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sábado, 15 de outubro de 2016

"A APARÊNCIA PODE ATÉ FAZER A DIFERENÇA, MAS ELA NÃO É NADA, PERTO DA BELEZA QUE VEM DO CORAÇÃO'. AUTOR DESCONHECIDO

COMER, COMER...

CAPÍTULO OITO
           Mas, o que todos temiam estava para se concretizar; Valentina teria que cair na realidade. O dia seguinte amanheceu e a paciente estava com a boca seca, acordou da anestesia querendo comida e um refrigerante gelado, do jeito que estava acostumada. Estava agitada e impaciente, tentou se levantar, porém sentiu dor e voltou a posição original.

            Então, a enfermeira explicou que sua dieta seria líquida e em pequenos goles, de seis a oito porções diárias. Valentina arregalou os olhos e disse irritada:

           - Estou morrendo de fome e sede, preciso de comida e refrigerante!!!. Em seguida gemeu de dor, levando a mão ao local da cirurgia.

A enfermeira, então, disse que ela só iria iniciar a alimentação sólida, após dois meses da cirurgia. Exatamente para evitar a dor e o desconforto estomacal e depois ponderou:

- Você recebeu todas as orientações necessárias antes da cirurgia e deveria saber disso. Seu estômago foi reduzido e precisa de um tempo para cicatrizar.

- No entanto, ela não levara as orientações como coisa séria, ignorou todas as explicações recebidas. Interviu sua mãe apreensiva.

Enquanto isso a paciente se contorcia de dor precisando ser medicada e logo depois, adormeceu; ainda estava sob o efeito dos anestésicos.

 - A alimentação ficaria para depois, disse a enfermeira para Clara, que parecia assustada com o seu futuro e o de sua filha.

A profissional sentiu que a mãe estava aflita e lhe explicou que Valentina tomaria suplementos alimentares e vitaminas para evitar a queda de cabelos, o enfraquecimento geral e das unhas. Clara concordou com a cabeça, nada poderia mudar o que estava feito. No segundo dia, logo pela manhã chegou a dieta de Valentina, que esperava outra coisa para comer. A decepção estava visível em seu rosto espantado.

          Em uma bandeja estavam dois copinhos pequenos, aqueles em que são servidos cafezinho. Um continha chá e o outro um suco amarelo, ambos estavam até a metade; aquele era o desjejum de Valentina. Como estava faminta ela apanhou o suco e levou à boca de uma só vez, caiu como uma pedra em seu estômago e ela se contorceu levando a mão ao estômago.

               Mais uma vez a dor a incomodava e enquanto gemia questionava se seria sempre assim. O médico foi chamado e explicou à sua paciente que nos primeiros dias aquela dor era esperada e aos poucos tudo voltaria ao normal; precisava ter paciência e aprender a comer. Por ora teria que se levantar, tomar banho e caminhar um pouco, pois logo teria alta e deixaria o Hospital.
               Clara, que a tudo assistia ficou atenta a reação da filha, que veio imediatamente.


             – E o que eu vou comer? Estou morrendo de fome e não posso comer, que dói meu estômago. E, duas lágrimas rolaram de seus olhos indo morrer em sua boca, seguidas de um gemido doido. Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana. 

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

"DIREI DO SENHOR: ELE É O MEU DEUS, O MEU REFÚGIO, A MINHA FORTALEZA, E NELE CONFIAREI". SALMOS 91 DA BÍBLIA SAGRADA


                              NAS MÃOS DE DEUS 
                    
CAPÍTULO SETE

Clara tinha muito medo da cirurgia de Valentina, porque o médico dissera que toda cirurgia, sempre, envolve riscos de vida. E, aquela filha já lhe trouxera muitas preocupações, então, suas noites tornaram-se povoadas de pesadelos; aquele pensamento sobre morte, a deixava inquieta.

Desde que o médico autorizou os exames pré-operatórios, que ela não dormia direito; parecia que vivia com uma sombra assustando seus dias e deixando a ansiedade tomar conta dela. Seu coração de mãe estava apertado, acelerado e nada conseguia acalmá-lo.

             Ela intensificara suas idas à Igreja e consequentemente suas orações, precisava se agarrar com Deus. Valentina não se importava com a cirurgia, não demonstrava nenhuma preocupação. Não dava importância à sua vida ou não entendia direito do que se tratava.

          Com certeza, pensava ser apenas um passe de mágica, sem levar em conta o sofrimento e as privações a que seria submetida posteriormente. Clara estava ciente de tudo isso, no entanto, para Valentina era a única saída para se livrar do complexo de inferioridade e dar a ela a oportunidade de se sentir igual aos irmãos, isto é, magra e esbelta.

           Ultimamente havia engordado mais ainda, seus tornozelos viviam inchados de carregar tanto peso. Chegara a pesar cento e quarenta quilos; seu corpo pesado lhe valia cansaço e falta de ar. Chegara ao seu limite; só o bisturi para dar jeito na situação, dissera o médico desanimado. Todos sabiam disso, a moça estava cada dia mais gorda. Valentina estava serena, iria para a forca sem pensar no cadafalso, pensava sua mãe quando olhava a filha obesa.

           E, finalmente o dia da cirurgia chegou para desespero de Clara, que acompanhou a filha até o Hospital. Valentina mostrava-se tranquila, parecia não se importar com a situação. E, quando vieram busca-la para o centro cirúrgico, a mãe ficou rezando para que sua cirurgia corresse bem.

          Foi uma manhã inteira de aflições e medos para aquela pobre mãe; embora Rui, o marido, estivesse ali, ele era impotente e só servia para dar o ombro para Clara chorar. Ela não saberia dizer quantas vezes pediu aos Santos e a Deus pela filha. O casal estava exausto, quando a porta se abriu e chegou a notícia de que a cirurgia havia acabado e a paciente estava na sala de recuperação.

          Os dois se abraçaram, agora começava uma nova etapa na vida da família, talvez a mais difícil de todas; conter a fome de Valentina. Sem dúvida, agora todos, estavam nas mãos de Deus. Pensou a mãe consolada pela notícia alvissareira. Valentina sobrevivera à cirurgia bariátrica...

        Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

"AINDA QUE HAJA NOITE NO CORAÇÃO, VALE A PENA SORRIR PARA QUE HAJA ESTRELAS NA ESCURIDÃO". AUTOR DESCONHECIDO.

UMA LUTA DIÁRIA
CAPÍTULO SEIS

           A mãe, então, tratou de marcar um médico endocrinologista o mais rápido possível, pois temia que Valentina desistisse da ideia. As duas foram ao médico, que educadamente explicou que precisava de exames de sangue para iniciar qualquer tratamento. Mãe e filha foram ao laboratório para colher o sangue da menina e, depois esperar que os exames ficassem prontos para levar ao médico.

             Finalmente estavam com os exames nas mãos e diante do médico endocrinologista. Ele explicou que devido à pouca idade de Valentina, iniciariam o regime com uma reeducação alimentar, onde toda a família deveria estar envolvida. Se quisessem obter êxito na reeducação alimentar da menina, deveriam se comprometer a evitar doces e massas nas refeições.

           O irmão e a irmã da menina protestaram, pois, eram magros e teriam que acompanhar o regime da irmã? Clara chamou os dois para uma conversa.

          – A irmã de vocês está com problemas e toda a família terá que colaborar para ajudá-la a emagrecer; é uma questão de vida ou morte. Enfatizou a mãe para os filhos contrariados, que saíram resmungando contra a situação estabelecida.

         - O cardápio é verde, parece um pasto, muito mato e grãos, dizia Celso inconformado.

         - Pouca carne e massas; de sobremesa frutas e nenhum doce, logo seremos apenas ossos. Choramingava a irmã mais velha, que tinha o corpo com as medidas perfeitas.

         Clara ficava nervosa por ver que os irmãos ironizavam a situação de Valentina, que lhe inspirava cuidados.

        Aos poucos todos se acostumaram ao novo cardápio; Ana e Celso comiam lanches fora de casa e assim, pararam de reclamar. Valentina perdeu quatro quilos em um mês, no entanto, mal dava para se notar. A menina voltou da consulta médica desanimada.

           – Tanto sacrifício com poucos resultados, não quero mais fazer regime. Dizia Valentina choramingando.

          No entanto, Clara e Rui não deixavam que ela desistisse, davam duro para ela manter o regime, com muita conversa e promessas de presentes e passeios. O Ferrugem deixou a bicicleta de lado para a amiga não ficar chateada.

          E, assim a menina emagreceu até chegar aos cento e dez quilos, daí não conseguiu emagrecer mais nada. O médico disse que somente a cirurgia conseguiria deixa-la magra, mas teriam que manter o regime até ela ter idade para fazer a intervenção cirúrgica.

         Foi uma luta diária que durou alguns anos. Clara e a família sofreram até Valentina chegar aos vinte e um anos. Uma moça obesa, arisca, introspectiva, que só gostava do amigo Ferrugem. Ele tornou-se um jovem alto, forte e de cabelos encaracolados da cor da ferrugem. Os dois não se largavam e todos perguntavam quando seria o casamento, então, desconversavam e saiam emburrados.

Valentina mantinha o peso entre cento e vinte e cento e trinta quilos e, já tinha indicação de cirurgia.

Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

"SEMPRE TENHA ESPERANÇA...A MELHOR SENSAÇÃO DO MUNDO É SABER QUE EXISTEM INFINITAS POSSIBILIDADES" AUTOR DESCONHECIDO.

ESPERANÇA

CAPÍTULO CINCO
        Clara, a partir deste dia, passou a tratar o menino com simpatia, pois sentia que ali estava o caminho para chegar ao coração da filha. Ferrugem era tímido, mas com o passar do tempo, parecia mais alegre e mais solto também; passava as tardes na casa de Valentina. Faziam a tarefa da escola e depois jogavam xadrez, dama ou baralho; vez ou outra riam para valer.

         A família estava apreensiva; o pai procurava conversar com a filha, que nem sempre estava receptiva. Ela só se transformava em contato com aquele menino desajeitado, que conseguia penetrar em seu coração. Os dois se entendiam e não se largavam, mas não queriam a companhia de ninguém. Se alguém se aproximava, eles se fechavam e saiam rapidamente.

Com o passar dos dias, Valentina passou a apresentar uma calma estranha, que muitas vezes parecia desinteresse por tudo ao seu redor. Não se abria para conversar com ninguém. Havia uma nuvem pesada pairando no ar e, Clara temia que a filha tentasse contra a própria vida novamente.

Porém, quando o amigo chegava seus olhos brilhavam e ela saia daquele marasmo. Não havia dúvidas de que o menino, fazia com que ela se sentisse menos triste. Os dias passavam e Valentina apresentava altos e baixos. Ora estava alegre e brincalhona, ora ficava trancada em seu quarto. A mãe lhe dava os remédios e esperava ela tomar, pois temia que ela os cuspisse fora.

Era uma situação preocupante, parecia que a paz nunca mais voltaria àquele lugar. Havia uma ameaça permanente assustando a todos. Valentina continuava a mesma menina relaxada e introspectiva; comia muito e agora vivia acompanhada de Ferrugem. Clara tinha medo de proibir essa amizade e ela se revoltar; não sabiam mais o que fazer.

Certo dia, o menino apareceu andando de bicicleta, disse que havia ganhado de presente. Disse que fora um tio quem lhe dera; estava feliz. No entanto, Valentina ficou muito triste, estava gorda para pilotar uma bicicleta. Em sua casa havia duas bicicletas, que eram de seus irmãos, mas ela não conseguia sair do lugar. Passou a tarde toda chorando e se lamentando.

Então, Clara propôs à filha procurar um médico para fazer um regime. E, para sua surpresa ela concordou e ficou feliz com a possibilidade de emagrecer. Clara lhe prometeu uma bicicleta e roupas novas se ela fizesse a dieta prescrita pelo médico.

 Pela primeira vez depois da tentativa de suicídio, Clara sentiu que sua filha estava de volta para eles. Seu coração pulsou forte, ainda restava uma esperança de recuperação para sua filha.
Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

"SER AMIGO É INTERPRETAR OLHARES, ENTENDER SILÊNCIOS, PERDOAR ERROS, GUARDAR SEGREDOS, PREVENIR QUEDAS E SECAR LÁGRIMAS". PAULO FERNANDES.


FERRUGEM, O AMIGO
CAPÍTULO QUATRO
          Clara pediu férias do seu trabalho para cuidar da filha, que estava em recuperação após a tentativa de suicídio. Valentina se encontrava em um estado lastimável, precisava da mãe perto dela o tempo todo. A situação era grave e Clara temia que a menina cometesse outra loucura. Levantava-se várias vezes durante a noite, para ir ver se a filha estava bem.

          O pai tentava, todas as noites, conversar com Valentina, porém ela apenas respondia com monossílabos evasivos. Foi, então, levada ao psicólogo, que não conseguiu grande coisa também; ela ouvia e não dava retorno. Demonstrava um desânimo total perante à vida, situação preocupante em uma adolescente. Parecia estar sofrendo de uma dor profunda. Sendo, posteriormente, encaminhada ao psiquiatra para ser acompanhada e medicada.

         Os dias foram passando e Valentina voltou a comer desesperadamente, retomando a sua rotina; parecia estar em seu estado normal. Na escola arrumou um amigo, que tinha o apelido de “Ferrugem”, era um menino desengonçado de cabelos vermelhos. No entanto, era ele que conseguia tirar sorrisos da menina. Seu relacionamento com a família era péssimo, falava somente o necessário.

        Clara e Rui não gostavam de ver a filha andando com um menino desleixado, mas o Ferrugem era o único que conseguia conversar com Valentina. Ele deveria saber todos os motivos de sua rebeldia e da tentativa de suicídio. Precisavam conversar com o menino.

         Certo dia, a menina estava na casa da avó e Ferrugem apareceu para chama-la, então, Clara o convidou para entrar e conversar um pouco. Precisava entender o que se passava com sua menina. A conversa foi difícil e truncada, mas esclarecedora.

- Qual o seu nome? Perguntou Clara, que não queria chama-lo pelo apelido, que lhe parecia desrespeitoso.
 – Claudionor, respondeu o Ferrugem.
 – Você gosta de Valentina?
 – Sim, é minha amiga. Então, me ajuda a entender a minha filha por favor, implorou a mulher desesperada.
O menino abaixou a cabeça, era tímido e queria fugir dali.
 - Não sei nada da vida dela, gaguejou o Claudionor.
          - Valentina lhe contou o motivo que a fez tentar acabar com a própria vida? Me responda para eu poder ajuda-la; é muito importante eu saber o que a aflige.
         O menino olhou para a mãe da amiga e sentiu que ela estava muito preocupada e resolveu falar.
          – Valentina quer morrer porque é gorda e feia. Os irmãos dela são bonitos e o pai e a mãe gostam somente deles.   
         – Ela lhe disse isso?
          – Sim, e que vai tentar outra vez.
           Clara ficou pálida diante do menino, que dentro de sua simplicidade demonstrava sua preocupação com a amiga.
          – Não quero que ela morra, eu gosto dela. E, duas lágrimas correram pelo rosto de Claudionor.

          A mulher, comovida, tratou de pegar um copo de suco para dar ao menino. Naquele momento, toda a aversão que sentia por ele, transformou-se em carinho e agradecimento por perceber que ali estava um amigo verdadeiro de Valentina.

Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

"DIFÍCIL É ENCONTRAR ALGUÉM QUE LHE ENTENDA, QUANDO VOCÊ NÃO CONSEGUE POR EM PALAVRAS AQUILO QUE TANTO LHE MACHUCA". AUTOR DESCONHECIDO


DIAS DIFÍCEIS
CAPÍTULO TRÊS
O dia seguinte surgiu e encontrou o casal dormindo sentados na poltrona da recepção do Hospital. Clara e Rui estavam exaustos de tanto chorar e, acabaram caindo no sono abraçados, tentando se consolar. A recepcionista, que rendeu a sua colega do noturno, foi acordá-los pois, já estavam chegando pacientes para serem atendidos.

- Por favor, vão para casa descansar, comer alguma coisa, que não adianta ficar aqui. A paciente está sendo bem cuidada, mais tarde podem retornar, que os deixarei entrar. Afirmou a moça com pena dos pais de Valentina.

Ambos ficaram em pé, estavam assustados e quando se lembraram do motivo pelo qual estavam ali, o desespero ficou estampado em seus rostos. Eles queriam informações sobre a filha, antes de irem para casa.

A enfermeira veio e lhes disse calmamente, que a paciente estava se recuperando lentamente, mas teriam que aguardar a evolução do quadro. Rui parecia desolado e abraçando sua esposa saiu em busca de um pouco de ar puro. Fora uma noite de puro pesadelo, seu corpo parecia moído; as dores estavam por toda parte.

Clara se agarrou ao marido chorando baixinho, precisava de apoio emocional; seu mundo estava de cabeça para baixo. E, ela não via saída; seu futuro estava irremediavelmente comprometido.

 - Como será minha vida daqui para a frente? Nunca mais terei paz, o medo da desgraça viverá como um fantasma me assombrando. Disse ao marido engolindo os soluços. Rui a abraçou com força, sentia o mesmo que ela.

            Vários dias se passaram e Valentina permanecia em coma para desespero da família. Depois de uma semana de tortura, a menina acordou e deu sinais de recuperação. Em três dias ela teve alta hospitalar e foi para casa. Estava emagrecida, mas o maior problema estava na cabeça; parecia dispersa e não queria conversar sobre o assunto. Estava deprimida; queria ficar no escuro e sozinha.

            Os irmãos mal conversam com ela, tinham medo de agravar a situação. Clara perdera o sossego, não saia de casa com medo que a filha fizesse outra loucura. O pai parecia perdido, tinha medo de retornar a casa e receber outra notícia ruim. A família estava em pânico.
 Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sábado, 3 de setembro de 2016

"É SÓ COM O CORAÇÃO QUE CONSEGUIMOS VER DE VERDADE, O QUE É ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS". O PEQUENO PRÍNCIPE.

DESESPERO
CAPÍTULO DOIS
           Ao adentrar ao seu quarto Valentina tropeçou no tapete, que estava na porta e caiu batendo a cabeça na parede; o barulho foi ensurdecedor. E, todos se levantaram para ver o acontecido. A mãe, o pai, Ana e Celso olhavam atônitos para Valentina, que já estava meio tonta; sofrendo o efeito dos medicamentos. Clara tentou levantar a filha, mas ela estava largada e seu corpo mole, parecia desmaiada.

            O pai e a mãe arrastaram a menina para a cama chamando pelo seu nome, mas não houve resposta. Ansiosos, estranharam quando ela começou a espumar pela boca. Clara desesperada, desconfiou que havia algo errado e correu para a cozinha. Assustada, ela viu as cartelas de remédio de pressão da avó vazias e jogadas sobre a pia.

           A mulher gritou para o pai e ambos se entreolharam apavorados. Clara pegou a chave do carro e deu ao marido. Em seguida, todos arrastaram Valentina até o automóvel, que precisou da ajuda do vizinho para colocá-la no carro, que saiu em desabalada carreira.

            Quando adentraram ao Pronto Socorro a menina estava pálida e desacordada. Clara começou a chorar enquanto os médicos e enfermeiros corriam com a maca até a sala de emergência. E, quando ela tentou adentrar a sala de emergência foi barrada e teve a porta fechada na cara; então, ela se desesperou com a gravidade da situação.

Duas horas se passaram sem que tivessem notícias da filha e o casal continuava ali, estarrecidos com a situação. Os dois irmãos se mantinham calados ao ver o sofrimento dos pais, nunca os tinham visto tão desesperados. Os avós chegaram e ficaram sentados calados, a espera de alguma notícia de Valentina. Podia-se ouvir os soluços de Clara, tão grande era o silêncio que reinava ali.


          Então, a porta se abriu e um médico paramentado de cirurgião entrou se dirigindo ao casal, que mal podia falar de tão nervosos que estavam.  

         - A paciente está estável no momento, foram feitas lavagens estomacais e aplicados todos os recursos disponíveis na área de emergência, pois o estado da paciente é muito grave. Ela está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde deverá permanecer até segunda ordem.

         Em seguida ele saiu silenciosamente, enquanto todos se olhavam assustados e perdidos. Então, apareceu uma enfermeira convidando os pais para verem a menina, um de cada vez. Depois todos deveriam deixar o local, pois, na UTI não pode ficar acompanhante. A moça foi categórica em sua colocação.

            Os familiares se retiraram levando Ana e Celso e no local permaneceram os pais de Valentina, que se perguntavam o motivo daquilo tudo. Quando saíssem daquela situação teriam que descobrir a causa que levou à filha a tomar uma atitude tão radical contra a própria vida.
Um texto de Eva Ibrahim.
 Continua na próxima semana.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

"AS BATALHAS MAIS IMPORTANTES SÃO AS QUE NÓS LUTAMOS, DIARIAMENTE, NO SILÊNCIO DE NOSSA ALMA". AUTOR DESCONHECIDO

BELEZA PURA
A DECISÃO
                                            CAPÍTULO UM 
            O calor castigava toda aquela região e, debaixo de um Sol escaldante Clara desceu do automóvel com um pacote nas mãos, trazia pães, presunto e queijo para o café da tarde. Ela tinha três filhos, Ana, Celso e Valentina, com diferença de um ano cada um. A convivência das crianças se tornou difícil, a partir do momento em que a caçula passou a engordar exageradamente. Os dois maiores estavam na piscina e Valentina, amuada, deitada no chão.

            Ana era uma menina linda, magra, loura e Celso um garoto comum, magro de grandes olhos verdes, porém, Valentina era a mais morena, olhos castanhos e rechonchuda; a beleza passara longe dela, diziam as más línguas. Porém, ela parecia não se importar, até que começou a se mostrar rebelde na escola e briguenta em sua casa. Se vestia igual aos meninos, nunca queria por um vestido ou um biquíni, por mais que Clara insistisse.

           Com os cabelos desgrenhados, a menina adentrou a porta da cozinha e sem lavar as mãos pegou um pão do pacote que a mãe colocara sobre a mesa. Clara gritou com ela, que saiu chutando a porta. Rui, o pai, entrou perguntando o que havia acontecido ali e depois de se assuntar do ocorrido, foi pegar as mãos de sua menina e a trouxe de volta para comer; ele era se defensor. Rui nutria um carinho especial pela filha, que lhe inspirava cuidados.

       Valentina comeu um pão, dois e no terceiro a mãe ficou brava novamente; iria se transformar em uma bola se não parasse de comer daquele jeito. Todos os dias havia brigas naquela casa por causa da gula da menina.

        E, com o passar dos meses ela se tornou uma adolescente obesa, estava com cento e quinze quilos. Cada dia mais relaxada, mais rebelde e comendo desesperadamente. A mãe tentou leva-la ao psicólogo e à nutricionista, porém, sem sucesso. Certo dia, Valentina chegou da escola suja, com as vestes rasgadas e sangrando no lábio superior. Sua mãe não teve dúvidas, partiu para cima dela e a agrediu gritando:

         - Você só me faz passar vergonha, eu não aguento mais. Depois foi para o quarto chorando. Clara estava decepcionada com a vida.

        Valentina não respondeu, entrou em seu quarto e se jogou na cama chorando, a mãe não gostava dela, iria se matar. A decisão fora tomada; ela queria que sua família sofresse de remorsos, principalmente sua mãe, que vivia dando broncas nela.

        Quando todos foram dormir, ela foi até o armário onde sua mãe guardava os remédios e pegou duas cartelas com comprimidos.

         - Aqueles deveriam servir. Pensou entre lágrimas. 
          Não se deu ao trabalho de ler o nome deles, qualquer um servia. Tomou todos com coca cola e depois foi se deitar para esperar a morte chegar.
Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

"QUANDO A ALEGRIA DE OUTRA PESSOA FOR SUA ALEGRIA, VOCÊ TERÁ ENTENDIDO O SIGNIFICADO DO AMOR". AUTOR DESCONHECIDO.

ELA ESTAVA TÃO BONITA
CAPÍTULO CINCO
            As touradas continuaram acontecendo, pois, o espetáculo não poderia parar. A causa era nobre e todos estavam empenhados em construir o Hospital tão necessário a população daquela região. Outros toureiros se apresentaram naquela arena, mas para Raquel nenhum poderia substituir o seu primeiro amor. Manolo a cativara e ela sentia saudades dele.

           Para todas as apresentações ela se vestia como se Manolo fosse aparecer por ali, nada tirava as esperanças da menina. Ela andava dispersa e arredia; sua mãe dizia que andava no mundo da lua. Mas, ela estava sofrendo de mal de amor não correspondido.  Muitas pessoas, um dia, tiveram um amor platônico, que as fez sofrer pela primeira vez e com isso as fez amadurecer e com Raquel não seria diferente.

         Certo dia, a menina ouviu seu pai dizer para sua mãe que o toureiro que se ferira, já estava se recuperando em casa; ela ficou feliz. Manolo estava bem, era tudo que ela precisava saber.

            Na terceira semana ela ainda acreditava que Manolo poderia aparecer por ali, era verão e as noites quentes convidavam a população para sair de casa. Então, a menina se arrumou como se fosse encontra-lo; lá no fundo tinha esperança de vê-lo ao menos uma última vez.

          Depois ficou postada em frente à entrada, esperaria todos entrarem. Quando a arena já estava lotada e os últimos espectadores adentravam ao local, Raquel quase perdeu o fôlego, ao perceber o automóvel do toureiro parar do outro lado da rua.

            A porta do automóvel foi aberta pelo motorista e Manolo saiu do veículo com o braço enfaixado; estava apoiado na tipoia. Do outro lado a porta se abriu e a loira desceu indo dar o braço ao toureiro, que fez uma careta de dor quando segurou o braço com a mão boa. E, de repente ele viu Raquel e lembrou-se da menina. Então, sorriu e cumprimentou-a com um aceno. Depois Manolo aproximou-se da menina e sorrindo disse à sua acompanhante:

         - Ela estava tão bonita! Que eu lhe dei uma rosa na noite da estreia.

          Depois entrou e foi se apresentar ao público na arena onde fora ferido em sua última apresentação. Em seguida, foi sentar-se no palanque onde estavam as pessoas influentes da cidade.

          Raquel estava nas nuvens, ele a reconhecera e até falara com ela; estava feliz. Aproveitaria para vê-lo e gravar sua imagem para sempre na memória. Aquele dia ficaria marcado em sua vida com saudades de seu primeiro amor.


Aqui termina a história de Raquel e as touradas beneficentes.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

"ESSA É A MAIS PURA VERDADE, O AMOR NÃO VÊ COM OS OLHOS, MAS COM O CORAÇÃO. NO ENTANTO, ABRA OS OLHOS, HÁ ENCANTOS ESCONDIDOS POR TODA PARTE". AUTOR DESCONHECIDO

COISAS DO CORAÇÃO
CAPÍTULO QUATRO
           A tourada foi iniciada com a apresentação dos cavaleiros, que demonstraram algumas habilidades de seus animais. Conseguiram arrancar aplausos da plateia, que se mostrava receptiva a todas as apresentações. Eram rodeios para angariar fundos para uma boa causa e a cada dia aumentavam os voluntários. A notícia dos eventos havia corrido por toda a região e as apresentações tinham plateias garantidas e lotação completa.

Raquel entrou com seu pai e irmãos e ficou contida na arquibancada, poderia somente aplaudir e se comportar como uma moça de família, alertou seu pai antes de entrarem. Era filha única com mais três irmãos, que a vigiavam o tempo todo; não poderia se manifestar. Ela já estava abalada por ter visto a loira segurando o braço de Manolo, sentia-se rejeitada e acuada.

No entanto, ela queria gritar o nome do objeto de seu amor “Manolo”, mas, depois aguentaria as consequências; não poderia mais frequentar o local, ela sabia disso. Os dois homens vestidos de palhaços e dentro de grandes sacos de palhas de milho ficavam circulando dentro da arena; tinham o intuito de proteger o toureiro distraindo o touro e brincavam com a platéia tirando aplausos.

 O espetáculo era alegre e festivo com músicas sertanejas tocando o tempo todo. Mas, naquele dia houve a apresentação de uma dupla caipira famosa e as pessoas se acotovelaram para poder entrar; não havia nenhum lugar vago, nem mesmo em pé.

Raquel ficou espremida entre o pai e os irmãos e quando Manolo entrou na arena ela tremeu, queria um olhar, um aceno, um sorriso para se sentir no paraíso. Ele acenou e cumprimentou todos os presentes e ela ficou embevecida ao vê-lo altivo em sua roupa verde segurando a capa vermelha.
O touro era o mais temido da região.

- Daria trabalho, Manolo teria que mostrar suas habilidades, pois, aquele animal já havia ferido outro toureiro. Dizia o dono da fera.

Quando o touro entrou bufando, a menina cobriu os olhos com as mãos. Não queria ver o touro atacar o seu amor. Foram momentos de muita expectativa e todos gritavam olé a cada investida do animal. De repente o animal se desvencilhou da capa e atingiu Manolo, que caiu ao chão. Houve um alvoroço no recinto e os dois homens dos sacos correram para acudir o toureiro. Enquanto o touro era contido o toureiro fora socorrido e conduzido ao Hospital.

Manolo havia tomado uma chifrada no braço direito, onde o sangue escorria, deixando parte do osso exposto. Um ferimento grave, dissera o médico que o atendera. Ficaria internado nos próximos dias e dificilmente voltaria às touradas.

Raquel saiu de cabeça baixa, nada poderia dizer. A menina teria que curtir sua dor sozinha; seu coração estava sangrando. Seu primeiro amor parecia não ter futuro, fora apenas uma ilusão de menina, mas doeu muito.


 Ela ficaria rezando para ele se restabelecer; queria muito vê-lo bem. Raquel ficaria esperando que um dia ele aparecesse por ali, porque ele fora responsável por despertar seu coração, que agora sofria por amor.  
Um texto de Eva Ibrahim

sábado, 6 de agosto de 2016

"EXISTE UMA MENINA DENTRO DE MIM E ESTA MENINA, TODOS OS DIAS, ME DIZ QUE EU AINDA PRECISO BRINCAR DE SER FELIZ, PORQUE SER FELIZ É COISA SÉRIA". SI CAETANO.

SONHOS DE MENINA
CAPÍTULO TRÊS
            Raquel acordou cedo, estava eufórica. E, quando saiu para comprar pães, a pedido de sua mãe, deu um jeito de passar em frente à praça de touros. Lá havia somente o pessoal da limpeza varrendo e recolhendo o lixo, que restara da festa de inauguração. A menina esperou que eles se afastassem e, entrou sorrateiramente até as arquibancadas.

              Sentou-se ali e ficou olhando a arena, onde na noite anterior houvera a primeira apresentação das touradas. Raquel, com os pães colocados no assento ao lado, esqueceu-se de todas as outras coisas, estava embevecida com a magia do lugar. Solitária em frente a arena, seu pensamento voava em busca de doces recordações. Não se cansava de pensar no toureiro, que na noite anterior se apresentara com uma dança louca e destemida, nunca vista por ela antes.

              Ali estava o príncipe encantado tão sonhado, e vinha com todos os encantos desejados. Tinha classe, magia e coragem; tudo o que ela queria. Entretanto, ele não notara que Raquel existia; era uns dez anos mais velho que ela e tinha olhos somente para mulheres vistosas e não meninas adolescentes. A rosa atirada fora um ato mecânico, que ele estava acostumado a oferecer ao final de cada apresentação.

          Quando chegou à sua casa, a mãe estava a sua espera e irada pela demora. Raquel entrou e foi para seu quarto, precisava ficar só e colocar as ideias em ordem. Estava alheia ao mundo real, criara um mundo particular, onde estava ela e o Manolo, nada mais.

              No entanto, o que a deixava chateada é que teria de esperar uma semana inteira, até o próximo sábado para rever o seu príncipe. Raquel queria ler sobre as touradas famosas na Espanha e no México, iria pesquisar na internet. Precisava entender a beleza dos movimentos que os toureiros fazem ao enfeitiçar o touro com a capa vermelha. E, depois sonhar com Manolo jogando a rosa para ela no final do espetáculo; era o que embalava sua imaginação.

         Na terça feira choveu muito; temporal com raios, trovões e muita água, deixando o local das touradas alagado. Em decorrência disso, o comentário geral era de que seria adiado o espetáculo do próximo sábado. Raquel chorou, não queria que a tourada fosse adiada, precisava ver o seu príncipe. Durante três dias o tempo permaneceu nublado e com chuvas ocasionais, porém, no sábado o Sol apareceu firme e forte.

Para a felicidade da menina foram iniciados os preparativos para os trabalhos daquele sábado. Ela se enfeitou para a festa com um vestido azul, que ganhara de sua avó. Estava muito feliz, iria rever o seu ídolo, o toureiro Manolo.

            A menina ficou posicionada em frente à praça de touros, queria ver o objeto do seu amor quando chegasse; estava nervosa. Manolo, finalmente apareceu, estava acompanhado por diversas pessoas e, entre elas, uma loira vistosa agarrada em seu braço. Passaram por Raquel e nem sequer a viram. Ela queria chorar, esperava que ele a cumprimentasse, mas apenas a ignorou ou nem a viu.

            Esta foi a sua primeira decepção, mas lá no fundo ela arrumava desculpas para ele, queria continuar a sonhar com tudo aquilo.
Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

"UM DIA ME DISSERAM QUE O SORRISO É UMA FORMA DE MOSTRARMOS O QUANTO GOSTAMOS DE ALGUÉM. E, HOJE ME PERGUNTARAM SE EU GOSTAVA DE VOCÊ E EU APENAS SORRI..." AUTOR DESCONHECIDO

PARECIA UM RAMALHETE
CAPÍTULO DOIS

A menina usava um vestido florido de fundo vermelho. As flores do campo coloridas pareciam jogadas aqui e ali em toda a extensão do tecido. Trazia nos cabelos um pequeno buquê de flores alaranjadas, que a deixavam com ar de ramalhete.

              Uma jovem cuja beleza despontava docemente em sua inocência de menina moça. Enquanto a música sertaneja era tocada na vitrola, as pessoas chegavam e adentravam ao recinto. Cada um procurava o melhor lugar para assistir de perto os trabalhos dos cavaleiros e toureiros.

          Entretanto, Raquel não arredava pé do local, queria ver o toureiro. Quando alguém tocava no nome do toureiro, os olhos dela brilhavam. Era um toureiro espanhol legítimo, todos comentavam.

           Manolo, o homem tão esperado pela menina, finalmente chegou; estava caracterizado com uma roupa verde e dourada. Usava uma capa preta e uma boina colocada de lado na cabeça. E, a menina se encantou imediatamente, ele representava todos os seus sonhos.

          Era um jovem atleta, alto, moreno, esguio e muito corajoso, pois, se colocava em frente ao touro sem medo. Seu histórico era de um valente toureiro, nunca fora ferido em combate. A menina adentrou ao recinto e se sentou na primeira fila que dava para a arena.

          Na arena havia dois homens vestidos de palhaços, que ficavam dentro de sacos de palhas andando de um lado ao outro. Tinham a função de distrair o touro se investisse em Manolo.

              A música parou e o apresentador iniciou os trabalhos daquela noite de estreia. Balões subiram aos céus e sob aplausos e gritos de “Olé”, Manolo ensaiava seus passos de matador em frente ao touro. Com uma capa vermelha ele desafiava o touro bravo, que bufava e batia o pé no chão. Raquel sentia medo, porém queria assistir a luta entre o homem e o animal até o fim.

           Ali não haveria morte, pois, no Brasil não existe sacrifícios de animais, mas o ritual era o mesmo. Uma dança louca, que deixava os olhinhos de Raquel extáticos. Manolo era exímio toureiro e por diversas vezes tirou suspiros da plateia.

            E, quando o show terminou, o toureiro pegou uma rosa que haviam atirado na arena e jogou para a menina, pois, ele havia reparado em seu encantamento. A partir daquele momento, a garota de apenas quinze anos, passava a ser cativa de Manolo.

              Raquel saiu dali com a rosa na mão e quando seu pai lhe perguntou quem lhe dera a flor, ela respondeu que pegara do chão. Aquele era um segredo seu, que ninguém poderia interferir. Ela estava nas nuvens. Sua cabeça rodava de emoção e seu coração lhe dizia, que aquele era seu príncipe encantado. 

          A rosa foi colocada em um vaso na estante da sala; era seu troféu. Naquela noite os seus sonhos foram embalados pela música e o toureiro rodopiando com ela na arena de touros.
 Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.
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