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quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

"FELICIDADE" "(...) TRISTEZA NÃO TEM FIM, FELICIDADE SIM. A FELICIDADE É COMO A GOTA DE ORVALHO NUMA PÉTALA DE FLOR. BRILHA TRANQUILA, DEPOIS DE LEVE OSCILA E CAI COMO UMA LÁGRIMA DE AMOR. (...)" VINÍCIUS DE MORAES.

CHORAR DE VEZ EM QUANDO

CAPÍTULO TRÊS

              O casal voltou para sua cidade de origem, moravam no interior do estado de São Paulo, na cidade de Campinas. Mateus preferiu levar a noiva para sua casa, na periferia da cidade. Ele morava sozinho em uma pequena casa, deixada por seus pais. Temia que ela passasse mal e que ele não pudesse socorrê-la. Ela morava com uma amiga, num apartamento no centro da cidade.

            Naquela noite, Daniela dormiu profundamente, ainda estava sob o efeito dos medicamentos, que tomara no hospital. O dia amanheceu, Mateus levantou-se, fez café, andou pelo quintal e quando voltou para dentro da casa, ouviu a moça chorar. Consternado, arrumou uma bandeja com café, leite, biscoitos e levou para ela, na cama. A moça olhou o noivo carregando a bandeja e soluçando disse:

             - Eu não fui capaz de segurar nosso filho, então você fica livre para me deixar. Não precisa manter nosso compromisso, eu vou entender.    
        
            O rapaz protestou:

           - Como você pode dizer uma coisa dessas? Eu nunca vou abandoná-la por causa de um aborto espontâneo, que ninguém teve culpa. Toma seu café e depois vá para o banho, que precisamos conversar seriamente. Concluiu o rapaz, estava aborrecido.

              Daniela saiu do banho e depois de vestir-se foi a procura de Mateus, que estava sentado na área externa da casa. As casas na periferia ainda têm na frente uma área de descanso e um pequeno quintal nos fundos. Quando a viu, ergueu-se e foi abraça-la dizendo.

               – Hoje é domingo e você está muito bonita! Vamos dar um passeio de automóvel.

                O casal saiu para espairecer um pouco, estavam tristes e abatidos dentro de casa, que mais parecia uma prisão. Andaram bastante, sem rumo, apenas com a brisa da janela no rosto. Trocaram poucas palavras, o diálogo estava difícil de acontecer, havia uma mágoa inexplicável dentro de cada um; era uma dor, que vinha da alma.

            Em dado momento, Mateus parou o automóvel em frente a uma igreja. Havia muitas pessoas saindo, parecia que a missa havia terminado. Então o rapaz teve uma ideia.

           – Vamos conversar com o padre, ele poderá nos ajudar.

            Daniela ia protestar, mas desistiu, precisava de ajuda. Depois que a maioria dos paroquianos deixou o recinto, o casal foi até a sacristia. O padre estava conversando com algumas pessoas. Eles ficaram esperando a uma certa distância, depois se aproximaram e pediram ao padre um pouco de atenção.

           Daniela ficou de cabeça baixa enquanto o noivo contava ao velho pároco os últimos acontecimentos. Baixinho, ela começou a chorar. Então, o santo homem levantou-se da cadeira, foi até onde ela estava e pegando em sua mão a conduziu até uma poltrona. Sentou-se em frente a moça e começou a falar.

                 - Em primeiro lugar devemos agradecer a Deus por estarmos com saúde e pedir que nos ilumine, em todos os nossos caminhos. Minha filha, nada acontece sem o consentimento do nosso pai celestial. Seu bebê foi requisitado para viver no paraíso e um dia você irá encontra-lo no céu. Fez uma pausa, enquanto avaliava o impacto de suas palavras. Depois prosseguiu:

             - O seu filho é um anjo, que velará por você enquanto viver. Pense nele com carinho, com amor e deixe a vida cumprir seu papel. Você é muito jovem e em pouco tempo poderá engravidar novamente e ter outro filho.

                 - Procure levar a vida um pouco mais leve, pode sentir saudades e até chorar de vez em quando, mas deixe o sofrimento no passado. Sorria, nada está perdido, sua condição de mãe não se apagou, mas foi apenas adiada. Tenha fé em Deus, que dias melhores virão. Pegou a água benta e fez o sinal da cruz na testa da moça.

                 O casal se despediu do padre, sentiram que ainda havia esperanças para eles. Voltaram para casa e Mateus ao descer do automóvel tropeçou e quase caiu, andou alguns metros catando cavaco. E quando olhou para Daniela, ela estava sorrindo. Em seguida, ela correu para ajudá-lo a se manter em pé. A cena foi hilária e terminou num longo abraço; estavam com saudades um do outro.

             Ainda havia muito amor entre eles, entraram na casa dispostos a recomeçar.

Um texto de Eva Ibrahim.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

"A FELICIDADE" (...) "A FELICIDADE DO POBRE PARECE A GRANDE ILUSÃO DO CARNAVAL. A GENTE TRABALHA O ANO INTEIRO, POR UM MOMENTO DE SONHO, PRA FAZER A FANTASIA DE REI OU DE PIRATA OU JARDINEIRA, PRA TUDO SE ACABAR NA QUARTA-FEIRA". (...) VINICIUS DE MORAES

MÃE DE ANJO

CAPÍTULO DOIS
          Daniela permanecia no leito da enfermaria de ginecologia. Apesar de estar tomando medicação para aliviar as dores, as cólicas vinham com força, uma atrás da outra. Fazia duas horas que chegaram ao hospital e a moça estava triste e chorosa o tempo todo. Enquanto isso, Mateus tentava aliviar a situação dizendo, que a amava muito.

O dia amanheceu e encontrou o casal no hospital, onde Daniela estava perdendo seu filho, que ainda não sabia o sexo. Foram horas de verdadeiro caos, ela sofria dores em cólicas, que iam e vinham deixando-a desesperada. E num certo momento, a dor ficou muito mais forte, insuportável mesmo. A paciente arregalou os olhos e gritou chamando a atenção de todos. A enfermeira entrou no quarto, queria saber o que houve?

A moça gritou novamente e alguma coisa se desprendeu de dentro dela. O feto saiu em meio a sangue e líquido amniótico, então, as dores se acalmaram; a gestante respirou fundo. Estava muito triste, mas livre daquelas cólicas insuportáveis.

Permanecia uma sensação de vazio, como se tivesse ficado oca por dentro e tinha  uma ferida aberta na alma. Minutos se passaram e parecia que estava tudo bem, a paciente estava sendo cuidada pela enfermeira, enquanto o médico se aproximava; ela já conseguia respirar aliviada.

 Porém, depois de algum tempo, apareceu outra cólica enorme, que a moça se contorceu toda. Mateus ficou perplexo e disse:

- Não pode ser, vai começar isso novamente?

Daniela gritou, em seguida ela sentiu que outra coisa saiu de dentro dela, a placenta se desprendeu naturalmente, após uma cólica. Era uma gestante inicial e ainda não entendia bem a situação em que estava, por isso ficou surpresa.

Trouxeram a maca e ela foi levada para a sala cirúrgica. Depois de ser examinada constataram que o aborto tinha sido completo, mas ainda deveria ficar em observação, até a manhã seguinte.

Foi um dia muito triste para o casal, que fazia planos para o casamento e contavam com o bebê, que viria completar a vida deles.

                 Daniela voltou para o quarto, então ela perguntou ao médico qual era o sexo do bebê e ele respondeu:

             - O feto é muito pequeno e não é possível saber o sexo, pense que era apenas um anjo. Anjos não tem sexo.

  Lágrimas correram dos olhos de Daniela e Mateus a abraçou dizendo: 
              - Você é mãe de anjo e, eu sou pai dele também.

                 A noite foi relativamente calma. A moça teve algumas dores, que foram sanadas com medicamentos. O dia amanheceu e o médico passou dando alta para a paciente, com recomendações de repouso absoluto por alguns dias. Os dois voltaram para a casa do Rui, estavam desolados e as férias arruinadas.

                 Os dias, que deveriam ser de muito riso e alegria, tornaram-se feios e cinzentos. Mateus confirmava seu desejo de casamento com a noiva, que dizia não ser mais necessário, poderiam esperar mais um tempo. Ela estava de luto, era mãe de anjo, não tinha sexo e nem nome, apenas um anjo.

                 O rapaz se desdobrava para melhorar as condições psicológicas de sua noiva, que estava sentindo-se muito infeliz. Não entendia porque perdera o bebê, que já fazia parte de sua vida. Quando a semana terminou, o casal voltou para casa, deveriam voltar a rotina diária. Daniela tinha uma dor latejante em seu coração, era amor de mãe frustrado.

              - Eu preciso de muita oração, disse chorosa ao entrar no carro.

            – Juntos venceremos essa etapa de nossas vidas,  afirmou o rapaz, seguindo em frente. 

Um texto de Eva Ibrahim Sousa 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

"A FELICIDADE" "TRISTEZA NÃO TEM FIM, FELICIDADES SIM. A FELICIDADE É COMO A PLUMA, QUE O VENTO VAI LEVANDO PELO AR, VOA TÃO LEVE, MAS TEM A VIDA BREVE, PRECISA QUE HAJA VENTO SEM PARAR." (...) VINÍCIUS DE MORAES

VITÓRIA É O SEU NOME


PRECISO DE AJUDA

CAPÍTULO UM
            Mateus estava preocupado, dirigia devagar, para que Daniela pudesse observar a paisagem. Ela estava empolgada com a situação, pois ficaram noivos na sexta-feira à noite e receberam de um amigo, a chave da casa dele, para passarem uma semana na praia. Os dois estavam de férias, que juntos haviam planejado para descansar e se divertir muito.

      Trabalhavam na mesma indústria farmacêutica, ele na administração e ela no Recursos Humanos. Conheceram-se nos corredores do refeitório, no horário do almoço. Fazia seis meses que estavam namorando e a moça havia descoberto uma gravidez inesperada.

             Daniela fez o teste de farmácia em sua casa e quando deu positivo, ela chorou.
          Depois, não se cansava de olhar os dois riscos vermelhos na fita do teste. Dormiu chorando, seus pensamentos voavam entre seu amor por Mateus e seus familiares.

             No dia seguinte, contou para o namorado e mostrou a fita com o resultado positivo. Mateus ficou sério, estava surpreso. Ela esperou sua reação com lágrimas nos olhos, estava temerosa e emocionalmente fragilizada.

            Então, o rapaz a abraçou e simplesmente disse:

           - Tenha calma meu amor, estamos juntos para o que der e vier.

            - Ela se aninhou em seus braços e chorou todas as lágrimas, que estavam presas na garganta. Depois voltaram ao trabalho, conversariam mais tarde.

           O médico dissera, após uma ecografia, que ela estava gestante de oito semanas. A moça queria dar a notícia aos seus pais somente depois do casamento, ou sofreria severa censura. Os pais eram pessoas do interior de Minas Gerais e não gostariam que sua caçula fosse mãe solteira, a filha sabia disso.

            Quando Daniela se mudara para a cidade grande, foi alertada por todos, sobre os perigos que encontraria longe de casa. No entanto, a moça insistiu, queria trabalhar, estudar e vencer na vida. Por isso, não poderia voltar para sua família grávida e solteira.  Ela não queria dar nenhum desgosto aos pais já idosos, e os dois namorados resolveram se casar.

             A região era belíssima, Caraguatatuba é uma cidade turística, no litoral norte do estado de São Paulo. Um lugar onde o mar azul fica em frente as montanhas, lá há casas luxuosas com acesso ao mar, formando praias particulares. A casa onde se hospedaria o casal, ficava em uma pequena vila a uns vinte quilômetros dali: Maresias, um lugar famoso, por suas belas praias.

           A casa do Rui, o amigo de Mateus, não era luxuosa, mas um pequeno sobrado situado nos arredores da cidade. E, nas encostas dos morros podia-se observar casas de invasão, crescendo por ali. As montanhas tiveram as encostas desmatadas para construções e havia perigo de deslizamentos de terra e desabamentos de casas, já que havia muitas construções em área de risco.

           - A civilização avança nesse paraíso de maneira desordenada, é uma pena! Daniela fez essa observação com desapontamento.

           - É a maneira, que os menos favorecidos encontram para viver nesse lugar lindo! Respondeu Mateus.

            E, seguiram em frente extasiados com a beleza do lugar.

                    O verão se aproximava e os dias estavam muito quentes. Com altas temperaturas, as nuvens negras se formavam rapidamente e despejavam muita água na região. Os pequenos agricultores de verduras e hortaliças ficavam animados com a possibilidade de boas colheitas. Era um local que enchia as vistas com suas belezas naturais, e estava sempre cheio de turistas.

                         Chegaram e logo começou a chover forte. Trataram de tomar banho e comer um lanche, que compraram no caminho e depois foram se deitar. A energia foi interrompida, por causa de raios e trovões assustadores. A chuva caia torrencialmente e Daniela se agarrou em Mateus, eram muitos relâmpagos e trovões. Apesar do barulho da tormenta, acabaram adormecendo, pois estavam cansados.

           Já era tarde da noite, quando a moça acordou gritando, estava com fortes dores abdominais. Mateus acordou assustado e perguntou o que estava acontecendo. Daniela disse que estava com muitas dores no pé da barriga, enquanto isso, de seus olhos despencavam lágrimas de dor. Depois ela relatou, que estava perdendo algum líquido, que molhava sua roupa.

                Em meio ao escuro, o rapaz pegou o celular e acendeu a luz traseira, para ver o que era o líquido referido. A cama estava suja de sangue vivo, então ele levou a moça para o banheiro, queria que ela tomasse um banho. Depois chamou a polícia, pois não sabia o número da emergência local. Em dez minutos, a viatura estava diante da casa para socorrer a moça.

                Enrolada em uma coberta, Daniela foi levada pela viatura a caminho do Pronto Socorro mais próximo. O percurso foi interrompido por uma queda de árvore na estrada. Ficaram cerca de uma hora esperando que os bombeiros desobstruíssem o caminho. A moça se contorcia em cólicas no banco de trás do veículo. Mateus segurava a noiva nos braços, mas nada podia fazer.

               Finalmente, quando chegaram ao Pronto Socorro foi constatado um processo de aborto em curso, a paciente deveria ficar internada no hospital.

            A moça não se aguentava de cólicas e nem conseguiu protestar, apenas queria que parassem aquela dor. Mateus permanecia ao seu lado segurando suas mãos, era tudo o que conseguia fazer naquele momento; estava assustado. A gestante foi conduzida ao quarto, onde deveria ficar em observação, até que expelisse o feto; pois o aborto fora confirmado. 

           Foram aplicados analgésicos e coletados exames de sangue, enquanto aguardavam o desfecho do quadro apresentado. A moça chorando, pedia ajuda ao namorado, que estava apreensivo e consternado.
           A chuva torrencial continuava firme e forte lá fora.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa


quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

"NÃO FUI EU QUE ORDENEI A VOCÊ? SEJA FORTE E CORAJOSO! NÃO SE APAVORE, NEM DESANIME, POIS O SENHOR, SEU DEUS, ESTARÁ COM VOCÊ POR ONDE VOCÊ ANDAR". JOSUÉ 1; 9 BÍBLIA SAGRADA

O DIA VIROU NOITE

CAPÍTULO SEIS
Houve uma aglomeração muito grande diante das cruzes, onde estava Jesus de Nazaré, rodeado por dois ladrões. Muitos gritavam ironizando a situação, incitavam Jesus para descer da cruz e se salvar, já que se dizia rei dos judeus. As mulheres de Jerusalém choravam copiosamente, pois o seu Deus estava sofrendo o martírio da cruz e elas não podiam fazer nada.

Andreia mantinha-se afastada, mal podia olhar naquela direção, embora conhecesse o conteúdo da encenação, que por sinal era muito realista, sentia-se comovida. A moça tinha uma alma leve, era emotiva por natureza e estava sofrendo como se tudo aquilo, estivesse acontecendo naquele momento. Samuel a amparava e sabia dos sentimentos nobres de sua esposa. Este fora um dos motivos que o levaram a se apaixonar por ela.

O desfecho dessa história comovente, foi iniciado as nove horas da sexta-feira e se arrastaria até as três horas da tarde. O Sol brilhava forte até ao meio dia e a partir daí surgiu uma escuridão, que tomou conta de tudo. Era a agonia do salvador pendurado na cruz e o mundo demonstrava sua indignação escondendo o Sol. Colocaram uma placa no alto da cruz, em que Jesus estava, com a inscrição:

- INRI (JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS)

Não sabiam que ali estava o Rei de todos os seres da terra, que os aniquilaria se assim o desejasse. No entanto, por amor à humanidade se entregou à morte pelas mãos dos homens.

Jesus e os dois ladrões agonizavam na cruz, então Dimas, um dos ladrões, reconheceu a inocência de Jesus e a injustiça sofrida por ele.  Depois disse aceitar a própria condenação, pois era um ladrão. Assim, ele pediu a Jesus que o salvasse, quando chegasse aos céus. E Jesus respondeu:

- “Na verdade te digo; ainda hoje estarás comigo no paraíso”. LC 23,43.

Em um momento de desespero e dores insuportáveis, Jesus disse:

 - “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”? E entregou sua alma ao pai.

 Então, a terra tremeu, o chão se abriu com um terremoto e todos que presenciavam as cenas, correram de medo e foram se esconder.

 Em Nova Jerusalém a história se completava, com a escuridão das luzes apagadas, ficando acesos somente alguns candeeiros, dando veracidade aos acontecimentos.

Andreia se agarrou ao corpo de Samuel, e ele a acolheu em um grande abraço.
Jesus de Nazaré estava morto para o mundo. O Cordeiro de Deus fora entregue aos seres humanos, que o mataram.

Seu corpo foi retirado da cruz e entregue à sua mãe. Maria viu morrer seu filho, que tanto amava, seu coração ficou carregado de dor e tristeza, então ela se lembrou, de que Jesus a ofereceu a João, isto é, a nós seus filhos. Resignada Maria aceitou a vontade de Deus e passou a amar a humanidade, como sendo todos seus filhos. Jesus deixou sua valiosa Mãe para nos consolar, defender e interceder junto ao pai.

               Em seguida veio José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus e pediu secretamente a Pilatos, a permissão para retirar o corpo de Jesus daquele local. Depois o levou para sepultar em um túmulo novo, escavado na rocha.

“O corpo sem vida foi envolto em linho e protegido por uma grande pedra”. (Mateus, 27: 57, 60)
                E foi colocado um guarda concedido por Pilatos, na porta do túmulo, para que ninguém o furtasse. Todos os seus discípulos e sua mãe permaneceram ali, ficaram esperando que Jesus se manifestasse. Estavam perdidos, não sabiam o que fazer e passaram a se consolar mutuamente.

                A história prossegue e Jesus de Nazaré ressuscita no domingo, e aparece para muitas pessoas. Então, todos os presentes aplaudem fervorosamente e a alegria pode ser constatada em todos os rostos. Andreia sorri e beija seu marido, a jornada foi difícil, mas puderam entender o amor de Deus pela humanidade.

             No dia seguinte voltariam para sua casa, estavam felizes por conhecer Nova Jerusalém, no Brasil.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa
Com consultas ao Youtube e ao Wikpédia

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

"POR ISSO NÃO TEMA, POIS ESTOU COM VOCÊ; NÃO TENHA MEDO, POIS SOU O SEU DEUS. EU O FORTALECEREI E O AJUDAREI; EU O SEGURAREI COM A MINHA MÃO DIREITA". ISAIAS 41; 10 BÍBLIA SAGRADA

POR AMOR

CAPÍTULO CINCO
            A multidão seguia Jesus de Nazaré, que cambaleava debaixo dos açoites constantes, era muita humilhação para um ser humano suportar. Um pouco mais adiante, apareceram algumas mulheres se lamentando, pedindo clemência para o condenado. Então, ele parou por um instante e falou:

            -“Mulheres de Jerusalém não choreis por mim, choreis por vós mesmas e por vossos filhos”. (Lucas 23;27,28)

               Jesus, mesmo estando aniquilado, ferido, arrasado, ainda tinha forças para consolar as mulheres piedosas, que o seguiam. Então ele disse:

             - “Se fazem isso com o lenho verde, o que farão om o lenho seco”?

Andreia seguia atenta a todas as falas dos personagens, curiosa, olhou para Samuel e perguntou:

              - O que quer dizer lenho verde e lenho seco?

               - Lenho verde era uma vara, que foi jogada nas águas salgadas de Mara, por Moisés, transformando-as em águas doce. Assim, conseguiu matar a sede de seu povo. Certamente, Jesus queria dizer, que se o tratavam daquela maneira, sendo ele lenha viva, inocente e filho de Deus, o que fariam com seus semelhantes?

              Explicou o marido para sua esposa, que observou:

               - Olhando e pensando tudo isso, vemos como o ser humano é selvagem e cruel.

              Jesus se deixava martirizar, porque sabia que era a única maneira de salvar a humanidade, levando consigo todos os nossos pecados. 

            Mesmo estando cheio de chagas e dores lancinantes, provocadas pelas chibatadas constantes e pelos espinhos encravados em sua cabeça, ele sofria com fé e resignação. Todo aquele sofrimento horrível era a esperança para a salvação da humanidade. Jesus viera ao mundo, sabendo de todo o martírio a que seria submetido e como um cordeiro, foi para o matadouro.

           Samuel puxava a sua mulher pela mão, ela se compadecia com a situação de Jesus e ficava para trás. Andreia vivia a história em toda sua intensidade.

           Arrastando-se, Jesus segue em direção ao monte Gólgota, lá o esperava a agonia da morte. Mais um pouco e ele cai pela terceira vez, já não aguentava mais o peso dos pecados do mundo, que eram muito maiores do que o peso da cruz. Nesse momento, Pedro se aproxima e faz uma pergunta a Jesus:

            - “Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão, quando ele pecar contra mim?

Então, Jesus respondeu:

 - “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”.

 O soldado se aproximou e foi logo açoitando o pobre corpo, cheio de chagas, que cambaleando levantou-se. Os brutamontes esbravejando, forçavam o condenado a seguir em frente.

 Finalmente, Jesus chegou ao local de sua crucificação e foi despojado de suas vestes, que posteriormente foram sorteadas entre seus algozes. Ele estava suado e sangrando, sentia muita sede e deram lhe vinagre com mirra, uma espécie de anestésico, que usavam para dar aos condenados na cruz. No entanto, Jesus experimentou e recusou, queria sofrer todas as dores da humanidade. Mais tarde, tomou vinagre puro para saciar sua sede.

O casal se aproximou e quando deitaram o condenado na cruz, a moça começou a chorar. Em seguida trouxeram os cravos para prega-lo na madeira. Andreia deu um passo para trás e entre lágrimas sussurrou:

 – Não quero ver isso, vamos embora.

- Não, vamos ficar até o final, se não quiser olhar, tudo bem. Disse Samuel.

A moça, mesmo de olhos fechados, tinha um sobressalto a cada martelada. Podia-se ouvir os lamentos das pessoas. Tudo parecia muito real, era de arrepiar. Estavam em Nova Jerusalém, no nordeste brasileiro, no ano de dois mil e dezoito e depois de tanto tempo, essa história ainda consegue emocionar a todos.

De repente, surgiu um vento estranho, localizado, que chacoalhava as folhas das árvores, depois sumiu. A encenação acontece a noite, mas na história, o fato se dá as nove horas da manhã da sexta-feira.  

               Logo após, vieram os momentos mais difíceis para o condenado, a cruz foi erguida. Enfraquecido, desidratado, com dores insuportáveis e muito cansado, Jesus foi colocado entre dois ladrões, também crucificados. Então, ele avista o mundo como ele é: cruel e desumano. Reunindo suas forças ele balbucia:

                  - “É por amor, que estou aqui”.

            Olhou do lado direito e viu Dimas, o bom ladrão e do lado esquerdo estava Simas, o mau ladrão. Jesus suspirou, fora feita a vontade do pai.

             - Samuel vendo os três homens pregados na cruz, sofrendo a agonia da morte, abraçou Andreia e disse: 

             - É muito triste, estarrecedor, a pior de todas as mortes e Jesus foi crucificado como se fora um ladrão. Porém, era seiva viva de lenho verde, que poderia transformar qualquer coisa em água viva.

             Então, as mulheres de Jerusalém se aproximaram, ficariam ali até o final.

Um texto de Eva Ibrahim Sousa.
Com consultas ao Wikipédia e ao Youtube.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

"PORQUE DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA, QUE DEU O SEU FILHO UNIGÊNITO, PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRÊ, NÃO PEREÇA, MAS TENHA A VIDA ETERNA". JOÃO 3;16 BÍBLIA SAGRADA.

COMPAIXÃO, O AMOR MAIOR

CAPÍTULO QUATRO

          Andreia e Samuel tomaram fôlego, depois acompanharam o séquito, que seguia pela rua cheia de gente olhando. O casal sentia o peso daquela roupa antiga, parecia carregada de dor e tristeza e se mantinham a certa distância dos tumultos.

           Por onde passavam, na sequência da história da Paixão de Cristo, a maioria parava para tecer escárnios e alguns para lamentar a situação do condenado. Entre tantas pessoas havia um grupo de mulheres, que seguiam Jesus de Nazaré e o admiravam pelos seus ensinamentos. Entre elas estava uma mulher chamada Seráfia, mulher de Sirac, membro do conselho do Templo, que nutria profunda admiração e compaixão por Jesus.

          Seráfia já havia sido repreendida por seu marido, por se juntar às mulheres piedosas da localidade. No entanto, queria aliviar as dores do condenado. Por isso, ela preparou uma bebida leve, a base de vinho, e colocou em um cântaro, queria oferecer a Jesus e aplacar sua sede, durante o caminho para o calvário. Saiu as ruas acompanhada de uma menina, que ela havia adotado, esperando uma oportunidade de se aproximar e oferecer a bebida.

            Porém, em sua primeira tentativa não obteve sucesso, a multidão se aglomerava e os soldados romanos as repeliam, com empurrões e açoites. Seráfia voltou para sua casa e resolveu aguardar até que o séquito passasse por ali. Não pensava em desistir, a sua compaixão era maior que o medo do perigo.

               Ficou à espreita, e quando se aproximavam, ela saiu de mãos dadas com a menina. Esta segurava a bebida debaixo de seu manto, enquanto a mulher trazia um lenço pendurado em seu ombro. Mais alguns passos e Jesus cambaleia e cai. Nesse momento, Seráfia se aproxima dele, pois o acompanhava de longe e vendo o caído no chão, sentiu que era a hora de demonstrar sua compaixão.

            Aproximou-se tirando o lenço, que estava depositado em seus ombros, depois ajoelhou-se e o ofereceu ao condenado, dizendo:

             - “Permita-me enxugar o rosto do meu senhor”.

           Jesus aceitou e limpou seu rosto, apertando-o com sua mão esquerda e depois com as duas mãos.  Em seguida, devolveu a peça para a mulher, que estava manchada de sangue e suor. Serafia beijou o tecido, dobrando-o e escondendo debaixo de suas vestes, em seguida levantou-se.

             Nesse momento, a menina se aproximou, tentando dar-lhe a garrafa com a bebida, mas foi impedida pelos soldados romanos, que açoitando o ser divino, afastaram a mulher e a criança aos empurrões. Logo após, o condenado prosseguiu com sua cruz. A mulher e a menina entraram correndo para dentro de sua casa, deixando muita gente comovida com a cena.

           Andreia começou a chorar, era triste demais presenciar tamanha atrocidade, então se recostou em seu porto seguro, que era seu marido. Samuel a puxou para debaixo de uma árvore e tirando da bolsa um copo de água, ofereceu à sua mulher. Depois seguiram o povo, acompanhando as estações do calvário.

            A beata, entrando em sua casa, estendeu o lenço sobre a mesa e caiu desfalecida no chão; a emoção fora grande demais. A menina com o cântaro de vinho nas mãos ajoelhou-se, ao seu lado chorando. Foram encontradas, depois de algum tempo, por um amigo da casa, que fora visitar a família.

            O homem ficou estarrecido ao constatar o rosto de Jesus estampado no tecido, de uma forma maravilhosa e terrível ao mesmo tempo. Tratou de reanimar a mulher e apontou para a face estampada no sudário, demonstrando espanto. Seráfia se ajoelhou comovida exclamando:

             - “Agora vou abandonar tudo, o senhor deu-me uma lembrança”.

           Naquela época era comum oferecer um lenço as pessoas aflitas ou doentes, era sinal de compaixão. A partir desse dia, Seráfia passou a ser chamada de Verônica, que quer dizer: (vera icon) verdadeira imagem. Depois ela continuou a acompanhar seu senhor e estava presente durante o suplício no Calvário, de Jesus de Nazaré.

                Verônica mantinha o santo sudário na cabeceira de sua cama, até o dia de sua morte, então foi levado para a igreja.

              Essa é a história da mulher que conseguiu minimizar as dores do condenado, com um gesto de extrema coragem e compaixão.

            Jesus está sempre presente em todas as ocasiões que ocorrem dores e traumas insuportáveis. Esse fato demonstra a importância da misericórdia e solidariedade entre os seres humanos. Andreia suspirou e abraçando Samuel disse:

            - Que honra teve aquela mulher ao demonstrar amor e compaixão pelo filho de Deus.

             - Sim, essa é a mais linda história de amor vivenciada na terra. Apesar de fatos terríveis apresenta o maior amor do mundo; o AMOR DE DEUS pelos seus filhos imperfeitos. Concluiu o marido.

               Ainda faltava um bom pedaço para chegar ao monte Gólgota.

 Um texto de Eva Ibrahim Sousa
Com consultas ao Youtube

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