MOSTRAR VISUALIZAÇÕES DE PÁGINAS

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

"SE UM DIA VOCÊ TIVER QUE ESCOLHER ENTRE A RAZÃO E CORAÇÃO, ESCOLHA O CORAÇÃO...POIS NÃO É A RAZÃO QUE BATE PRA VOCÊ VIVER!" - PENSADOR.

 

O TRONCO

CORAÇÃO ALADO

         CAPÍTULO UM
     A mulher sentada em seu leito na enfermaria, passava o tempo folheando uma revista, que alguém largou sobre a mesa auxiliar. Havia uma reportagem sobre o meio ambiente, cujo foco principal eram as queimadas e o que restou delas. 
     Uma vasta área cheia de troncos, a maioria torrados e retorcidos pelo fogo, abria a reportagem. Apenas alguns conseguiram ficar inteiros, embora suas folhagens tenham sido consumidas pelo fogo, estes demonstravam força para se recuperar. A mulher coçou a cabeça, aquelas fotos mexiam com seu emocional.
     Tronco, essa palavra presente no dia a dia das pessoas nunca foi destaque, ou teve alguma importância para Tereza. Um substantivo de valor igual a tantos outros. Sempre ao ouvi-lo, nos  conduz e a ela também, a visualização de uma árvore, ou parte dela. Também pode ser lembrado, devido ao contexto da conversa, à  uma parte do corpo humano. No entanto, essa palavra modificou toda a vida dessa pessoa. 
    Uma mulher de setenta  anos, que sempre trabalhou na área da saúde, cuidando dos pacientes com muito carinho, essa é Tereza. Nunca aparentou a sua idade cronológica, é forte e saudável.  Sempre se orgulhou de sua saúde, mas certo dia, o médico cardiologista  pronunciou essa palavra e tudo mudou em sua vida.

    Essa história tem seu início em fevereiro de dois mil é dezenove no local de trabalho de Tereza. Ela estava no banheiro e  quando abriu a porta para sair sentiu uma tontura, em seguida  seu coração disparou. Parecia que seu peito iria explodir.
    Atordoada e surpresa com a situação, a mulher entrou em uma sala vazia e sentou -se, para ver se o seu coração se acalmava. 
    Ele Batia desesperadamente, parecia ter enlouquecido, a sensação era de que aquilo terminaria em morte, tamanha a angústia que gerou. Como não passava ela levantou-se, precisava de ajuda.
    Assustada, saiu dali e foi ao posto de enfermagem. Então Ana, a colega que se encontrava no setor, vendo que Tereza não estava bem, a conduziu até o multiparametrico, queria verificar seus sinais vitais. Assim, ela  constatou que a frequência cardíaca de Tereza estava altíssima, acusando cento e setenta batimentos por minuto. 
    Aquilo era muita coisa para seu pobre coração, que segundo a dona, nem apaixonado estava. Apenas se encontrava carregado de carinho por seus familiares e semelhantes. 
    Apavorada, Ana chamou o médico, que veio prontamente. Depois de certificar-se do que fora informado, ele insistiu para que Tereza se submetesse a um eletrocardiograma. No entanto, ela estava sentindo -se muito mal e se recusou a se deitar, para que o exame fosse feito. 
    Ficou sentada na copa esperando o coração se acalmar. O médico, que era um ginecologista, sem entender muito da situação, fez uma cartinha para que a funcionária procurasse o médico  cardiologista. 
    Em seguida, juntos aguardaram o coração recolher suas asas. Devagarinho seus batimentos cardíacos voltaram ao normal, minimizando a sensação de morte iminente. 
    Seu coração alado pousou lentamente em repouso e se acalmou dentro do peito de Tereza.
 Um texto de Eva Ibrahim Sousa 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

"FOGO E PAIXÃO"- WANDO- "(...) QUANDO TÃO LOUCA, ME BEIJA NA BOCA, ME AMA NO CHÃO. ME SUJA DE CARMIM, ME PÕE NA BOCA O MEL, LOUCA DE AMOR, ME CHAMA DE CÉU." COMPOSITORA: ROSE MARIE BURCCI ALVES D. REIS

OLHANDO O RIO

CAPÍTULO SEIS

           O rapaz foi bem recebido pela família de Gilda, pai mãe e irmão. A moça tinha sofrido um trauma com o assalto e precisava de apoio. Pedro dormiu no quarto de Lionel, o irmão mais novo da moça. Conversaram bastante antes de dormir, tinham afinidades. Ele estava feliz por estar tão perto dela, separado apenas por uma parede. Demorou a pegar no sono, estava muito emocionado, não conseguia relaxar.

          Como era verão, não foi surpresa o temporal que caiu à noite. Muitos relâmpagos e trovões ocasionaram a perda da energia elétrica, que perdurou até o amanhecer. Pedro teve pesadelos na escuridão da noite, reviveu todo o assalto, acordou sobressaltado.

           O domingo amanheceu ensolarado e depois do café ficou combinado, que todos iriam almoçar peixe na beira do rio Piracicaba, mais precisamente, na Rua do Porto

            Ao meio dia, a família entrou no automóvel em direção ao restaurante. Margearam o rio, que estava cheio, majestoso, com suas águas barrentas por causa das chuvas dos últimos dias. A rua estava em festa com a fartura de peixes e nas suas margens havia muitos pescadores, com varas, tentando fisgar algum para o almoço.

            O rio, cheio, caminhando revolto sobre seu leito de pedras, enchia os olhos dos turistas ali presentes. A umidade deixada pela chuva, brilhava com o Sol da manhã, dando esplendor à natureza.

             Gilda escolheu um restaurante, que proporcionava a vista do rio de uma maneira panorâmica. Era uma paisagem de encher os olhos pela sua grandeza. A família se acomodou em uma mesa próxima do parapeito protetor, dali podiam ouvir o barulho das águas. Pedro, então levantou-se da mesa e deixando sua timidez de lado, disse:

            - Com todo o respeito que Gilda e todos merecem, eu peço licença para fazer um pedido.

            - Queria pedir permissão para namorar, oficialmente, esta moça bonita, que aqui se encontra. Estou apaixonado por ela, que me encantou com esses lindos olhos verdes.

              A moça corou, não esperava aquela declaração de amor diante da sua família. E como todos os olhares estavam fixados nela, ela se manifestou dizendo:

             - Pedro! Não se usa mais pedir as pessoas em namoro, namora-se simplesmente. Você é jovem e está se comportando como um homem de antigamente. 

               Ele deu um leve sorriso e retrucou:

           - Gilda, eu sou mineiro e gosto das coisas bem claras, fui criado dessa maneira e não quero mudar, você aceita namorar comigo?

            - Para mim, eu já estava namorando, mas eu digo sim, se você preferir.

            Todos riram pela maneira que ela disse isso e concordaram com o rapaz, estava oficializado o namoro.

           Uma enorme travessa com um peixão assado foi colocada no centro da mesa e os acompanhamentos ao redor. Um perfume convidativo saia daquela comida maravilhosa, então, todos se concentraram no consumo do alimento.

            Cerca de quarenta minutos se passaram entre olhares furtivos de um para o outro. O clima era de alegria e o domingo de festa da natureza. Na mesa restou somente a espinha do peixe, que foi servido e degustado com prazer.

          Sentados e satisfeitos ficaram olhando o rio Piracicaba, enquanto esperavam a sobremesa. Um lindo lugar para marcar o início da felicidade do novo casal.

          De mãos dadas, os dois saíram dali, estavam felizes e Pedro não se cansava de olhar nos olhos da sua amada. Eram olhos profundos e brilhantes, como se fossem duas esmeraldas, que o enfeitiçaram para sempre.

 Um Texto de Eva Ibrahim Sousa


 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

"FOGO E PAIXÃO" - WANDO- "(...) VOCÊ É LUZ, É RAIO ESTRELA E LUAR. MANHÃ DE SOL, MEU IAIÁ, MEU IOIÔ. VOCÊ É "SIM" E NUNCA MEU "NÃO". QUANDO TÃO LOUCA ME BEIJA NA BOCA, ME AMA NO CHÃO." COMPOSITORA: ROSE MARIE BURCCI ALVES D. REIS.

                   A MARCA QUE ENCANTA

CAPÍTULO CINCO

             Pedro ficou desconsolado até o final da semana, não tinha vontade de trabalhar, pois sabia que Gilda não estaria lá. Os dias pareciam nublados, faltava brilho, animação, na verdade ele estava deprimido. Nunca havia passado por algo parecido, estava completamente apaixonado e seria capaz de fazer loucuras, para estar com sua amada.

            Finalmente, a manhã de sábado surgiu cheia de Sol. Um dia luminoso, que enchia a alma do rapaz de esperança. Naquele momento, encontrar-se com Gilda era a meta de sua vida. Seu coração disparava só em pensar nela, tinha urgência em encontrá-la.

              Pegou o ônibus na rodoviária, que se dirigia à cidade de Piracicaba, estava animado e eufórico, iria se encontrar com seu amor. Ficava imaginando o que diria para os pais dela, teria que ser convincente ao se expor, para pedi-la em namoro. A ansiedade não deixava ele relaxar, seus pensamentos controversos vinham como um temporal, deixando-o aflito.

              Em uma das melhores rodovias do país, o veículo parecia voar, o tempo correu rápido e quando viu, estavam passando ao lado de um rio enorme. O passageiro que estava sentado ao seu lado, disse:

            -  Veja, aí está o famoso rio Piracicaba, cheio de peixes deliciosos.

 Andaram um bom pedaço margeando as águas do rio e foram para a rodoviária.

           Pedro concordou com a cabeça, já tinha ouvido falar nesse Rio. O ônibus parou, os passageiros começaram a descer e para surpresa de Pedro, Gilda estava esperando por ele. O pai da moça aguardava encostado em um pilar do local, distante uns cinco metros do casal.

           O coração do rapaz acelerou, ele se aproximou da amada e lhe deu um beijo no rosto de raspão, a presença do pai o deixava cauteloso. No entanto, sua vontade era agarrá-la e beijá-la muito. Porém, ela estava ferida, não poderia se esquecer desse fato. Depois, dirigiu-se ao pai dela e lhe estendendo a mão, cumprimentou-o.

         Instintivamente, o casal sentou-se no banco de trás, tinham muito que conversar. Parecia que Pedro estivera na guerra por longos meses, tamanha era a ansiedade de ambos. Segurando na mão de Gilda, aquela do braço bom, ele disse:

            - Como você está? Ainda tem dores? Eu estava muito preocupado com você.  Pedro, queria penetrar nos pensamentos dela, tamanha era sua ansiedade em saber.

           - Estou melhor agora, minha cabeça ainda dói, a pancada foi forte, mas no braço não sinto quase nada, está imobilizado. Ela respondeu tranquilizando o rapaz, que não tirava os olhos dela. Os olhos verdes de Gilda brilhavam com uma profundeza, que o hipnotizavam.

          O pai olhava pelo retrovisor e percebia que havia algo muito forte entre os dois jovens. Ali existia carinho e interação nas palavras ditas. Homem experiente, olhou com bons olhos aquele início de relacionamento, daria seu apoio. Pensou com carinho.

              Seu maior desejo era ver a filha feliz e quando ela falou que gostava do colega que havia conhecido, ele percebeu que havia verdade em suas palavras. Porque os olhos de sua menina brilhavam como duas pedras preciosas, era sua marca de sinceridade, desde pequena.

           Chegaram a casa e entraram como um casal de pombinhos, arrulhando felizes.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

"FOGO E PAIXÃO" - WANDO - "(...) ME SUJA DE CARMIM, ME PÕE NA BOCA O MEL. LOUCA DE AMOR, ME CHAMA DE CÉU. OH! OH! OH! OH! OH!. E QUANDO SAI DE MIM, LEVA MEU CORAÇÃO. VOCÊ É FOGO, EU SOU PAIXÃO. (...) COMPOSITORA: ROSE MARIE BURCCI ALVES D. REIS"

 SOLIDÃO

CAPÍTULO QUATRO

             O rapaz ficou no hospital até escurecer, não queria deixar sua namorada sozinha no Pronto Socorro. Mas, não teve jeito, acabaram por dar um ultimato a ele, ou saia ou chamariam a segurança do local. Contra a vontade, ele se retirou e voltou para a casa da prima, estava desolado.

            Pedro não jantou e foi direto para seu quarto, se jogou na cama e chorou, como a muito tempo não fazia. A prima foi ver o que estava acontecendo e o convenceu a comer alguma coisa antes de dormir.

             Foi uma noite de pesadelos, acordou várias vezes assustado, não se conformava com a situação. Amanheceu, o despertador tocou e ele deu um pulo, tomou banho e saiu apressadamente, queria passar no hospital antes de ir trabalhar.

             Chegando ao Pronto Socorro, ele encontrou a enfermeira, que os atendera no dia anterior e conseguiu entrar, por cinco minutinhos, em companhia dela.  Lá encontrou a namorada acordada:

            - Minha cabeça dói, parece que está inchada, mas estou melhor, disse ela.

             Com dez pontos no couro cabeludo e o braço engessado, Gilda deu a seguinte notícia:

             - Eu terei alta após o almoço e o meu pai virá me buscar. Vou me recuperar no interior. Pedro ficou pálido:

               - Como? Eu quero estar perto de você e preciso trabalhar. Não, por favor.

             - Não posso fazer nada, meu pai virá me buscar e minha mãe vai cuidar de mim. Mas, você poderá ir me visitar no final de semana, vou falar de nós dois para eles.

             O rapaz ficou pensativo, estava visivelmente contrariado. Seu semblante se fechara e depois de algum tempo disse:

             - Sim, eu irei sem falta, me aguarde, estava mais conformado.

               Beijou a namorada e voltou ao trabalho. Não conseguia se concentrar, pensava no assalto e na amada, que acabou levando a pior. Pedro conseguiu sair mais cedo do trabalho e foi correndo para o hospital, queria ver Gilda, antes que ela fosse embora.

            Os pais da moça e a tia estavam aguardando a alta, para levar a moça para Piracicaba. Pedro se apresentou como colega de trabalho da filha deles, deixaria ela dar a notícia do namoro. Precisava ter cautela para não parecer intrometido.

            A paciente apareceu de cadeira de rodas, estava acompanhada de um profissional da saúde, que lhe desejou melhoras. Gilda levantou-se e deu um abraço no Pedro, depois subiu no automóvel. Estava abatida com os acontecimentos recentes, não estava em condições de explicar nada naquela hora.

            De dentro do veículo, ela disse que esperava por ele, no final de semana. Sua mãe olhou espantada, mas não disse nada. Desconfiou que ali havia alguma coisa além de amizade.

           O veículo partiu deixando Pedro com os olhos cheios de lágrimas, sentia-se frustrado. Não conseguira proteger seu amor, do ataque dos bandidos. Agora a solidão o esperava. Uma nuvem escura se abateu sobre ele, que seguiu cabisbaixo.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

"FOGO E PAIXÃO" - WANDO - "(...) E QUANDO SAI DE MIM, LEVA MEU CORAÇÃO, VOCÊ É FOGO EU SOU PAIXÃO. VOCÊ É LUZ, É RAIO ESTRELA E LUAR, MANHÃ DE SOL, MEU IAIA, MEU IOIÔ, VOCÊ É "SIM" E NUNCA MEU "NÃO". QUANDO TÃO LOUCA ME BEIJA NA BOCA, ME AMA NO CHÃO. (...) COMPOSITORA: ROSE MARIE BURCCI ALVES D. REIS"



NERVOS DE AÇO

CAPÍTULO TRÊS

          Na sexta-feira, Gilda saiu mais cedo do trabalho e Pedro não pode se despedir dela. Na verdade, ele queria combinar algum programa, para poder encontrá-la no final de semana. No entanto, passou o sábado e o domingo desconsolado, não tinha seu endereço e nem o telefone. O rapaz não sabia quase nada de sua musa, a tratava com cuidado, pois temia espantá-la.

           Demorou uma semana para Pedro criar coragem e dizer que queria namorá-la. Gilda sorriu, já sabia que isso iria acontecer, ele trazia escrito na cara que gostava dela. Os colegas da moça já estavam fazendo piadinhas sobre os dois, diziam que ele parecia um guarda costas, sempre atrás dela.

              Ela lhe disse que, no final de semana, fora para o interior, na casa de seus pais. Durante a semana, ela ficava na casa da tia, que era irmã do seu pai e na sexta-feira voltava para sua casa.

             O rapaz ficou animado, queria conhecer a família dela. Parecia que tudo corria bem, mais uma semana e ele iria até a casa de Gilda, no interior do Estado. O local ficava distante dali, teriam que viajar de ônibus durante duas horas. A cidade era Piracicaba e distava pouco mais de cento e cinquenta quilômetros da capital. 

            Entretanto, ninguém contava com uma invasão indesejada. Quatro bandidos, com armas em punho, adentraram o escritório da empresa, quando o último funcionário voltava do almoço. Eram elementos mascarados, que estavam ali para o "tudo" ou "nada".          

             De armas em punho, demonstrando agressividade e nervosismo, foram acuando as pessoas num canto. Queriam dinheiro, sabiam que haveria pagamento no local. Um deles agarrou o gerente e sob a mira do revolver exigia, que mostrasse onde estava o cofre. Na entrada, ficara outro bandido que rendera o guarda e tomara sua arma. Os outros dois ficavam aterrorizando as pessoas, que já estavam assustadas.

              O gerente pedia calma, iria fazer o possível para tudo acabar bem.

             O que eles não sabiam, era que o cofre ficava atrás de um quadro, no canto onde estavam os funcionários acuados. O gerente olhava para aquele local e temia um alvoroço com consequências imprevisíveis. Mas, teria que se submeter aos bandidos, que a cada minuto que passava, ficavam mais nervosos.

              Pedro puxou a namorada para perto de si, iria protege-la de qualquer jeito. Houve um começo de tumulto, uns empurrando os outros e os bandidos ameaçando com os revolveres.

            Um colaborador da empresa levou uma coronhada na cabeça, quando tentou se esgueirar para fora. Gilda viu o sangue escorrendo pelo rosto do rapaz e se assustou ainda mais. Ela não sabia o que fazer e se agarrou em um móvel, estava a ponto de ter um colapso nervoso. Pedro permanecia ao seu lado, mas nada podia fazer.

            Enquanto um bandido pressionava o gerente, o outro ficava de olho na porta e o terceiro puxava as pessoas para longe do cofre. Precisavam de espaço para correr com o malote de dinheiro.

            Foi tudo muito rápido e na correria, um bandido puxou o braço de Gilda torcendo-o, para tirá-la da frente. Depois a empurrou e ela caiu batendo a cabeça na quina da escrivaninha. Ficou no chão desacordada e Pedro desesperado.

           Os bandidos saíram em desabalada carreira, derrubando quem estivesse no caminho deles. Alguns funcionários da empresa tiveram pequenas escoriações, além da coronhada na cabeça, que rendeu um galo para o rapaz. Entretanto, o caso mais grave foi o de Gilda. Ela foi socorrida pela ambulância e permaneceu no Pronto Socorro para exames. Ficaria em observação por, pelo menos, vinte e quatro horas.

            Pedro ficou ao lado da namorada o tempo todo permitido. E, quando foi pegar em sua mão, viu que o braço esquerdo estava inchado. Com o seu toque ela gemeu alto, sentia dores no local. O médico, então, disse que iria pedir um Raio X para ver se havia fratura no local.

 Pedro respirou fundo, o dia estava difícil, queria que terminasse logo, pois, precisava ter nervos de aço para suportar tantos problemas.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

"FOGO E PAIXÃO" - WANDO - "(...) QUANDO TÃO LOUCA, ME BEIJA NA BOCA, ME AMA NO CHÃO. ME SUJA DE CARMIM, ME PÕE NA BOCA O MEL. LOUCA DE AMOR, ME CHAMA DE CÉU, OH!, OH!, OH!, OH!, OH!. (...)" COMPOSITORA: ROSE MARIE BURCCI ALVES D. REIS

                                      TOQUE DE AMOR

CAPÍTULO DOIS

          O mundo estava diferente, tinha um brilho nunca antes percebido por aquele rapaz, que queria dançar, abraçar as pessoas, brincar com os animais; estava eufórico. Quando entrou na casa de sua prima, admirou uma rosa no jardim.

             – Quem colocou essa flor aí? Não estava aí antes! Parou e contemplou sua beleza.

            Em seguida, com um sorriso diferente de contentamento, entrou e foi para seu quarto, precisava pensar. Jogado na cama, esquecera-se de tudo, seu pensamento estava longe.

           A prima foi chama-lo para o jantar. Pedro estava deitado sobre o leito olhando para o teto, então, ela percebeu que ele estava diferente e foi logo perguntando:

            - Está tudo bem? Você entrou direto para o quarto, está se sentindo mal?

              O rapaz sorriu, estava em transe, nem ele sabia o que estava sentindo, mas gostava da sensação inebriante, que se alojara em seu peito. Ao pensar em Gilda seu coração disparava, precisava daquela mulher em sua vida.

           - Não se preocupe Lola, conheci uma moça que está me tirando do sério. Acho que estou apaixonado, não consigo tirá-la do pensamento.

          Em seguida, sentou-se na cama e viu que ainda estava com a roupa do trabalho.

             - Vou tomar banho e já desço para o jantar.

             A prima saiu dali sorrindo, o sintoma de amor era igual para todos. Lembrou-se de quando se apaixonara por Vitório, ainda gostava dele, mas aquela sensação eletrizante dos primeiros tempos, já não existia mais. Estavam acostumados um com o outro e o fogo se apagou, ficou a certeza da presença constante de cada um.

           Dando na vista, Pedro queria ficar sozinho, para rever os momentos em que estivera perto daqueles olhos verdes. Tinha muitas coisas para perguntar a ela, mas teria que ir devagar para não assusta-la, não queria perde-la. Ligou a Televisão, mas não conseguia se concentrar, depois sentou-se em frente ao computador e, não sabia o que queria ali.

            Assim, apagou a luz e ficou deitado no escuro, precisava pensar em como agir com aquela deusa. Dormiu e sonhou que ela estava acompanhada de outro rapaz, acordou suando.

              - Ainda bem que foi somente um sonho, pensou e foi lavar o rosto na pia do banheiro. Estava realmente perturbado, nunca sentira nada parecido com aquilo

           O dia amanheceu e ele tratou de tomar um banho caprichado, queria ficar bonito para rever sua musa. Saiu antes da hora, precisava guardar lugar para ela, que subia no metrô uma estação depois dele.

             Quando ela entrou, seu coração disparou, ela estava mais linda ainda, como se isso fosse possível. Ele sorriu e ela retribuiu, depois sentou-se no lugar dele e na hora de sair, ele, instintivamente, tocou no braço dela. Sentiu um arrepio, aquele fora um toque de amor. Ela não fugiu, apenas aceitou normalmente. Gilda parecia gostar da presença dele, que se mostrava solícito com ela.

             Seguiram juntos até a empresa, cerca de um quilômetro, mas quando entraram, ele lamentou baixinho.

            - Poderia ser mais distante. Não tive tempo de conversar quase nada.

            Depois disse:

            - Até mais tarde, desejando estar com ela o tempo todo.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa 


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