis anos e andava de namorico
com um rapaz mais velho do que ela, de nome Roger. Seus pais não aprovavam, o
rapaz se dizia músico e tinha uma porção de tatuagens. Aquele relacionamento
trouxera muitos desgostos para a família. Brigas entre os pais e a filha, que
não obedecia à ordem que seu pai dera, para deixar aquele rapaz. E, também não
aceitava conselhos de ninguém, pois todos diziam que Roger a faria sofrer.
Cesane era teimosa, estava
apaixonada e justamente por um rapaz pouco recomendável para uma menina ingênua
como ela. Roger tinha dez anos a mais que a moça, uma motocicleta enorme onde
ela andava na garupa, agarrada a ele.
Alda perdera o sossego
com toda aquela história e estava desconfiada da atitude da filha; levantar
cedo para ir à missa, não era rotina para ela.
Arrumou o café e esperou a filha sair para segui-la de longe.
Ficou na espreita até ela entrar na igreja; estava desconfiada.
- Havia alguma coisa errada em tudo aquilo. Olhou para o céu
implorando ajuda e depois voltou para casa rezando para Deus proteger Cesane.
A missa terminou e a moça permaneceu ajoelhada, parecia em transe
de tão concentrada que estava. Realmente ela precisava conectar-se com Deus,
estava em apuros. Elevou os olhos para a imagem da virgem e balbuciou uma prece;
enquanto isso, uma lágrima corria pelo seu rosto.
Um texto de Eva
Ibrahim
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