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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

"NÃO APRENDI DIZER ADEUS" CANTOR: LEONARDO "(...) NÃO TENHO NADA PRA DIZER, SÓ O SILÊNCIO VAI FALAR POR MIM. EU SEI GUARDAR A MINHA DOR E APESAR DE TANTO AMOR, VAI SER MELHOR ASSIM. (...)" COMPOSITOR: JOEL MARQUES

O DRAMA

CAPÍTULO NOVE
               Neiva chegou esbaforida na pensão em que, as duas, tia e sobrinha estavam hospedadas. Entrou rapidamente e correu para ver se Liana estava lá dentro. Não viu nada e parou na porta do quarto, não sabia o que fazer. Quando ia deixar o recinto, ouviu um soluço, que vinha debaixo de uma das camas. Era Liana que se escondera naquele local escuro.

              A mulher abaixou-se para ver o que estava acontecendo com sua sobrinha. A moça, assustada, não queria sair do seu esconderijo, sabia que tinha feito uma besteira. Neiva tentou acalmá-la, no entanto, ela estava com muito medo das consequências de seu ato extremo. Parecia arrependida, agira em um momento de raiva.

              Depois de muita conversa e argumentos, Liana começou a ceder. Demorou, mas ela acabou saindo debaixo da cama.

            Queria saber o que fizeram com Otávio e onde ele estava.

            A tia tentava amenizar a situação, que por si só já era grave.

           - Qual substância você jogou nele? Perguntou, olhando firmemente para a sobrinha.

            E ela respondeu chorosa, não adiantava mentir.

              - É ácido sulfúrico, que comprei em uma farmácia de manipulação.

              - Isso é loucura, como você pode fazer uma coisa dessas? Poderá ser presa por isso. Vamos ao hospital agora. E, pegando na mão da moça disse:

             - Onde está o frasco? Vamos levá-lo junto conosco.

              Neiva chamou um táxi e disse o nome do hospital, que tinham encaminhado o rapaz. Chegaram ao Pronto socorro e foram ao balcão perguntar por Otávio. A recepcionista fez um sinal ao policial, que estava de plantão e ele veio atender ao chamado, imediatamente.  

           A tia ficou branca como cera, percebeu que havia algo errado no ar.

            – Qual é o seu nome? O policial perguntou a Liana.

           A moça, assustada, gaguejou e disse:

            - Liana Pimentel. Por que?

           - Porque terá que me acompanhar até a delegacia, para esclarecimentos. Afirmou o representante da lei.

          - A moça deu um passo para trás, não poderia ser verdade aquilo tudo.

         Neiva se aproximou e abraçou a sobrinha, querendo protege-la.

           - Qual é a acusação que pesa sobre ela?

          A acusação de lesão grave, com a intenção de matar.

            -Não, gemeu Liana, eu só queria assustá-lo. Eu o amo, não quero que morra. Ele é meu noivo e me traiu, por isso eu agi assim.

          Tenho ordens para conduzi-la a delegacia, vai por bem ou devo algemá-la? Perguntou o policial sério.

             Neiva se apressou dizendo:

             - Vamos resolver isso, não precisa de algemas.

            Quando chegaram à delegacia deram de cara com Júlia, que acabara de acusar Liana do ataque sofrido por Otávio.

Enquanto isso, o rapaz gemia desesperado, apesar das medicações para sanar suas dores. O paciente aguardava a avaliação do oftalmologista, pois corria sério risco de perder a visão do lado esquerdo. Sua orelha estava arroxeada, poderia perder partes dela também.

A pele que foi atingida, queimava como fogo em sua vermelhidão. Otávio estava na Unidade de Terapia Intensiva em estado grave. Precisava de cuidados intensivos do oftalmologista e da cirurgia plástica. Júlia não se conformava com o ataque sofrido por seu amor.

Na delegacia foi lavrado o auto em flagrante, e a moça indiciada em inquérito. Teria que permanecer presa ou pagar uma fiança para responder em liberdade.

A fiança era de dois mil reais e Neiva precisava de tempo para conseguir essa quantia. Assim, Liana passaria a noite presa em uma cela da delegacia. Não teve jeito e a acusada foi levada contra a vontade da tia, que saiu na noite escura, sem saber como agir.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

"NÃO APRENDI DIZER ADEUS" - CANTOR LEONARDO - "NÃO APRENDI DIZER ADEUS. NÃO SEI SE VOU ME ACOSTUMAR. OLHANDO ASSIM NOS OLHOS SEUS, SEI QUE VAI FICAR NOS MEUS A MARCA DESSE OLHAR". COMPOSITOR: JOEL MARQUES

O ATAQUE

CAPITULO OITO
           A tia esperou até a moça entrar no banho e ligou para Otávio, precisava conversar sem a presença da sobrinha. Tocou o celular até cair a ligação, tentou várias vezes e não obteve resposta. Neiva estava decepcionada com a atitude do rapaz, que era íntimo em sua família, mandou uma mensagem no whatsapp, dizendo o seguinte:

             - Otávio, você precisa conversar com Liana e resolver essa situação, antes de voltarmos para nossa terra. Por favor, responda-me, pois precisamos agir como adultos responsáveis. Nessa vida nada é definitivo, portanto marque um local para nos encontrarmos, eu, Liana e você. Pode, também, levar a moça que vimos no seu apartamento. Aguardo sua resposta. Neiva

             O dia terminou e a resposta não veio. As duas mulheres concordaram em esperar até o dia seguinte, para pensar em outra solução. Ele não poderia fugir delas, era um bom moço e não um bandido.

              Elas tinham razão, o rapaz ficou preocupado, preferia não ver mais a noiva, não a queria mais. Mas, sabia que não poderia fugir daquela situação, sentia-se mal por sua covardia.

             Procurou convencer a Júlia a acompanha-lo, mas ela estava aborrecida com sua mentira e não queria participar daquela conversa.

           -É um problema seu, trate de resolvê-lo ou vou abandoná-lo e se fechou no quarto.

             Otávio estava acuado dos dois lados e respondeu para Neiva, que poderiam se encontrar em uma lanchonete perto dali, no final da tarde. Iria em lugar público, assim Liana não faria nenhum escândalo. Tinha medo da reação da moça, que era impulsiva e estava irada.

            A noiva ficou satisfeita com a resposta do seu noivo, esperava que a sua amante fosse junto com ele. Ela queria jogar sua aliança na cara de sua rival. A humilhação sofrida não ficaria barata para ambos.

             O dia parecia andar lentamente, ela tinha um plano para se vingar dele. Finalmente a tarde chegou e as duas mulheres se dirigiram à lanchonete, escolhida por ele. Liana levava na bolsa a surpresa para Otávio. Esperaria a hora certa para agir. Seu coração estava acelerado e seus pensamentos fixos em vingança.

            Ele ainda não estava lá, tiveram que esperar 15 minutos além da hora marcada. Otávio chegou lentamente, estava envergonhado de sua atitude, mas não voltaria atrás. Estava feliz com Julia e pretendia se casar com ela.

            As saudações foram formais e frias, havia uma nuvem negra no ar. O rapaz sentiu vontade de fugir, mas não seria possível. Liana não abriu a boca, queria, apenas, ouvir suas explicações. A tia perguntou:

            - Otávio, o que aconteceu para você fazer essa sujeira com minha sobrinha? A pergunta caiu como uma bomba em cima dele, que gaguejou dizendo:

            - Não fiz por mal, nunca planejei isso. Foi uma paixão repentina por Júlia. Tentei explicar isso quando estive com você, disse olhando para sua noiva.

              A moça desviou o olhar, sentiu-se mal, teve vontade de vomitar, como ele podia ser tão cruel com ela? Pensou e abriu sua bolsa.

               Otávio continuou falando:

            - Pode ficar com tudo o que compramos juntos, eu só quero desfazer o noivado, sinto muito.

            Liana não se conteve e tirando o frasco de dentro de sua bolsa, abriu e atirou o líquido no rosto do rapaz.

           Otávio se levantou rapidamente, levando a mão ao rosto com olhar desesperado. A moça saiu correndo e a tia gritou pedindo ajuda.

             Várias pessoas se aproximaram e o gerente levou o rapaz para lavar o rosto, que parecia pegar fogo. Alguém chamou a ambulância. Logo chegou o socorro, que o encaminhou ao hospital. Dos olhos do rapaz corriam lágrimas de dor, estava desesperado.

              Neiva ficou perdida e surpresa com o ato tresloucado de sua sobrinha, não sabia o que fazer. Saiu do meio do tumulto e voltou para a pensão, com a esperança de encontrar a sobrinha lá.

             O que ela percebeu foi a vermelhidão, que se formou no rosto do rapaz, o líquido escorreu da testa até o pescoço de Otávio. Pegou todo o lado esquerdo, passando pelo olho e a orelha.

              A mulher precisava saber o que era aquele líquido e avisar o hospital; queria ajudar o rapaz.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

"ROUPA NOVA" "LINDA DEMAIS" "(...) VEM CONQUISTAR MEU MUNDO, DIVIDIR O QUE É SEU. MIL BEIJOS DE AMOR EM MUITOS LENÇÓIS, SÓ EU E VOCÊ. LINDA, CONTE A MIM TEU SEGREDO. PRO MEU SONHO DIGA QUEM É VOCÊ. LIVRE, NUNCA MAIS TENHA MEDO, POIS QUEM AMA TUDO PODE VENCER". COMPOSITORES: EURICO PEREIRA DA SILVA FILHO/ LUIZ OCTÁVIO PAES DE OLIVEIRA

DESATINO

CAPÍTULO SETE
              Liana e sua tia Neiva tocaram a campainha e aguardaram em frente à porta do apartamento. As duas portavam bolsas de viagem, pois pretendiam ficar alguns dias na capital paulista. Ninguém apareceu, estavam ansiosas para rever Otávio. Mais um pouco e nada, tocaram a campainha pela segunda vez, então se entreolharam.

              - Será que o porteiro se enganou? Não há ninguém aí dentro?

          Neiva retrucou e olhou com apreensão à sua sobrinha. Novamente, ninguém atendeu ao chamado. A moça, em resposta, tocou a campainha pela terceira vez.

            Depois de dez longos minutos, ouviu-se um barulho lá dentro, alguém resmungou e veio em direção à porta. O coração da moça parecia querer pular do seu peito. Estava desesperada para rever seu noivo, queria pular em seu pescoço e beijá-lo muito. No entanto, o que ela não poderia imaginar aconteceu. Uma moça abriu a porta e perguntou:    
       
        - Quem são vocês? O que querem?

          Liana perdeu o chão em que pisava, a moça, que atendeu a porta, estava enrolada em uma coberta e era visível que estivera deitada na cama. Nesse momento apareceu o noivo vestindo uma bermuda e perguntando:

             - Júlia, quem está aí?

             Era o Otávio, que ficou branco como um papel, ao ver Liana e sua tia na porta do seu apartamento.

          A situação era vexatória, pois a Júlia desconhecia a existência da noiva de Otávio e Liana dera o maior flagrante no traidor. A situação criada na porta do apartamento era insustentável e Liana começou a gritar com Otávio:

            - Quem é essa vagabunda? Fala pelo amor de Deus? Por que está aí com você?

            A moça estava completamente descontrolada. A tia procurava acalmá-la, mas ela estava furiosa.

            As portas dos outros apartamentos começaram a se abrirem, queriam saber o que era aquela gritaria. Otávio puxou Liana para dentro e Neiva a acompanhou. O rapaz ficou encurralado, as três mulheres queriam mata-lo.

             Júlia, que não sabia de nada, estava muda diante daquela explosão da moça, que se dizia noiva de Otávio. A tia procurava acalmar a situação e tentava levar a sobrinha dali. Liana chorava e gritava ao mesmo tempo, dizendo que ele iria pagar por aquela humilhação; era um canalha traidor.

              O porteiro subiu para saber o que estava acontecendo, que outros inquilinos estavam reclamando da balburdia. Então, pediu para as duas mulheres se retirarem ou iria chamar a polícia. Com muito custo, a tia conseguiu convencer a sobrinha a irem embora. Desceram acompanhadas do porteiro, que ficou sabendo da traição do rapaz. Lamentou, mas pediu que não voltassem mais ali.

          As duas mulheres foram para uma pensão indicada pelo mesmo homem, o porteiro do prédio de Otávio. Liana não comeu nada, passou a noite andando de um lado para outro. Chorava e se lamentava dizendo:

           - Minha vida está acabada, ele me paga, não mereço isso.

            A tia pedia para se acalmar, não era a primeira e nem seria a última noiva a ser traída. Liana nem ouvia o que sua tia falava, estava com os pensamentos em outro lugar.

             O dia amanheceu e a moça saiu para caminhar, não pregara o olho durante a noite. Passou diante de um posto de combustível e parou, em um momento teve uma ideia, tinha visto na televisão. Então pensou, que Otávio merecia uma lição e aquela vagabunda, que está com ele, também. Nunca mais iriam rir dela e seu coração sorriu; precisava se vingar.

           Entrou e comprou um frasco de ácido sulfúrico, que a ajudaria a dar uma lição nos dois traidores. Disse que era para colocar na bateria do seu automóvel, que o marido iria recuperar. Não contaria nada à sua tia ou ela tentaria demove-la de seu intento. Voltou para a pensão e agiu normalmente, tomou banho e depois comeu junto com a tia. A mulher ficou contente, parecia que a sobrinha estava conformada.

              Neiva respirou fundo, estava aliviada. Liana esperou um tempo e disse: 

         - Tia eu quero que a senhora peça para o Otávio vir conversar comigo, temos muitas coisas para resolver. Não volto para casa sem dar uma solução para essa situação. Por favor, peça para ele trazer a moça junto.

            Neiva achou estranho que Liana pedisse para trazer a moça junto, mas ela precisava tirar aquela história a limpo. Iria atender o pedido da sobrinha.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

"ROUPA NOVA" "LINDA DEMAIS" "(...) VEM CONQUISTAR MEU MUNDO, DIVIDIR O QUE É SEU. MIL BEIJOS DE AMOR EM MUITOS LENÇÓIS, SÓ EU E VOCÊ; OH! OH! LINDA. VEM FAZER DIFERENTE. O QUE NINGUÉM MAIS FAZ. FAZ PARTE DE MIM, ME INVENTA OUTRA VEZ(...)" COMPOSITORES: EURICO PEREIRA DA SILVA/ LUIZ OCTÁVIO PAES DE OLIVEIRA.Ê

                                                        ALUCINADA

   CAPÍTULO SEIS
           O rapaz, afogueado, pegou o primeiro avião e as dez horas, o avião já estava sobrevoando a cidade de São Paulo. Otávio olhou pela janela e respirou fundo, estava aliviado. Naquele lugar ele era um homem livre, para viver um novo amor. Havia uma nuvem em seu olhar, era a preocupação por tudo que ficara para trás. No entanto, iria em frente, era uma decisão sem volta.

          O avião estacionou e foi aberto para que as pessoas descessem. Houve um burburinho, todos tinham pressa, inclusive Otávio. Finalmente ele alcançou a porta e desceu rapidamente, precisava ligar para Júlia. O relógio marcava onze horas da manhã, quando ela atendeu ao seu toque.

           - Júlia, estou ligando para dizer que já estou em São Paulo, quando você pretende voltar?

            - Como? Onde você está? A moça perguntou surpresa.

            - Eu precisei voltar hoje, a empresa me chamou, estarei me apresentando no escritório após o almoço. Ficarei esperando por você aqui. Quando você voltará? O rapaz foi enfático.

            - Somente no final da semana eu poderei estar em São Paulo. Meu pé ainda dói e devo tirar os pontos da minha testa, antes de retornar. Afirmou a moça.

              - Vou retirar minha bagagem, já está à vista. Falamos mais tarde, estarei esperando por você.

                Otávio sorriu, finalmente iria lutar por um sentimento que desabrochava com força. Foi para seu apartamento descansar, seu ombro doía muito, então tomou um analgésico e se jogou na cama. Acordou com fome e lembrou-se que não havia comido nada. Tomou um banho e saiu para comer na rua.

             O rapaz ficou algum tempo sentado na lanchonete, pensando em tudo que deixou para trás. Não saberia dizer quando poderia voltar à sua terra natal. Sentia-se envergonhado pela atitude tomada, mas não tivera outra saída.

              Em dado momento o celular tocou, era Liana. Ele ficou indeciso se atendia ou não. Resolveu atender e ver o que ela queria.

             - Onde você está, por que não veio aqui hoje? A moça parecia nervosa.

              -Houve um imprevisto e eu precisei voltar rapidamente, devo me apresentar à empresa, eles precisam de mim. Otávio afirmou categoricamente.

              - Como? Você nem se despediu de mim, precisamos conversar. A moça gritou do outro lado do celular.

               - Sim, vamos conversar, mas no momento eu não posso falar, estou chegando na empresa. Até mais e desligou.

               Otávio estava irado com sua noiva, ela gritou com ele.

                 A moça ficou chorando, havia alguma coisa errada, ela percebeu o descaso na voz do seu noivo. Liana ligou para ele várias vezes durante a semana seguinte, mas ele nunca podia falar com ela.

               Júlia voltou a São Paulo no final da semana e Otávio foi busca-la no aeroporto. Estavam alegres e seguiram abraçados, precisavam matar as saudades.

              O casal estava vivendo um caso de amor, havia um grande sentimento crescendo entre eles. Os dias se sucederam e o amor floresceu entre os dois.

            Certo dia, ela passou a noite lá e foi ficando, em alguns dias, passou a morar no apartamento dele; estavam vivendo uma lua de mel. O rapaz procurava ignorar todos os telefonemas de sua noiva, não a queria mais.

           Otávio sentia medo de se encontrar com Liana, no entanto, não imaginava que ela viesse atrás dele na capital paulista. Já havia se passado três semanas de sua chegada à São Paulo e, ele estava feliz e tranquilo com Júlia ao seu lado.

             Liana não costumava viajar de avião e sua mãe não permitiria que viajasse sozinha. Ele sabia disso e se agarrava a essa ideia. Mas ela queria saber o que estava acontecendo, para Otávio ter mudado tanto e faria o impossível para descobrir. A moça se preparou para encontra-lo, queria surpreendê-lo.

            Chegou a São Paulo acompanhada de sua tia, pois sua mãe não permitiria que ela viajasse sozinha. A tia estava preocupada com Liana, tinha medo de encontrar alguma surpresa ruim. Mas, a sobrinha estava decidida a descobrir o que havia de errado com Otávio.

           Ela tinha o endereço dele e estava decidida a resolver aquela situação. Chegaram ao apartamento onde ele morava, havia muita ansiedade no rosto da moça, tinha que surpreendê-lo.

            Passou uma conversa no porteiro, para que ele deixasse as duas subirem sem avisar. Disseram que era tia e irmã de Otávio e queriam fazer uma surpresa. Ele estava em casa, o porteiro dissera para elas. Então, adentraram ao elevador e chegaram em frente ao apartamento do rapaz.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

"ROUPA NOVA" "LINDA DEMAIS" "(...) LINDA CONTE A MIM TEU SEGREDO. PRO MEU SONHO DIGA QUEM É VOCÊ. LIVRE, NUNCA MAIS TENHA MEDO, POIS QUEM AMA TUDO PODE VENCER. VEM FAZER DIFERENTE O QUE MAIS NINGUÉM FAZ. FAZ PARTE DE MIM, ME INVENTA OUTRA VEZ. (...)" COMPOSITORES: EURICO PEREIRA DA SILVA FILHO/ LUIZ OTÁVIO PAES DE OLIVEIRA


O TRIÂNGULO

CAPÍTULO CINCO

           Otávio chegou em sua casa mais confuso do que quando saiu, estivera com as duas mulheres, que estavam tirando seu sono e nada fora resolvido. Passava das vinte e três horas, seus pais já haviam se recolhido e ele se jogou na cama. Ficou um tempo deitado pensando, estava preocupado, pois não sabia o que fazer para sair daquela situação. Tinha pressa em encontrar uma solução. 

             Depois, levantou-se e foi tomar um analgésico, pois seu ombro latejava. Em seguida, retornou e adormeceu. Teve pesadelos em um sono agitado por fantasmas, que insistiam em rodeá-lo. Otávio foi acusado por Liana e Júlia de traição, ele estava na berlinda diante da família da noiva. As duas gritavam e apontavam para ele dizendo: 

             - Canalha! Canalha! Canalha! 

             O rapaz não conseguiu se defender e acordou suando. Não dava mais para suportar aquela pressão psicológica, iria conversar com Liana. Ficaria ali somente mais aquela semana e esperava se livrar daquele noivado, que mais parecia uma prisão. No entanto, se ela soubesse que ele estava se relacionando com Júlia, seria muito difícil ela aceitar o rompimento. 

          Com esses pensamentos ele adormeceu novamente. Resolveria tudo, antes que sua companheira de voo descobrisse que ele estava noivo. Um namoro de três anos, que teve muitas promessas e juras de amor. Iria magoar a mulher que jurara levar ao altar; sentia-se um verdadeiro canalha. 

            Tinha muitas coisas a explicar, outras para desfazer, tais como: os móveis comprados juntos, os eletrodomésticos e principalmente os sonhos de uma jovem, que dizia amá-lo. Na verdade, ele queria mandar uma mensagem desistindo do noivado, ou dar um telefonema acabando com tudo. Entretanto, sua mãe o proibiu de agir como um canalha. Teria que ir pessoalmente e falar com os pais dela. 

           O dia seguinte surgiu lindo e ensolarado, era domingo. Liana ligou e convidou Otávio para o almoço na casa dela. Ele tentou se desvencilhar do convite, mas não obteve êxito. Ela não aceitou nenhuma desculpa, queria o noivo junto dela. Sem saída, ele compareceu à reunião familiar. 

              O rapaz não pode, nem sequer, abordar o assunto para romper o noivado, pois a família inteira estava presente. Todos queriam saber qual seria a data do casamento e ele fugiu do assunto, colocando a culpa do adiamento na pandemia. Foi uma tarde difícil, as conversas tomavam rumos contrários aos seus desejos; queriam casá-lo a força. 

            Quando ele conseguiu sair dali, já estava anoitecendo e ao chegar em sua casa ligou para Júlia: queria vê-la. O rapaz estava chateado com a pressão sofrida durante o almoço, queria esquecer toda aquela história. Passou o resto do domingo com a companheira de voo, que o deixara encantado. Estava vivendo num verdadeiro inferno. 

             Não queria magoar sua noiva, mas não poderia se casar com uma pessoa que não amava mais, os dois seriam infelizes. Já era tarde quando retornou à sua casa e num surto, arrumou suas malas e resolveu cair fora. Não conseguiria desmanchar seu noivado, então iria fugir dali. Acordou bem cedo e saiu deixando um bilhete para sua mãe. 

           – Mãe, vou embora, pois tenho que me apresentar na empresa, estão precisando de mim. Avisa a Liana que depois telefono para ela. Beijos 

            Em seguida se dirigiu à rodoviária e pegou o primeiro ônibus rumo ao aeroporto. Era um canalha sim, não se importava com mais nada. Quando chegasse em São Paulo, ligaria para Júlia ir ao seu encontro. Liana teria que se conformar com a separação. 

Um texto de Eva Ibrahim Sousa 

quarta-feira, 29 de julho de 2020

"ROUPA NOVA"- "LINDA DEMAIS"(...) VEM, FAZER DIFERENTE O QUE NINGUÉM FAZ. FAZ PARTE DE MIM, ME INVENTA OUTRA VEZ. VEM CONQUISTAR MEU MUNDO, DIVIDIR O QUE É SEU, MIL BEIJOS DE AMOR. EM MUITOS LENÇÓIS SÓ EU E VOCÊ. (...)" COMPOSITORES: EURICO PEREIRA DA SILVA FILHO/ LUÍS OCTÁVIO PAES DE OLIVEIRA.

CORAÇÃO ALADO

CAPÍTULO QUATRO
             Otávio ficou parado em frente ao portão, então Júlia o convidou a entrar e ficaram se olhando, como se estivessem hipnotizados. A conversa discorreu entre citações de medos passados, durante a aterrissagem do avião, e as dores sofridas pelos ferimentos. Havia ansiedade no olhar do rapaz, queria falar de Liana, mas temia que Júlia se afastasse dele, então calou-se.     
          
          A moça tinha o tornozelo dentro de uma tala ortopédica e a testa com um curativo fechado. Ela estava mais bonita com bandagens e aquele ar de carência afetiva, sem dúvida, ansiava por carinho.

           O rapaz mantinha o braço esquerdo em uma tipoia, dizia ter muitas dores aos pequenos movimentos e ao se mexer na cama, a dor era lancinante. Quando dizia isso, fazia uma cara de horror, que comovia a todos. Eram dois sobreviventes, que tinham a sorte de ter resistido a um acidente de avião.

           Depois das apresentações, a mãe da moça convidou o rapaz para o jantar, estava agradecida por ele ter ajudado sua filha. Queria demonstrar o quanto apreciava seu gesto. Júlia também demonstrou gosto, pela presença dele no jantar.

             Ele concordou dizendo que voltaria mais tarde, queria conhecer melhor a moça. Na verdade, seu coração já estava irremediavelmente encantado com a companheira de viagem. Percebeu nos olhares dela a mesma aceitação, que havia em seu coração.

             Otávio saiu dali com uma certeza incontestável, teria que romper seu noivado, antes de se declarar à Júlia. Sentia que estava em uma enrascada, não queria sair da situação como um canalha. Mas precisava de um milagre para Liana aceitar o rompimento. Os anseios de sua noiva iam na direção contrária, do que ele desejava.

              Chegou em sua casa rapidamente, nem reparou nas coisas que havia pelo caminho; Otávio estava absorto. Foi se deitar dizendo estar com dores, queria ficar sozinho e pensar em uma solução para acabar com seu noivado; estava confuso.

              Acabou adormecendo e quando acordou, sua mãe disse que a sua noiva havia ligado três vezes. Então, ele sentou-se na cama e pediu para sua mãe sentar-se ali perto, queria conversar. Expôs a ela a situação em que se encontrava. Helena, sua mãe, franziu a testa e perguntou?

              – Que conversa é essa? Como você vai explicar isso para os pais de Liana?

             - Mãe, eu sou jovem e tenho que pensar no meu futuro, o mundo está lá fora cheio de promessas e eu quero conquista-lo. Além do mais, conheci a Júlia que me encantou imediatamente, hoje vou jantar na casa dela.

             - Meu Deus! Isso me preocupa muito, vai ver sua noiva por favor e pense bem, antes de falar qualquer coisa que possa magoá-la. Retrucou sua mãe.

            Otávio foi até a casa de Liana, no entanto, não queria nenhum contato físico com ela. Mas, a moça estava sedenta por abraçá-lo e beijá-lo depois de seis meses de separação. Foi agarrado e teve que corresponder aos abraços, não dava para se esquivar.

            O rapaz foi subjugado ao amor de sua noiva, estava constrangido, mas não conseguiu fugir. Ela não percebeu nada, pensou que ele sentia dores, por isso se afastava dela. Passou duas horas, durante a tarde, com Liana e a noite teria o jantar com Júlia. Sentia-se um verdadeiro traidor, não resistiu ao assédio de sua noiva.

             A noite chegou e ele foi ao jantar na casa de Júlia; estava cheio de remorsos, mas não poderia recusar um convite tão amável. Tinha o propósito de contar a ela sobre seu noivado, mas lhe faltava coragem. Depois do jantar, os dois foram sentar-se na sala, queriam ficar a sós; havia muita coisa no ar.

            Ela estava tão bonita e ele a mantinha encostada em seu ombro, sentia um perfume suave, que exalava de seus cabelos, deixando-o entregue aos seus desejos mais íntimos. Ali estava a mulher de seus sonhos, mas era proibida para ele. Seu coração estava alado, pulava de um lado para outro. Era Liana se impondo e Júlia se insinuando.

          -O que fazer? Precisava de uma luz para sair daquela situação ou estaria perdido.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa

MEU MUNDO REINVENTADO.

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