"NO LIMITE"
LIBERDADE!!!
CAPÍTULO UM
As horas demoraram a passar, mais do que o costume, pensava Maura ao pegar a
bolsa para sair do seu local de trabalho. Ao alcançar a rua, respirou fundo,
estava de férias depois de um ano difícil para todos; um país em depressão e
muito desemprego. Pensava em dormir até mais tarde, cuidar de suas coisas, que
estavam um tanto abandonadas e ficar curtindo sua casa; faltava tempo e
sobravam deveres.
Seguia alegre, cantarolando, tinha um mês inteiro para pensar em si própria e
sentia-se livre. Tinha tudo planejado, dez dias para descansar, oito para
viajar e ainda restavam alguns dias para relaxar em sua casa. E, então estaria
nova para mais um ano de trabalho; tinha sido assim durante os últimos vinte
anos.
Maura estava sozinha fazia um bom tempo, seu casamento terminara depois de
muitas brigas. Ela queria somente viver em paz e desfrutar de sua liberdade
conquistada com muitas dificuldades. Do marido não queria nem notícias.
- Que ficasse longe dela, ele ainda poderia lhe causar danos; sempre encontrava
um jeito de prejudica-la. Pensava enquanto sentia um calafrio pelo corpo.
Amava a filha, os netos e gostava do genro, era tudo o que lhe importava naquele
momento. Vivia pacificamente e se sustentava sozinha, pensando assim, sentia-se
feliz.
Os dias passaram rápido demais, e ela já estava no aeroporto, aguardando o
avião para a viagem que havia planejado. Entretanto, ainda sentia-se cansada,
mas, iria se divertir um pouco na casa de sua prima. Érica morava na cidade de
Belo Horizonte com o marido e os filhos; as duas cresceram juntas e mesmo
depois de casadas mantinham contato regularmente. Nas férias uma visitava a
outra, assim matavam as saudades, duas vezes ao ano. Ela sabia que a prima era
uma pessoa dinâmica e a levaria para passeios e compras de final de ano, já que
estavam em meados de novembro.
A moça sentou-se no corredor da aeronave e logo chegou seu companheiro de viagem.
Era um japonês sisudo, que fez um sinal para ela deixa-lo entrar e, em seguida
mergulhou no assento, fechou a cara e dormiu. Maura sentiu-se frustrada, era a
terceira vez que tinha como companheiro um homem descendente de japoneses e,
eram todos sisudos e mudos ao contrário dela, que gostava de uma prosa.
Suspirou profundamente, em seguida fechou os olhos e deu asas à imaginação.
Estava voando rumo à felicidade, que era seu desejo mais ardente, o resto não
importava.
Érica estava aguardando a
prima no aeroporto e deu boas gargalhadas ao saber do japonês; era o terceiro
ano que Maura se queixava do companheiro de viagem. Nem mesmo ouvira sua voz, o
sujeito entrou mudo e saiu calado.
Dizia Érica, ajudando a prima com as malas.
As duas mulheres estavam
alegres e seguiram para casa, os demais estavam aguardando as duas para o
almoço. Teriam uma semana para matarem as saudades e colocar a fofoca em dia.
Um texto de Eva Ibrahim.
Continua na próxima semana.
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