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quarta-feira, 16 de setembro de 2020

"NÃO APRENDI DIZER ADEUS" LEONARDO "NÃO APRENDI DIZER ADEUS. MAS DEIXO VOCÊ IR SEM LÁGRIMAS NO OLHAR. SEU ADEUS ME MACHUCA. O INVERNO VAI PASSAR E APAGA A CICATRIZ". COMPOSITOR: JOEL MARQUES

                                         UM CASO SÉRIO 

CAPÍTULO ONZE

           No hospital, Otávio se contorcia em dores. Os analgésicos tiravam suas dores momentaneamente, mas logo, voltavam a atormentá-lo. A parte da pele que fora atingida pelo ácido, latejava o tempo todo, para dormir lhe davam sedativos potentes. O pouco que dormia, tinha pesadelos horríveis com o ataque de Liana. Ela o odiava e queria vê-lo morto, disso ele tinha certeza. 

            Seu olho esquerdo fora afetado parcialmente. Os exames acusaram lesões sérias, mas parciais, pois em um ato instintivo, ele fechou os olhos na hora do ataque, assim, o líquido não o cegou totalmente. O oftalmologista disse que ele poderá se tornar um deficiente visual, mas terão que esperar, para ver a extensão da lesão. 

           - As feridas no rosto foram profundas e em alguns lugares, necessitam de enxertos. Quanto a orelha, a situação é muito pior; terão que retirar a parte necrosada e ele ficará somente com a aba superior da cartilagem. O rapaz terá um longo tempo de internação e cuidados especiais do cirurgião plástico.    

      Essas informações obtidas por Júlia, foram dadas pelo médico, que atendeu o paciente e o acompanhou nos primeiros socorros, e ela repassou para Neiva. 

            - Diante dessa situação, Otavio mantem a queixa contra sua noiva, jamais a perdoará. A moça fez uma pausa, estava emocionada com a situação do seu amor. Assoou o nariz e prosseguiu:    

            - Ele está revoltado, disse que nunca poderia imaginar que Liana tivesse coragem, de praticar uma agressão tão grave.  O médico dissera que ele ficará com cicatrizes para o resto da vida. A cirurgia plástica fará tudo para minimizar as marcas, mas será difícil, diante da gravidade do quadro, prometer alguma coisa.

           Neiva manteve-se calada, não sabia o que dizer diante de fatos tão graves. Seu silêncio demonstrava sua tristeza, ela sentia que sua sobrinha estava encrencada pra valer. 

              Antônio, o pai de Liana, chegou a São Paulo quando já estava escuro, precisava arrumar um advogado, mas a noite seria difícil.  Deixaria a filha dormir mais uma noite na prisão, assim, ela teria tempo para refletir.

              O homem, revoltado com o problema criado, foi ao hospital, precisava saber da gravidade e extensão do ato praticado pela filha. Lá encontrou-se com a mãe de Otávio, que chegara mais cedo e estava furiosa. O chefe do rapaz, também, estava lá prestando solidariedade. 

              – O que será do meu filho agora? Ele estava feliz com o novo emprego. E começou a chorar. 

              O homem não sabia o que dizer, eram conhecidos de longa data e ele não poderia apoiar o ato insensato de sua filha e nem a traição do rapaz. No entanto, Antônio se comoveu com o sofrimento da mulher e tentou acalmá-la. 

            – Vamos tentar contornar essa situação, em que posso ajudá-la?

 Vera, era o nome da mãe de Otávio, não conseguia falar, estava tomada pela emoção e o homem tratou de pegar um copo com água e oferecer a ela. O desespero maior da mulher era não poder ver seu filho, por causa da pandemia. 

            Depois de algum tempo, a mulher concordou em acompanha-lo até a pensão, em que Neiva estava hospedada. As duas mulheres se acolheram com os olhos cheios de lágrimas; eram conhecidas de longa data. Neiva acompanhou Vera até o apartamento do filho, onde estava Júlia. 

          Antônio foi ao escritório de um advogado, indicado pelo chefe de Otávio para acompanhá-lo até a delegacia. Iria pagar a fiança e libertar sua filha no dia seguinte. Esteve na delegacia e disse isso a ela, a noite não seria possível, pois dependiam de documentos, que seriam obtidos no cartório.

            A moça chorou, mas não teve jeito e tratou de se acomodar no canto do beliche para dormir. Estava arrependida pelo ato praticado, ainda amava Otávio. As duas companheiras de cela ficaram vigiando a moça. 

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

 


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

"NÃO APRENDI DIZER ADEUS" -LEONARDO- "(...) NÃO APRENDI DIZER ADEUS, MAS TENHO QUE ACEITAR, QUE AMORES VEM E VÃO. SÃO AVES DE VERÃO. SE TENS QUE ME DEIXAR, QUE SEJA ENTÃO, FELIZ. (...)" COMPOSITOR: JOEL MARQUES

ATRÁS DAS GRADES

CAPÍTULO DEZ
             Dois policiais, um homem e uma mulher, escoltaram a moça até a cela. Liana parou na porta e com um leve toque no braço, foi coagida a entrar na cela. Titubeou diversas vezes, mas quando o policial disse que sua situação poderia piorar muito, se resistisse, ela entrou. Em seguida, foi empurrada para um beliche de cimento e a cela foi trancada.

            Naquele pequeno espaço estavam duas prisioneiras aguardando averiguações. As duas mulheres, que assistiam à chegada da nova recolhida, olhavam para a moça com muita curiosidade. Enquanto isso, Liana se encolhia de medo, não sabia como agir e começou a chorar. Sentia-se abandonada em um lugar hostil.

             A mulher, de meia idade e cabelos oxigenados, tinha cara de mau e aproximou-se com ar de poucos amigos. Encarou a novata e foi logo dizendo:

          - Pode parar com esse chororô, não vamos suportar baixo astral aqui. 

      Parou em frente ao beliche, impondo respeito. A outra moça, de cabelos encaracolados e pele morena, chegou mais perto de Liana e completou a fala da primeira:

                – Trata de ficar boazinha ou iremos te dar uma lição. Abre o bico e conta o fez para se juntar a nós?

              A nova encarcerada calou-se imediatamente, percebeu que corria perigo ali. As duas mulheres ficaram paradas, esperando ela contar o motivo, pelo qual estava presa. Liana tremia de medo e gaguejando falou:

              - Eu atirei ácido no rosto do meu noivo, que me traiu.

             As duas mulheres começaram a rir alto.

            – Então, a franguinha é corajosa, ela é das nossas! Frisou a mais velha e a outra concordou com a cabeça.

            Em seguida, a loira deu alguns tapas nas costas de Liana, aquele era seu jeito amistoso de aprovação. Depois, as duas inquisidoras, voltaram para seus lugares. Pareciam satisfeitas, por terem uma companheira ferrada com a justiça. As duas estavam no cárcere, por terem sido presas por tráfico de drogas.

           Liana se encolheu no canto da cama beliche, o colchão era fino e duro, engoliu o choro e gemeu baixinho, até adormecer. Acordou assustada, com a mulher oxigenada batendo em seu ombro.

            – Acorda! O café já chegou.

          A moça, sentou-se na cama e viu na mesinha de madeira uma caneca, que continha café com leite e um pão com margarina ao lado. O dia havia amanhecido e ela tinha muitas dúvidas em seu coração.

             - Como estará o Otávio? Será que minha tia vai conseguir o dinheiro para eu sair daqui? Serei presa? Meus pais não vão me perdoar.  
              
            Esses pensamentos bailavam em sua cabeça. Havia uma nuvem pairando no ar. Sua realidade era muito triste.

             Precisava fazer sua higiene, mas não tinha nada de seu naquele local. O banheiro era precário, feio e sujo, então ela fez xixi, jogou uma água no rosto e tratou de sair dali.

             Olhou para a caneca e sentiu-se mal, nunca imaginou estar numa situação tão precária em sua vida. As duas mulheres estavam esperando ela tomar o café com leite. No entanto, Liana pegou o pão, deu uma mordida e devolveu o restante à bandeja.

           - Menina! Trata de se alimentar, não sabe a que horas poderá comer novamente. 
Alertou, a loira mais falante, que se colocava como líder ali.

            Liana começou a chorar, não tinha apetite.

           Recolheram as bandejas de café, mas o pão ficou em cima da mesinha. Foi um pedido de suas companheiras de cela, estavam com pena dela.

           Enquanto isso, Neiva já havia ligado para a família, expondo a situação e pedindo o dinheiro para a fiança.

             A mãe ficou chocada com a notícia e o pai da moça resolveu viajar para São Paulo e se inteirar da situação, pessoalmente.

             O dia se arrastava lentamente e o almoço chegou; era uma quentinha. A marmita cheia de arroz com feijão, farofa e linguiça, comida suficiente para um homem trabalhador da construção civil.

            No entanto, ela queria uma coisa leve com verduras, legumes e sobremesa. Porém,  resolveu comer um pouco, a fome a estava maltratando. Comeu pouco e encostou a marmita longe, perto da parede.

            O dia se arrastava, o fim da tarde chegou e a moça estava desesperada, esperando notícias de sua tia. Não aguentaria mais uma noite naquele local. Liana parecia um bicho acuado, encolhida no canto do beliche.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

"NÃO APRENDI DIZER ADEUS" CANTOR: LEONARDO "(...) NÃO TENHO NADA PRA DIZER, SÓ O SILÊNCIO VAI FALAR POR MIM. EU SEI GUARDAR A MINHA DOR E APESAR DE TANTO AMOR, VAI SER MELHOR ASSIM. (...)" COMPOSITOR: JOEL MARQUES

O DRAMA

CAPÍTULO NOVE
               Neiva chegou esbaforida na pensão em que, as duas, tia e sobrinha estavam hospedadas. Entrou rapidamente e correu para ver se Liana estava lá dentro. Não viu nada e parou na porta do quarto, não sabia o que fazer. Quando ia deixar o recinto, ouviu um soluço, que vinha debaixo de uma das camas. Era Liana que se escondera naquele local escuro.

              A mulher abaixou-se para ver o que estava acontecendo com sua sobrinha. A moça, assustada, não queria sair do seu esconderijo, sabia que tinha feito uma besteira. Neiva tentou acalmá-la, no entanto, ela estava com muito medo das consequências de seu ato extremo. Parecia arrependida, agira em um momento de raiva.

              Depois de muita conversa e argumentos, Liana começou a ceder. Demorou, mas ela acabou saindo debaixo da cama.

            Queria saber o que fizeram com Otávio e onde ele estava.

            A tia tentava amenizar a situação, que por si só já era grave.

           - Qual substância você jogou nele? Perguntou, olhando firmemente para a sobrinha.

            E ela respondeu chorosa, não adiantava mentir.

              - É ácido sulfúrico, que comprei em uma farmácia de manipulação.

              - Isso é loucura, como você pode fazer uma coisa dessas? Poderá ser presa por isso. Vamos ao hospital agora. E, pegando na mão da moça disse:

             - Onde está o frasco? Vamos levá-lo junto conosco.

              Neiva chamou um táxi e disse o nome do hospital, que tinham encaminhado o rapaz. Chegaram ao Pronto socorro e foram ao balcão perguntar por Otávio. A recepcionista fez um sinal ao policial, que estava de plantão e ele veio atender ao chamado, imediatamente.  

           A tia ficou branca como cera, percebeu que havia algo errado no ar.

            – Qual é o seu nome? O policial perguntou a Liana.

           A moça, assustada, gaguejou e disse:

            - Liana Pimentel. Por que?

           - Porque terá que me acompanhar até a delegacia, para esclarecimentos. Afirmou o representante da lei.

          - A moça deu um passo para trás, não poderia ser verdade aquilo tudo.

         Neiva se aproximou e abraçou a sobrinha, querendo protege-la.

           - Qual é a acusação que pesa sobre ela?

          A acusação de lesão grave, com a intenção de matar.

            -Não, gemeu Liana, eu só queria assustá-lo. Eu o amo, não quero que morra. Ele é meu noivo e me traiu, por isso eu agi assim.

          Tenho ordens para conduzi-la a delegacia, vai por bem ou devo algemá-la? Perguntou o policial sério.

             Neiva se apressou dizendo:

             - Vamos resolver isso, não precisa de algemas.

            Quando chegaram à delegacia deram de cara com Júlia, que acabara de acusar Liana do ataque sofrido por Otávio.

Enquanto isso, o rapaz gemia desesperado, apesar das medicações para sanar suas dores. O paciente aguardava a avaliação do oftalmologista, pois corria sério risco de perder a visão do lado esquerdo. Sua orelha estava arroxeada, poderia perder partes dela também.

A pele que foi atingida, queimava como fogo em sua vermelhidão. Otávio estava na Unidade de Terapia Intensiva em estado grave. Precisava de cuidados intensivos do oftalmologista e da cirurgia plástica. Júlia não se conformava com o ataque sofrido por seu amor.

Na delegacia foi lavrado o auto em flagrante, e a moça indiciada em inquérito. Teria que permanecer presa ou pagar uma fiança para responder em liberdade.

A fiança era de dois mil reais e Neiva precisava de tempo para conseguir essa quantia. Assim, Liana passaria a noite presa em uma cela da delegacia. Não teve jeito e a acusada foi levada contra a vontade da tia, que saiu na noite escura, sem saber como agir.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

"NÃO APRENDI DIZER ADEUS" - CANTOR LEONARDO - "NÃO APRENDI DIZER ADEUS. NÃO SEI SE VOU ME ACOSTUMAR. OLHANDO ASSIM NOS OLHOS SEUS, SEI QUE VAI FICAR NOS MEUS A MARCA DESSE OLHAR". COMPOSITOR: JOEL MARQUES

O ATAQUE

CAPITULO OITO
           A tia esperou até a moça entrar no banho e ligou para Otávio, precisava conversar sem a presença da sobrinha. Tocou o celular até cair a ligação, tentou várias vezes e não obteve resposta. Neiva estava decepcionada com a atitude do rapaz, que era íntimo em sua família, mandou uma mensagem no whatsapp, dizendo o seguinte:

             - Otávio, você precisa conversar com Liana e resolver essa situação, antes de voltarmos para nossa terra. Por favor, responda-me, pois precisamos agir como adultos responsáveis. Nessa vida nada é definitivo, portanto marque um local para nos encontrarmos, eu, Liana e você. Pode, também, levar a moça que vimos no seu apartamento. Aguardo sua resposta. Neiva

             O dia terminou e a resposta não veio. As duas mulheres concordaram em esperar até o dia seguinte, para pensar em outra solução. Ele não poderia fugir delas, era um bom moço e não um bandido.

              Elas tinham razão, o rapaz ficou preocupado, preferia não ver mais a noiva, não a queria mais. Mas, sabia que não poderia fugir daquela situação, sentia-se mal por sua covardia.

             Procurou convencer a Júlia a acompanha-lo, mas ela estava aborrecida com sua mentira e não queria participar daquela conversa.

           -É um problema seu, trate de resolvê-lo ou vou abandoná-lo e se fechou no quarto.

             Otávio estava acuado dos dois lados e respondeu para Neiva, que poderiam se encontrar em uma lanchonete perto dali, no final da tarde. Iria em lugar público, assim Liana não faria nenhum escândalo. Tinha medo da reação da moça, que era impulsiva e estava irada.

            A noiva ficou satisfeita com a resposta do seu noivo, esperava que a sua amante fosse junto com ele. Ela queria jogar sua aliança na cara de sua rival. A humilhação sofrida não ficaria barata para ambos.

             O dia parecia andar lentamente, ela tinha um plano para se vingar dele. Finalmente a tarde chegou e as duas mulheres se dirigiram à lanchonete, escolhida por ele. Liana levava na bolsa a surpresa para Otávio. Esperaria a hora certa para agir. Seu coração estava acelerado e seus pensamentos fixos em vingança.

            Ele ainda não estava lá, tiveram que esperar 15 minutos além da hora marcada. Otávio chegou lentamente, estava envergonhado de sua atitude, mas não voltaria atrás. Estava feliz com Julia e pretendia se casar com ela.

            As saudações foram formais e frias, havia uma nuvem negra no ar. O rapaz sentiu vontade de fugir, mas não seria possível. Liana não abriu a boca, queria, apenas, ouvir suas explicações. A tia perguntou:

            - Otávio, o que aconteceu para você fazer essa sujeira com minha sobrinha? A pergunta caiu como uma bomba em cima dele, que gaguejou dizendo:

            - Não fiz por mal, nunca planejei isso. Foi uma paixão repentina por Júlia. Tentei explicar isso quando estive com você, disse olhando para sua noiva.

              A moça desviou o olhar, sentiu-se mal, teve vontade de vomitar, como ele podia ser tão cruel com ela? Pensou e abriu sua bolsa.

               Otávio continuou falando:

            - Pode ficar com tudo o que compramos juntos, eu só quero desfazer o noivado, sinto muito.

            Liana não se conteve e tirando o frasco de dentro de sua bolsa, abriu e atirou o líquido no rosto do rapaz.

           Otávio se levantou rapidamente, levando a mão ao rosto com olhar desesperado. A moça saiu correndo e a tia gritou pedindo ajuda.

             Várias pessoas se aproximaram e o gerente levou o rapaz para lavar o rosto, que parecia pegar fogo. Alguém chamou a ambulância. Logo chegou o socorro, que o encaminhou ao hospital. Dos olhos do rapaz corriam lágrimas de dor, estava desesperado.

              Neiva ficou perdida e surpresa com o ato tresloucado de sua sobrinha, não sabia o que fazer. Saiu do meio do tumulto e voltou para a pensão, com a esperança de encontrar a sobrinha lá.

             O que ela percebeu foi a vermelhidão, que se formou no rosto do rapaz, o líquido escorreu da testa até o pescoço de Otávio. Pegou todo o lado esquerdo, passando pelo olho e a orelha.

              A mulher precisava saber o que era aquele líquido e avisar o hospital; queria ajudar o rapaz.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

"ROUPA NOVA" "LINDA DEMAIS" "(...) VEM CONQUISTAR MEU MUNDO, DIVIDIR O QUE É SEU. MIL BEIJOS DE AMOR EM MUITOS LENÇÓIS, SÓ EU E VOCÊ. LINDA, CONTE A MIM TEU SEGREDO. PRO MEU SONHO DIGA QUEM É VOCÊ. LIVRE, NUNCA MAIS TENHA MEDO, POIS QUEM AMA TUDO PODE VENCER". COMPOSITORES: EURICO PEREIRA DA SILVA FILHO/ LUIZ OCTÁVIO PAES DE OLIVEIRA

DESATINO

CAPÍTULO SETE
              Liana e sua tia Neiva tocaram a campainha e aguardaram em frente à porta do apartamento. As duas portavam bolsas de viagem, pois pretendiam ficar alguns dias na capital paulista. Ninguém apareceu, estavam ansiosas para rever Otávio. Mais um pouco e nada, tocaram a campainha pela segunda vez, então se entreolharam.

              - Será que o porteiro se enganou? Não há ninguém aí dentro?

          Neiva retrucou e olhou com apreensão à sua sobrinha. Novamente, ninguém atendeu ao chamado. A moça, em resposta, tocou a campainha pela terceira vez.

            Depois de dez longos minutos, ouviu-se um barulho lá dentro, alguém resmungou e veio em direção à porta. O coração da moça parecia querer pular do seu peito. Estava desesperada para rever seu noivo, queria pular em seu pescoço e beijá-lo muito. No entanto, o que ela não poderia imaginar aconteceu. Uma moça abriu a porta e perguntou:    
       
        - Quem são vocês? O que querem?

          Liana perdeu o chão em que pisava, a moça, que atendeu a porta, estava enrolada em uma coberta e era visível que estivera deitada na cama. Nesse momento apareceu o noivo vestindo uma bermuda e perguntando:

             - Júlia, quem está aí?

             Era o Otávio, que ficou branco como um papel, ao ver Liana e sua tia na porta do seu apartamento.

          A situação era vexatória, pois a Júlia desconhecia a existência da noiva de Otávio e Liana dera o maior flagrante no traidor. A situação criada na porta do apartamento era insustentável e Liana começou a gritar com Otávio:

            - Quem é essa vagabunda? Fala pelo amor de Deus? Por que está aí com você?

            A moça estava completamente descontrolada. A tia procurava acalmá-la, mas ela estava furiosa.

            As portas dos outros apartamentos começaram a se abrirem, queriam saber o que era aquela gritaria. Otávio puxou Liana para dentro e Neiva a acompanhou. O rapaz ficou encurralado, as três mulheres queriam mata-lo.

             Júlia, que não sabia de nada, estava muda diante daquela explosão da moça, que se dizia noiva de Otávio. A tia procurava acalmar a situação e tentava levar a sobrinha dali. Liana chorava e gritava ao mesmo tempo, dizendo que ele iria pagar por aquela humilhação; era um canalha traidor.

              O porteiro subiu para saber o que estava acontecendo, que outros inquilinos estavam reclamando da balburdia. Então, pediu para as duas mulheres se retirarem ou iria chamar a polícia. Com muito custo, a tia conseguiu convencer a sobrinha a irem embora. Desceram acompanhadas do porteiro, que ficou sabendo da traição do rapaz. Lamentou, mas pediu que não voltassem mais ali.

          As duas mulheres foram para uma pensão indicada pelo mesmo homem, o porteiro do prédio de Otávio. Liana não comeu nada, passou a noite andando de um lado para outro. Chorava e se lamentava dizendo:

           - Minha vida está acabada, ele me paga, não mereço isso.

            A tia pedia para se acalmar, não era a primeira e nem seria a última noiva a ser traída. Liana nem ouvia o que sua tia falava, estava com os pensamentos em outro lugar.

             O dia amanheceu e a moça saiu para caminhar, não pregara o olho durante a noite. Passou diante de um posto de combustível e parou, em um momento teve uma ideia, tinha visto na televisão. Então pensou, que Otávio merecia uma lição e aquela vagabunda, que está com ele, também. Nunca mais iriam rir dela e seu coração sorriu; precisava se vingar.

           Entrou e comprou um frasco de ácido sulfúrico, que a ajudaria a dar uma lição nos dois traidores. Disse que era para colocar na bateria do seu automóvel, que o marido iria recuperar. Não contaria nada à sua tia ou ela tentaria demove-la de seu intento. Voltou para a pensão e agiu normalmente, tomou banho e depois comeu junto com a tia. A mulher ficou contente, parecia que a sobrinha estava conformada.

              Neiva respirou fundo, estava aliviada. Liana esperou um tempo e disse: 

         - Tia eu quero que a senhora peça para o Otávio vir conversar comigo, temos muitas coisas para resolver. Não volto para casa sem dar uma solução para essa situação. Por favor, peça para ele trazer a moça junto.

            Neiva achou estranho que Liana pedisse para trazer a moça junto, mas ela precisava tirar aquela história a limpo. Iria atender o pedido da sobrinha.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

"ROUPA NOVA" "LINDA DEMAIS" "(...) VEM CONQUISTAR MEU MUNDO, DIVIDIR O QUE É SEU. MIL BEIJOS DE AMOR EM MUITOS LENÇÓIS, SÓ EU E VOCÊ; OH! OH! LINDA. VEM FAZER DIFERENTE. O QUE NINGUÉM MAIS FAZ. FAZ PARTE DE MIM, ME INVENTA OUTRA VEZ(...)" COMPOSITORES: EURICO PEREIRA DA SILVA/ LUIZ OCTÁVIO PAES DE OLIVEIRA.Ê

                                                        ALUCINADA

   CAPÍTULO SEIS
           O rapaz, afogueado, pegou o primeiro avião e as dez horas, o avião já estava sobrevoando a cidade de São Paulo. Otávio olhou pela janela e respirou fundo, estava aliviado. Naquele lugar ele era um homem livre, para viver um novo amor. Havia uma nuvem em seu olhar, era a preocupação por tudo que ficara para trás. No entanto, iria em frente, era uma decisão sem volta.

          O avião estacionou e foi aberto para que as pessoas descessem. Houve um burburinho, todos tinham pressa, inclusive Otávio. Finalmente ele alcançou a porta e desceu rapidamente, precisava ligar para Júlia. O relógio marcava onze horas da manhã, quando ela atendeu ao seu toque.

           - Júlia, estou ligando para dizer que já estou em São Paulo, quando você pretende voltar?

            - Como? Onde você está? A moça perguntou surpresa.

            - Eu precisei voltar hoje, a empresa me chamou, estarei me apresentando no escritório após o almoço. Ficarei esperando por você aqui. Quando você voltará? O rapaz foi enfático.

            - Somente no final da semana eu poderei estar em São Paulo. Meu pé ainda dói e devo tirar os pontos da minha testa, antes de retornar. Afirmou a moça.

              - Vou retirar minha bagagem, já está à vista. Falamos mais tarde, estarei esperando por você.

                Otávio sorriu, finalmente iria lutar por um sentimento que desabrochava com força. Foi para seu apartamento descansar, seu ombro doía muito, então tomou um analgésico e se jogou na cama. Acordou com fome e lembrou-se que não havia comido nada. Tomou um banho e saiu para comer na rua.

             O rapaz ficou algum tempo sentado na lanchonete, pensando em tudo que deixou para trás. Não saberia dizer quando poderia voltar à sua terra natal. Sentia-se envergonhado pela atitude tomada, mas não tivera outra saída.

              Em dado momento o celular tocou, era Liana. Ele ficou indeciso se atendia ou não. Resolveu atender e ver o que ela queria.

             - Onde você está, por que não veio aqui hoje? A moça parecia nervosa.

              -Houve um imprevisto e eu precisei voltar rapidamente, devo me apresentar à empresa, eles precisam de mim. Otávio afirmou categoricamente.

              - Como? Você nem se despediu de mim, precisamos conversar. A moça gritou do outro lado do celular.

               - Sim, vamos conversar, mas no momento eu não posso falar, estou chegando na empresa. Até mais e desligou.

               Otávio estava irado com sua noiva, ela gritou com ele.

                 A moça ficou chorando, havia alguma coisa errada, ela percebeu o descaso na voz do seu noivo. Liana ligou para ele várias vezes durante a semana seguinte, mas ele nunca podia falar com ela.

               Júlia voltou a São Paulo no final da semana e Otávio foi busca-la no aeroporto. Estavam alegres e seguiram abraçados, precisavam matar as saudades.

              O casal estava vivendo um caso de amor, havia um grande sentimento crescendo entre eles. Os dias se sucederam e o amor floresceu entre os dois.

            Certo dia, ela passou a noite lá e foi ficando, em alguns dias, passou a morar no apartamento dele; estavam vivendo uma lua de mel. O rapaz procurava ignorar todos os telefonemas de sua noiva, não a queria mais.

           Otávio sentia medo de se encontrar com Liana, no entanto, não imaginava que ela viesse atrás dele na capital paulista. Já havia se passado três semanas de sua chegada à São Paulo e, ele estava feliz e tranquilo com Júlia ao seu lado.

             Liana não costumava viajar de avião e sua mãe não permitiria que viajasse sozinha. Ele sabia disso e se agarrava a essa ideia. Mas ela queria saber o que estava acontecendo, para Otávio ter mudado tanto e faria o impossível para descobrir. A moça se preparou para encontra-lo, queria surpreendê-lo.

            Chegou a São Paulo acompanhada de sua tia, pois sua mãe não permitiria que ela viajasse sozinha. A tia estava preocupada com Liana, tinha medo de encontrar alguma surpresa ruim. Mas, a sobrinha estava decidida a descobrir o que havia de errado com Otávio.

           Ela tinha o endereço dele e estava decidida a resolver aquela situação. Chegaram ao apartamento onde ele morava, havia muita ansiedade no rosto da moça, tinha que surpreendê-lo.

            Passou uma conversa no porteiro, para que ele deixasse as duas subirem sem avisar. Disseram que era tia e irmã de Otávio e queriam fazer uma surpresa. Ele estava em casa, o porteiro dissera para elas. Então, adentraram ao elevador e chegaram em frente ao apartamento do rapaz.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa
MEU MUNDO REINVENTADO.

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