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sexta-feira, 27 de maio de 2016

NUNCA DEIXE DE SONHAR POR MEDO DE SE MACHUCAR, SE O MUNDO USOU ALGUÉM PARA TE FERIR, A VIDA TRARÁ ALGUÉM PARA TE CURAR". AUTOR DESCONHECIDO- AMO ENQUANTO POSSO, É TUDO... EVA IBRAHIM


O RECOMEÇO
CAPÍTULO CINCO
             Na primeira semana, Adele esteve envolvida com todas as coisas burocráticas que a esposa tem que resolver quando perde o esposo. Além de responder as perguntas dos amigos e conhecidos sobre o passamento do marido, ainda tinha que cuidar dos papéis, cartório, banco, empresa onde Rafael trabalhava e, finalmente na sexta feira ela respirou com a sensação do dever cumprido. Estava viúva e muito cansada; precisava ficar só.

             O domingo chegou e Adele se vestiu sobriamente, iria à missa de sétimo dia da morte de Rafael juntamente com suas duas filhas. Suas roupas combinavam com sua alma, ambas tinham a cor escura dominante. Adele chorou durante a missa; as palavras do padre a emocionaram e ela não prestou atenção em mais nada, estava frágil demais.

             O tempo passou lentamente e foi implacável com a viúva; nos três primeiros meses a sua rotina era chorar e visitar o cemitério. Então, ela tratou de arrumar trabalho para afastar a depressão. De casa para o trabalho e vice e versa, assim ela chegou ao oitavo mês da morte de Rafael.

            Cansada da solidão, Adele começou a frequentar a Igreja para poder sair de casa e voltar a vida em sociedade novamente. Em uma cerimônia da missa de um mês de falecimento da esposa de um conhecido de Rafael, Adele se comoveu e foi cumprimentar Olavo, o viúvo.

          E, a partir desse dia passaram a se falar constantemente, até o dia da véspera de Natal, quando ambos não resistiram e se entregaram ao amor. Um amor cheio de culpa e restrições, mas forte e capaz de resistir aos comentários de amigos e familiares.

O novo casal tinha muita coisa em comum, mas precisavam de um local neutro, onde não houvesse lembranças atormentando a consciência de cada um. Então, reuniram as duas famílias; as duas filhas de Adele e o filho de Olavo para apresentar-lhes os planos para o futuro.

Depois de alguns questionamentos, eles concordaram em montar uma uma nova casa, onde não houvesse lembranças do passado. Estas ficariam apenas nos corações e nos álbuns de cada um deles. Rafael e Rosaura, a esposa de Olavo, teriam seus lugares respeitados, no entanto, o novo casal queria recomeçar dali e viver uma vida feliz.

 E, foi num domingo de manhã junto a família e alguns amigos que foi celebrado o casamento de Adele e Olavo; uma nova oportunidade de viver o amor; o recomeço para duas almas solitárias.
 Um texto de Eva Ibrahim


sexta-feira, 20 de maio de 2016

"QUE MINHA SOLIDÃO ME SIRVA DE COMPANHIA, QUE EU TENHA CORAGEM DE ME ENFRENTAR. QUE EU SAIBA FICAR COM O NADA E MESMO ASSIM, ME SENTIR COMO SE ESTIVESSE PLENA DE TUDO". CLARICE LISPECTOR -- NÃO POSSO CAMINHAR SOZINHA... EVA IBRAHIM.

SOLIDÃO
CAPÍTULO QUATRO

           Adele chegou à sua casa e foi para o quarto, não sabia o que fazer de sua vida. E, no escuro do ambiente ela sentiu que seu futuro mais parecia um borrão cinzento, então, deitou-se na cama; estava triste e cansada de todos aqueles acontecimentos, que lhe roubaram o marido.

           Precisava ficar só e refletir na mudança que a morte de Rafael provocaria em sua vida. Solidão era a definição para aquele momento, uma dor profunda de perda inesperada; uma mudança sofrida e nunca pensada.

            Agora, Adele era viúva e aquela palavra lhe parecia uma carga pesada e escura; precisava encontrar uma saída para não entrar em depressão. Naquele momento, o que lhe restava era chorar.  As lágrimas corriam pelo seu rosto molhando o travesseiro, no entanto, serviam para aliviar a dor que apertava seu peito.    

          -    Por que eu? O Rafael sempre foi o grande amor da minha vida, o que farei sem ele?

          A mulher, depois de algum tempo, foi vencida pelo cansaço e adormeceu em um sono agitado; sentia mágoa do mundo e queria desaparecer.

           O dia amanheceu limpo e com uma luz brilhante, Adele estava com os olhos inchados de tanto chorar, mas não poderia ficar indiferente a beleza do dia que se apresentava naquela manhã. Foi tomar banho para melhorar sua aparência, teria que tomar algumas providências práticas referentes a morte de Rafael.

           A tristeza tomava conta de seu coração, estava de luto e sentia que precisava buscar Deus. Fez café e sentou-se para sorvê-lo; procurava um novo sentido para sua vida. Estava absorta em seus pensamentos e, distraidamente, levou a xícara aos lábios queimando a língua, em seguida, de um pulo levantou-se e foi tomar água...

 Adele sabia que precisava ficar forte, pois tinha duas filhas adolescentes que precisavam dela. No entanto, sentia que para sobreviver teria que ter um apoio espiritual; iria procurar o padre para aconselhá-la. Na Igreja encontraria um pouco de consolo, estava muito carente.

Quando saiu de casa os vizinhos foram lhe dar uma palavra de conforto e Adele começou a chorar, não conseguia falar dos últimos acontecimentos. Era muita angustia que a sufocava impedindo-a de conversar, então, teve que retornar à sua casa para poder se acalmar. Ela não queria a piedade de ninguém, estava acuada em sua dor.

            Suas filhas tentaram acalmá-la, porém, teriam que esperar a mãe viver todas as fases do luto; seria prematuro tentar impedir seu sofrimento. As duas meninas deixaram a mãe sozinha para curtir a sua perda; nada poderiam fazer. Eram jovens e ainda não entendiam o drama que estavam vivendo.

Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sábado, 14 de maio de 2016

SE A DESPEDIDA DÓI É PORQUE O INTERVALO ENTRE O "OI" E O "ADEUS" VALEU A PENA. AUTOR DESCONHECIDO- SIGA EM FRENTE, HAJA O QUE HOUVER. EVA IBBRAHIM

A DESPEDIDA
CAPÍTULO TRÊS
              O dia terminou com Adele sentada no sofá com os olhos inchados de tanto chorar.  Suas filhas estavam ali para lhe dar apoio, porém, já estavam exaustas e acabaram dormindo jogadas sobre suas camas. A mulher cochilou e acordou sobressaltada; havia tido um pesadelo com Rafael. Ele a chamava para acompanha-lo, mas ela se negava a segui-lo. Adele estava com medo de tudo o que acontecera naquele domingo de manhã.

            A sua vida estava destruída, amava o marido e não saberia viver sem a presença dele. Então, sentiu um forte arrepio percorrer seu corpo. Temerosa, tratou de afastar este pensamento, pois temia a morte e não queria conversa com os mortos.

            -Que descanse em paz, desejou a mulher cautelosa.

           Pelo vitro da sala ela viu o dia chegando e a sua claridade inundando a casa. Levantou-se e foi tomar um banho precisava livrar-se da sensação de sujeira que a estava incomodando. Depois fez um café e sorveu o líquido quente, que a revigorou, dando lhe forças para pensar em ligar para o cunhado e saber quando o corpo seria liberado para o enterro.

           Aquele, certamente seria um dia muito ruim; enterrar o marido nunca fez parte de seus piores pensamentos. No entanto, coube a ela essa missão e ela teria que ser forte. Duas lágrimas correram em seu rosto indo morrer em sua boca, deixando ali um gosto salgado.

            Ela queria sumir para não ter que acompanhar o enterro de Rafael. Adele trazia uma dor intensa em seu íntimo.

            - Como poderia deixa-lo enterrado e ir para sua casa? Pensou a mulher assustada.

           Estava além de suas forças; ele era o amor de sua vida. Sentia-se sozinha em sua dor. Ninguém poderia avaliar o tamanho de seu sofrimento e nada a consolava, estava revoltada. A campainha tocou e alguns parentes próximos chegaram para ajudar e consolar a viúva.

           Na verdade, Adele queria ficar sozinha e pensar em tudo que ocorrera, precisava entender o que Deus queria dizer levando Rafael tão cedo. Mas, com tanta gente em sua casa teria que adiar aqueles pensamentos e tratar de se preparar para a chegada do corpo no necrotério.

          Rafael estava duro e gelado, além de pálido, as flores que encobriam parte de seu corpo eram amarelas, o que deixavam o defunto ainda mais descorado. Adele ficou extática em frente ao marido morto. Estranhamente não estava chorando, se conformara com a ideia da morte de Rafael.

          A sala onde estava o falecido, ficou cheia de gente e o cheiro dos crisântemos tomou conta do lugar. A viúva sentiu náuseas e saiu acompanhada das filhas. Ficou algum tempo encostada na parede do lado de fora, mas quando o padre chegou para encomendar o corpo, ela se colocou na cabeceira do marido.

         Sentia-se entorpecida, parecia que nada daquilo lhe dizia respeito. E, quando o cortejo seguiu até a vala, ela acompanhou abraçada com as suas filhas, seguiu o caixão até a beira da cova. Cercado de parentes e amigos, o caixão desceu depositando o corpo de Rafael em sua última morada. Adele jogou algumas flores, que alguém colocou em suas mãos, sobre o caixão do marido. Então, com os olhos marejados de lágrimas, ela foi conduzida para fora do cemitério.

Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

"A MORTE NADA MAIS É DO QUE UMA DESPEDIDA INESPERADA, QUE NÃO TEMOS O PODER DE CONTESTAR OU EVITAR". AUTOR DESCONHECIDO-- O SILÊNCIO ACENTUA A DOR. EVA IBRAHIM

O CHORO DOÍDO
CAPÍTULO DOIS
             Adele insistiu, queria saber o que acontecera com Rafael, mas, ninguém se dispunha a lhe dizer a verdade. Diziam apenas, que ele passara mal enquanto jogava basquetebol. Seguiram de automóvel os poucos quarteirões que separavam o portão de entrada do clube e a casa de Adele. Ela mal teve tempo de colocar as ideias no lugar, estava vivendo um pesadelo.

          Quando adentraram ao pátio lateral, de onde dava para ver a quadra de basquete, Adele viu que lá havia uma aglomeração.  Então, colocou a mão na boca para calar um grito inesperado; no fundo ela sabia que o caso era muito grave. Em seguida, ao se aproximar ela viu um corpo coberto com um pano branco e o grito espremido saiu dolorido; era seu marido que estava estendido sob aquele tecido branco.

            Adele correu em direção ao local, porém não obteve êxito, foi contida por algumas pessoas ali presentes. Sentaram-na em uma cadeira e trouxeram água com açúcar para ela se acalmar. Durante este tempo as suas filhas chegaram para apoiar a mãe e todas gemeram em alta voz. Rafael, marido e pai exemplar estava morto, caído na quadra de basquetebol.

Enquanto aguardavam o carro do Instituto Médico Legal (IML), a polícia montava guarda para que ninguém se aproximasse do corpo inerte. A família, desesperada, queria ver o seu ente querido e, depois de algum tempo a mulher e filhas puderam se aproximar. 

O choro tomou conta da maioria das pessoas que ali estavam. Até os homens disfarçavam uma ou outra lágrima que teimava em cair. Adele era a desolação em pessoa, trazia nos olhos a dor e a tristeza da perda. Ficou parada olhando o rosto pálido e sem vida de Rafael. Aos poucos a aglomeração foi se dispersando e ficaram alguns amigos e a família aguardando o IML.

            As horas foram passando e o seu marido permanecia caído no chão duro da quadra de basquete; então, inesperadamente ela começou a gritar. Queria leva-lo para casa; não era justo ele ficar ali sem assistência. A polícia argumentou que ele estava morto e tinham que obedecer às leis; ninguém poderia mexer no corpo.

                 Amparada pelas filhas ela se afastou e foi chorar em outro canto. E, quando ela viu o carro do IML adentrar ao local ela se desesperou novamente. Três homens vestidos de roupas brancas e luvas desceram do carro e pegando um cocho abaulado colocaram o corpo dentro e, depois empurraram-no de qualquer jeito para dentro do carro. Então, saíram em desabalada carreira deixando para trás uma família desesperada e sem saber o que fazer.

             No entanto, naquele momento nada poderia ser feito, deveriam esperar a liberação do corpo. Adele e as filhas caminharam para a casa em completa solidão, Rafael já não estava presente. O domingo se despedia deixando o escuro da noite tomar conta de tudo.
Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

"AS VEZES, TUDO O QUE VOCÊ PRECISA FAZER É ABAIXAR A SUA CABEÇA, FAZER UMA ORAÇÃO E RESISTIR À TEMPESTADE". AUTOR DESCONHECIDO - CREIA EM DEUS E SIGA EM FRENTE. EVA IBRAHIM

DOMINGO DE MANHÃ
                            CAPÍTULO UM
            O domingo amanheceu lindo, um Sol brilhante e um cheiro de terra molhada, que tomava conta do ar umidificado pela chuva. Durante a noite chovera torrencialmente, parecia que o mundo iria acabar. Uma chuva de verão, que trouxera muito barulho e vento, mas logo que amanheceu passou, e deu lugar a uma manhã esplendorosa.

Na casa de Adele, os filhos ainda dormiam quando ela se levantou para fazer o café. E, ao abrir a porta percebeu que havia muito trabalho a fazer. A chuva deixara muita sujeira das árvores por toda a extensão do quintal, jardim e na rua também. O vento açoitou as árvores e elas perderam folhas e galhos, esparramando-os por toda a parte.

A mulher coou o café e pegando a vassoura começou a varrer o quintal. Então, o seu marido surgiu na porta espreguiçando e dizendo que iria ao supermercado e depois ao clube de campo; havia uma disputa de basquete entre duas equipes rivais. Rafael era um apaixonado por aquele esporte.

Adele serviu o café ao marido; em seguida lhe entregou uma relação de compras necessárias para o almoço de domingo. Então, Rafael saiu e deixou a mulher envolvida com a limpeza da área externa da casa.

Durante um bom tempo ela limpou tudo, em seguida, adentrando a cozinha sentiu um forte calafrio; parou e se benzeu, depois foi cuidar da casa. No entanto, ficara pensativa, não gostava de ter pressentimentos ruins. Adele temia o desconhecido, era uma mulher simples e medrosa; fora criada ouvindo histórias mirabolantes, que a deixavam noites sem dormir.

Rafael chegou reclamando da demora no atendimento dos caixas do supermercado. E, dizendo estar atrasado para seu compromisso do domingo, pegou sua mochila e saiu apressado. Adele não deu importância ao que ele disse, pois era a sua rotina de domingo. O marido voltaria cansado e feliz; depois do banho almoçaria e iria se deitar para descansar.

O almoço estava quase pronto, a mulher estava lavando a verdura, quando alguém bateu palmas em frente ao portão de sua casa, parecia nervoso, pois insistia veementemente. Adele enxugou as mãos e foi verificar o que estava acontecendo e, quando abriu a porta, sentiu novamente o calafrio percorrer seu corpo.

Ali, com expressão de espanto, estavam três conhecidos da mulher, amigos de Rafael, que gaguejavam ao falar. Alguma coisa de muito ruim havia acontecido e eles titubeavam em dizer. Finalmente pediram para a mulher acompanha-los, porque seu marido estava passando mal no clube.                      
  Então, ela desligou o fogão e saiu apressada atrás dos rapazes; estava com o coração nas mãos.
Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

"O CAMINHO MAIS BONITO PARA VOCÊ SEGUIR É O QUE FAZ SEU CORAÇÃO VIBRAR, SUA ALMA BRILHAR E SEU CORPO SORRIR". AUTOR DESCONHECIDO.--

O RETORNO
CAPÍTULO SEIS
          No entanto, quando tudo parecia perdido e Lorena já se considerava uma namorada abandonada, eis que aparece o Anselmo querendo conversar com ela. Ele estava ansioso, porém cheio de atenções para com a moça, até lhe trouxera uma caixa de bombons.

Os dois saíram para conversar em uma lanchonete; queria um ambiente neutro, pediu Anselmo.

-A conversa será longa e definitiva, disse o rapaz. Lorena estremeceu;                           
- O que ele queria dizer com aquilo? Será que ele a dispensaria educadamente, como sempre fora o seu jeito de ser?

Pediram sucos e uma porção a moda da casa e, enquanto beliscavam ele se pôs a falar. Havia recebido uma carta de seu superior de quando atuava na obra humanitária dos Médicos Sem Fronteiras. E, este o chamava para completar o serviço, pois, ali havia muito a fazer por tantas pessoas carentes e desabrigadas. Depois de sua saída, houvera um surto de diarreia bacilar por falta de saneamento básico; muitas crianças estavam morrendo de desidratação.

A moça começou a chorar. Entre soluços dizia que não queria que ele fosse embora novamente. Então para sua surpresa, Anselmo a pediu em casamento; estava cansado de ficar só naquele lugar. Ele a queria junto dele. E, para seu espanto lhe disse:

 - Eu te amo Lorena e quero que vá comigo para eu cumprir essa missão. A moça, agora já formada em psicologia, poderia ajuda-lo em seu trabalho

Uma sineta tocou dentro do seu coração, ela mal podia acreditar no que ele acabara de lhe dizer. Anselmo a amava e ela o seguiria para onde ele fosse, nunca mais o deixaria ir sozinho novamente.

Ele pegou suas mãos e a puxou, beijando seus lábios. Naquele momento Lorena entrou em alfa, amava aquele homem e a resposta era sim.

             Chegando a sua casa estava alegre e esbanjando felicidade. Então, pegou os cacos da galinha e tentou colar os pedaços, sentia-se culpada por atribuir a ela a distância que o rapaz lhe impusera. Ela nada influenciara nas atitudes de Anselmo, ele queria aproveitar aquelas férias para se divertir um pouco. Quando pressionado para terminar sua missão, pensara nela e acabara por confessar o seu amor.  

             Durante uma semana o casal se preparou para a viagem e o casamento antes da partida. Todos estavam felizes naquela casa, Lorena seguiria o seu amor independente de qualquer magia ou simpatia. A galinha estava quebrada e fora jogada na lata do lixo.

             Em um domingo de manhã o casal seguiu para o aeroporto com destino a África; estavam muito felizes. A viagem transcorreu sem nenhuma novidade e quando desceram no aeroporto, a moça adentrou ao salão de desembarque e para sua surpresa deu de cara com a banca de lembranças e simpatias para promoção de casamentos.

             Ela parou em frente, enquanto o Anselmo apanhava suas malas e um pensamento lhe ocorreu:

          - Será que a galinha está querendo me dizer para eu comprar outra, já que estou tão feliz?

          Anselmo se aproximou e sorrindo disse a ela que comprasse outra galinha senão o feitiço não vingaria; todos acreditavam nisso naquela terra.

             Lorena sentiu um arrepio pelo corpo e ao invés de comprar uma galinha ela comprou quatro, cada uma de uma raça diferente. Com isso ela queria fortalecer os laços dela com a simpatia africana para não ter surpresas no futuro. Chegou exultante à nova casa e colocou as quatro galinhas na estante de Anselmo e quando saiu dali piscou para elas, que eram suas aliadas em se tratando de magias para prender marido.

       Termina aqui a história das galinhas africanas, que tem poder de promover casamentos, segundo a crença popular do norte da áfrica.
 Um texto de Eva Ibrahim


sexta-feira, 15 de abril de 2016

"EU SEM VOCÊ SOU SÓ DESAMOR. UM BARCO SEM MAR, UM CAMPO SEM FLOR. TRISTEZA QUE VAI, TRISTEZA QUE VEM. SEM VOCÊ, MEU AMOR, EU NÃO SOU NINGUÉM". VINÍCIUS DE MORAES

TRAVESSURAS
CAPÍTULO CINCO
O domingo chegou e a moça estava deprimida, pois a semana transcorrera num verdadeiro marasmo, parecia que Anselmo também a pusera de castigo. Mas, com ela fora diferente; ele a colocara na geladeira. O rapaz não dera sinal de vida e ela temia que ele não a quisesse mais.

 A manhã transcorreu monótona e rotineira, porém, pouco antes da hora do almoço parou um automóvel em frente à casa de Lorena. E, dele apearam seus tios e cinco primos com duas crianças pequenas, netos do casal de tios.

Foi um alvoroço, sua mãe queria atender a família da irmã da melhor forma possível e as mulheres tiveram que enfrentar o fogão; as visitas estavam famintas. Viajaram por três horas até chegarem ali e as crianças queriam comer na casa da tia. Lorena ajudou sua mãe e depois foi tomar banho, iria sair para se livrar de tantas visitas.

A moça estava no chuveiro quando ouviu um barulho e depois uma porção de gritos de criança; em seguida os latidos do seu cachorro. Lorena sentiu um arrepio; o peludo raramente latia, somente quando o caso era sério; então, percebeu que as crianças haviam quebrado alguma coisa, pois, gritos de censura dos pais eram alarmantes.

Lorena tratou de desligar o chuveiro e se apressar em colocar suas roupas para ir verificar o acontecido; estava apreensiva com tanto barulho na casa. Quando saiu do banheiro, ainda com a toalha prendendo os cabelos ela deu de cara com sua mãe e a tia lhe pedindo calma.

As crianças haviam derrubado a galinha da estante e o peludo a mordera; estava em estado lastimável. A galinha perdera as penas do rabo e estava corroída em grande extensão do corpo. A moça tremeu, desconfiava que aquilo queria dizer que o seu amor estava por um fio.

Foi procurar o Peludo, queria lhe dar uns tabefes. No entanto ao avistá-lo percebeu que era apenas um cão e que mordera a galinha por instinto, não havia maldade naquela criatura, que ao vê-la abanou o rabo. As crianças trataram de se esconder, temiam a fúria da prima.

A moça se conteve, estava desolada, não sabia o que fazer. Em seguida, pegando a galinha, olhou para ela com desconfiança e, sentiu que poderia estar enganada em sua crença. A galinha estava mordida, suja e sem as penas do rabo; perdera seu encanto. Parecia ser, apenas, um objeto comum, um mito africano que perdera sua magia e não havia nada que provasse que tinha poder sobre a vida dela. 

No entanto, Lorena estava muito suscetível aos últimos acontecimentos com Anselmo e queria uma explicação para sua ausência.

 Um texto de Eva Ibrahim Continua na próxima semana.

sábado, 9 de abril de 2016

"EM CADA UM DE NÓS HÁ UM SEGREDO, UMA PAISAGEM INTERIOR COM PLANÍCIES INVIOLÁVEIS, VALES DE SILÊNCIO E PARAÍSOS SECRETOS". ANTOINE DE SAINT EXUPÉRY-- NUNCA DEIXE DE SONHAR- EVA IBRAHIM

       NA ESTANTE

                                           CAPÍTULO QUATRO
Lorena se atirou aos pés de Anselmo, chorou, esperneou, mas nada adiantou, ele estava determinado; se ela insistisse ele a abandonaria e adeus ao namoro. Teriam que amadurecer a ideia para, então, depois pensarem em noivado. 

- Era muito cedo para um compromisso tão sério, afirmou o rapaz com convicção.

O encontro terminou em lágrimas e com o rapaz saindo abruptamente. A moça, desesperada, adentrou ao seu quarto com muita raiva no coração, pela decepção sofrida. Não queria falar com ninguém e se jogou na cama; estava em prantos.

Depois de muitas lágrimas ela lembrou-se da galinha e pegando-a com raiva disse que a culpa era dela, que não fizera o serviço direito, isto é: não protegera o seu namoro como devia. Em seguida, pensou em jogá-la na lata do lixo, porém, achou melhor lhe dar uma chance; poderia precisar dela posteriormente.

A galinha teria um castigo até que o Anselmo fizesse as pazes com ela. Pensou e resolveu coloca-la na estante até a sua situação melhorar, estava muito magoada para deixa-la em seu lugar de honra.

– Vai ficar abandonada entre os livros esquecidos na estante, assim aprenderá a cuidar melhor dos interesses de sua dona.

E, com ar vitorioso voltou para a cama, estava vingada. Acordou no dia seguinte com os olhos inchados, os cabelos eriçados e uma grande dor de cabeça. Quando olhou para o espelho, quase desmaiou, estava horrível; ninguém poderia vê-la daquele jeito. 

Correu para o chuveiro para tentar melhorar sua aparência. Amenizou apenas, as marcas da noite mal dormida continuaram em seu rosto; demoraria dias para voltar ao normal.

A galinha continuava jogada entre os livros esquecidos na estante, era seu castigo.
 - Que espécie de amuleto era aquele que não a protegera da decepção? Pensava Lorena, desconfiada.

 A moça estava visivelmente magoada com tudo e com todos. O dia se foi lentamente e quando a noite chegou ela resolveu ligar para o Anselmo, que não dera sinal de vida durante todo o dia. Ele atendeu secamente e disse que tinha combinado jogo com os amigos e não poderia encontrá-la.

Lorena ficou furiosa, pois ele estava frio e distante, então pensou que era coisa da galinha. Foi até a estante e a chacoalhou gritando furiosa:
- Se o Anselmo não retornar para mim eu vou coloca-la na lata do lixo.

Em seguida a jogou sobre os livros, deixando-a caída na estante de qualquer jeito. Depois, a moça deu-lhe as costas e saiu pisando duro. Pelo jeito a galinha ficaria ali por muito tempo, pois o Anselmo não queria saber de noivado tão cedo.

Atribuir poder a um objeto e depois cobrar dele atitudes, faz parte de mentes crédulas no invisível.

Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

"AS GALINHAS DO EXTREMO NORTE DA ÁFRICA SÃO FEITAS DE MATERIAL LEVE, PINTADAS, ORNADAS E COM RABOS DE GALINHAS VIVAS. DEVEM SER GANHADAS E NUNCA COMPRADAS. É UMA LEMBRANÇA QUE TRAZ PROTEÇÃO, AMOR FIEL E CASAMENTO PARA AS SOLTEIRAS".SENSO COMUM--- O AMULETO TORNA A PESSOA CORAJOSA. EVA IBRAHIM

                                         O AMULETO
                                CAPÍTULO TRÊS
           Anselmo trouxera a galinha como falta de opção, pois, não tinha comprado nada para Lorena e, no aeroporto ele se deparou com um quiosque de lembrancinhas; então, optou por comprar a galinha para ela. Era uma lembrança que a maioria das moças africanas gostavam de ganhar; era um amuleto da sorte para as moças que queriam se casar.

          Ele pensou que seria apropriado levar alguma coisa para sua namorada, que lembrasse o lugar onde estivera aquele tempo todo. Em nenhum momento ele se preocupou com o que ela iria pensar, apenas agiu por impulso e nunca poderia imaginar o efeito que o presente teria sobre ela.

A galinha ganhara um lugar especial no criado mudo da moça, ficava sobre o rádio relógio e era objeto de beijos, afagos e pedidos inusitados de conquista amorosa e até casamento. Claro que o desejado e conquistado era o Anselmo, que não imaginava estar sendo assediado através de uma galinha.

A galinha tornara-se o objeto mais precioso do mundo para Lorena, ele era o seu amuleto da sorte. O que a tornara confiante e poderosa em relação ao seu namoro. A partir desse dia ela começara a se preparar para o casamento, pois, acreditava que a galinha fora o sinal tão esperado do amor de Anselmo por ela.

A sensação que ela tinha era de que o seu corpo estava fechado com relação ao amor de Anselmo. Tudo estava escrito e nada poderia interferir em sua vida. Sentia-se poderosa e determinada; nada faria Anselmo se afastar dela.

            Começara a comprar seu enxoval e acumular coisas para o grande dia; vivia em estado de graça e não percebeu que o namorado já não lhe dava tanta atenção; vivia rodeado de amigos farristas. Sempre em meio a um grupo descompromissado com as convenções sociais; o rapaz estava resgatando o tempo em que estivera se preparando para sua carreira.

          Ela ligava e combinavam sair, então, se encontravam como namorados que eram. E, logo o rapaz tratava de ir embora, mas ela estava envolvida com a situação, e não percebia a falta de interesse do namorado. Quando ele dizia estar cansado, ela achava normal e nada questionava.

         Assim os meses foram passando e quando chegou o mês de junho ela queria ficar noiva no dia dos namorados, porém Anselmo não pensava em se amarrar com ninguém. Tinha outros planos, no entanto precisava ser claro com Lorena ou estaria em uma situação crítica, da qual não conseguiria se desvencilhar.

No entanto, não teve jeito, a situação se agravou quando ele disse que não queria ficar noivo, que tinha outros planos, ela se pôs a chorar desesperadamente gritando:
- Eu te amo e quero casar com você.

 Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.

sábado, 26 de março de 2016

"NÓS NÃO VEMOS O QUE VEMOS, NÓS VEMOS O QUE SOMOS. SÓ VEEM AS BELEZAS DO MUNDO, AQUELES QUE TEM BELEZAS DENTRO DE SI". RUBEM ALVES---AFINIDADE NÃO SE EXPLICA. EVA IBRAHIM

ÊXTASE
                                                 CAPÍTULO DOIS
           Quando Anselmo surgiu no portão de desembarque, Lorena sentiu que iria desmaiar de tanta felicidade, mas logo se apoiou no balcão da recepcionista e tratou de respirar fundo. Não queria dar vexame em frente ao seu amor; não era hora para dramas.

          Ele se aproximou com o carrinho de bagagem e de repente, quando a viu, parou e sorriu para ela que foi ao seu encontro, deixando-se beijar em meio às pessoas, que olhavam sorrindo para o casal.  Mais um encontro acontecia no aeroporto, unindo ou separando as pessoas que estavam em trânsito; as emoções estavam no ar.

        Depois saíram abraçados, pareciam visivelmente felizes. Naquele momento nada mais importava, estavam em êxtase. Lorena prometera a si mesma que nunca mais o deixaria ir sozinho a lugar algum. 

           No entanto, o que ela não sabia é que durante o ano que passou ele conheceu uma colega de trabalho, que o fez balançar por diversas vezes. Anselmo pensara seriamente em abandonar Lorena. A presença diária da colega mexia com ele e como estava carente, caiu nos braços de Ana, que o satisfazia plenamente.

      Entretanto, a moça por quem Anselmo estava interessado teve que retornar à sua casa, pois, seu pai havia sofrido um acidente e ela precisou cuidar dele; era a médica da família. A sorte favoreceu Lorena que o aguardava ansiosamente; acreditava que ele também a amava.

.      Ela sentia saudades de Anselmo, que quando se fora ainda era seu namorado e a deixara para perseguir seus sonhos. O rapaz, com retorno marcado, estava sozinho e, de regresso para sua casa resolveu voltar para Lorena, embora já não a amasse, ela poderia consolá-lo.

A moça percebeu que ele estava frio e distante, já não tinha os arroubos dos primeiros tempos; apenas correspondia as suas investidas. No entanto, ela tinha muito amor para dar e faria tudo para reconquistá-lo. Para ela não importava o que houvesse acontecido, e também não queria saber de nada; Anselmo estava ali e isso era o que lhe interessava.

Durante todo o ano ela nunca pensara em outra pessoa; permanecera fiel ao namorado. Anselmo chegou alegre e sorridente, estava de volta à sua terra. Queria agradar a todos, trouxera alguns presentes para os familiares e para ela uma galinha da sorte, que lá na África era tida como presente obrigatório para os namorados.

Quando ela recebeu a galinha ficou muito feliz, pois sabia da lenda que envolvia o presente. Anselmo havia contado a ela, em um cartão postal, a estranha lenda que  fazia parte do folclore daquele povo carente. Lorena ficou em êxtase; estava muito contente.

Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.

sábado, 19 de março de 2016

'O VERDADEIRO AMOR CHEGA NÃO QUANDO ALGUÉM DIZ QUE NOS AMA, MAS QUANDO OLHA NOS NOSSOS OLHOS E SEM DIZER UMA PALAVRA, NOS CONVENCE DE QUE SOMOS AMADOS". Pe. FÁBIO DE MELO-- EU SÓ PRECISO DE VOCÊ... EVA IBRAHIM

EU TE AMO

CAPÍTULO UM
           O automóvel parou no meio fio e a moça desceu rapidamente adentrando ao aeroporto internacional de Cumbica, estava visivelmente apressada. Chegou esbaforida ao guichê de informações; gesticulava sem parar, queria saber do voo que deveria chegar da Turquia. A recepcionista a tranquilizou, o avião estava com atraso de uma hora, deveria taxiar nos próximos vinte minutos.

            Lorena agradeceu e deu um passo para trás, estava aliviada; o seu amor ainda não havia chegado. Temia que houvesse perdido a chegada do voo, pois, ficara presa no trânsito, que estava quase parado.

           A emoção tomava conta daquele coração aflito, seu amor chegaria naquele voo, que ela aguardava ansiosamente, pois estavam separados fazia dez meses. Ele estava servindo no norte da África em missão no programa de médicos sem fronteiras.  Foi um tempo longo e sofrido; a espera judiou da moça, que era apaixonada por Anselmo.

            O namorado se formara a três anos na faculdade de medicina e tinha como meta de vida conhecer outros países; queria trabalhar em programas humanitários. Era um excelente aluno e muito respeitado pelos professores. Quando se formou logo se inscreveu no programa “Médicos sem fronteiras”, tinha chances diziam as pessoas que o conheciam.

            Depois de muitas provas e a documentação exigida ele foi convocado a participar do programa e realizar seu sonho. Anselmo estava feliz, iria trabalhar nos campos de refugiados ao norte da África onde a necessidade de médicos era urgente.

         O rapaz partiu em uma segunda feira de manhã, mas deixou para trás uma jovem chorosa; era sua namorada. Anselmo e Lorena iniciaram o namoro fazia dois anos, a moça era estudante de psicologia e ainda tinha um ano inteiro de aulas pela frente.

         Anselmo tentou terminar o namoro porque não queria se prender e nem deixar Lorena presa a ele. Mas, a moça não aceitou e como ele a amava continuaram comprometidos.

         Foi um ano difícil para o rapaz, no entanto, ele tinha pouco tempo para sentir saudades. Mas, Lorena sentia-se solitária, amava Anselmo e entrara em depressão depois que ele partiu. 
         No entanto, quando recebeu o e-mail que dizia que ele voltaria naquele dia, ela chorou até se cansar e depois foi se preparar para recebe-lo.

Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.

sexta-feira, 11 de março de 2016

"TODOS OS NOSSOS SONHOS PODEM TORNAR-SE REALIDADE SE TIVERMOS A CORAGEM DE PERSEGUI-LOS". WALT DISNEY-- OS MILAGRES ESTÃO POR TODA PARTE. EVA IBRAHIM

O AMOR É TUDO
CAPÍTULO NOVE
          Cada dia que passava Vitória ficava mais surpresa, pois se pegava pensando no Júlio; o rapaz não saia de sua cabeça. Mal se lembrava de Edu e também pouco se importava em saber se ele ainda estava com a loira vistosa.

          Estava se apegando ao novo amor; aquele rapaz a quem ela desprezara, agora era o centro de sua atenção. Vitória nunca poderia imaginar um Júlio tão envolvente e carinhoso; se mostrara o mais galante dos companheiros.

        Ele tinha a capacidade de surpreendê-la com carinhos inesperados. Certo dia, ele a surpreendeu com músicas românticas, que a comoveram tanto que as lágrimas escorreram de seus olhos sem ela querer. Quando tocou o “Amor se fim” ela se deu conta de que estava apaixonada por Júlio.

         Júlio a tratava com tanto carinho, que ela se sentia muito importante. Nunca antes, fora tratada daquele jeito; ele tinha muito amor para dar, era criativo e galante. A cada novo dia ele a surpreendia com um carinho diferente, flores, chocolates, mensagens de amor e outros, na verdade, ela nunca esteve tão feliz.


         O rapaz estava nas nuvens e muito feliz por ter conquistado a mulher que ele sempre quisera. E, agora ela também o queria como namorado e estava pronta para assumir um compromisso mais sério. 
        
       Os dois saiam para comer ou dançar e os conhecidos ficavam espantados em ver um amor tão bonito, vivido por pessoas que ficaram juntos por acaso. Pareciam dois pombinhos arrulhando o tempo todo. O amor se impôs àqueles corações, que apaixonados queriam ficar juntos para sempre.

         Então, quiseram ficar noivos em uma festa na praia; um Lual entre amigos e, lá dançaram até o Sol raiar. Depois foram para casa e dormiram nos braços um do outro. Pensavam em casar-se no ano seguinte, porém já viviam como marido e mulher; dormiam juntos, ora na casa dele, ora na casa dela.

        Assim, depois de alguns meses, Vitória estava grávida de Júlio, que a amava muito. Para ele foi uma alegria geral e motivo para antecipar o casamento. A família tratou de formalizar a situação e promoveram o casamento dos futuros pais de Maria Carolina, a menina que o ultrassom detectara.

         Em uma festa familiar aconteceu o casamento de Vitória e Júlio, que com um sorriso vitorioso no rosto fez um discurso, cujo final terminou assim;

          - Vitória, meu grande amor, você é a luz do meu mundo.


Termina aqui a história de um amor pouco provável, mas que se tornou o centro da vida de duas pessoas, que se amaram para sempre. 
MEU MUNDO REINVENTADO.

UM BLOG PARA POSTAR CONTOS CURTOS E EM CAPÍTULOS.