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sexta-feira, 27 de maio de 2016

NUNCA DEIXE DE SONHAR POR MEDO DE SE MACHUCAR, SE O MUNDO USOU ALGUÉM PARA TE FERIR, A VIDA TRARÁ ALGUÉM PARA TE CURAR". AUTOR DESCONHECIDO- AMO ENQUANTO POSSO, É TUDO... EVA IBRAHIM


O RECOMEÇO
CAPÍTULO CINCO
             Na primeira semana, Adele esteve envolvida com todas as coisas burocráticas que a esposa tem que resolver quando perde o esposo. Além de responder as perguntas dos amigos e conhecidos sobre o passamento do marido, ainda tinha que cuidar dos papéis, cartório, banco, empresa onde Rafael trabalhava e, finalmente na sexta feira ela respirou com a sensação do dever cumprido. Estava viúva e muito cansada; precisava ficar só.

             O domingo chegou e Adele se vestiu sobriamente, iria à missa de sétimo dia da morte de Rafael juntamente com suas duas filhas. Suas roupas combinavam com sua alma, ambas tinham a cor escura dominante. Adele chorou durante a missa; as palavras do padre a emocionaram e ela não prestou atenção em mais nada, estava frágil demais.

             O tempo passou lentamente e foi implacável com a viúva; nos três primeiros meses a sua rotina era chorar e visitar o cemitério. Então, ela tratou de arrumar trabalho para afastar a depressão. De casa para o trabalho e vice e versa, assim ela chegou ao oitavo mês da morte de Rafael.

            Cansada da solidão, Adele começou a frequentar a Igreja para poder sair de casa e voltar a vida em sociedade novamente. Em uma cerimônia da missa de um mês de falecimento da esposa de um conhecido de Rafael, Adele se comoveu e foi cumprimentar Olavo, o viúvo.

          E, a partir desse dia passaram a se falar constantemente, até o dia da véspera de Natal, quando ambos não resistiram e se entregaram ao amor. Um amor cheio de culpa e restrições, mas forte e capaz de resistir aos comentários de amigos e familiares.

O novo casal tinha muita coisa em comum, mas precisavam de um local neutro, onde não houvesse lembranças atormentando a consciência de cada um. Então, reuniram as duas famílias; as duas filhas de Adele e o filho de Olavo para apresentar-lhes os planos para o futuro.

Depois de alguns questionamentos, eles concordaram em montar uma uma nova casa, onde não houvesse lembranças do passado. Estas ficariam apenas nos corações e nos álbuns de cada um deles. Rafael e Rosaura, a esposa de Olavo, teriam seus lugares respeitados, no entanto, o novo casal queria recomeçar dali e viver uma vida feliz.

 E, foi num domingo de manhã junto a família e alguns amigos que foi celebrado o casamento de Adele e Olavo; uma nova oportunidade de viver o amor; o recomeço para duas almas solitárias.
 Um texto de Eva Ibrahim


sexta-feira, 20 de maio de 2016

"QUE MINHA SOLIDÃO ME SIRVA DE COMPANHIA, QUE EU TENHA CORAGEM DE ME ENFRENTAR. QUE EU SAIBA FICAR COM O NADA E MESMO ASSIM, ME SENTIR COMO SE ESTIVESSE PLENA DE TUDO". CLARICE LISPECTOR -- NÃO POSSO CAMINHAR SOZINHA... EVA IBRAHIM.

SOLIDÃO
CAPÍTULO QUATRO

           Adele chegou à sua casa e foi para o quarto, não sabia o que fazer de sua vida. E, no escuro do ambiente ela sentiu que seu futuro mais parecia um borrão cinzento, então, deitou-se na cama; estava triste e cansada de todos aqueles acontecimentos, que lhe roubaram o marido.

           Precisava ficar só e refletir na mudança que a morte de Rafael provocaria em sua vida. Solidão era a definição para aquele momento, uma dor profunda de perda inesperada; uma mudança sofrida e nunca pensada.

            Agora, Adele era viúva e aquela palavra lhe parecia uma carga pesada e escura; precisava encontrar uma saída para não entrar em depressão. Naquele momento, o que lhe restava era chorar.  As lágrimas corriam pelo seu rosto molhando o travesseiro, no entanto, serviam para aliviar a dor que apertava seu peito.    

          -    Por que eu? O Rafael sempre foi o grande amor da minha vida, o que farei sem ele?

          A mulher, depois de algum tempo, foi vencida pelo cansaço e adormeceu em um sono agitado; sentia mágoa do mundo e queria desaparecer.

           O dia amanheceu limpo e com uma luz brilhante, Adele estava com os olhos inchados de tanto chorar, mas não poderia ficar indiferente a beleza do dia que se apresentava naquela manhã. Foi tomar banho para melhorar sua aparência, teria que tomar algumas providências práticas referentes a morte de Rafael.

           A tristeza tomava conta de seu coração, estava de luto e sentia que precisava buscar Deus. Fez café e sentou-se para sorvê-lo; procurava um novo sentido para sua vida. Estava absorta em seus pensamentos e, distraidamente, levou a xícara aos lábios queimando a língua, em seguida, de um pulo levantou-se e foi tomar água...

 Adele sabia que precisava ficar forte, pois tinha duas filhas adolescentes que precisavam dela. No entanto, sentia que para sobreviver teria que ter um apoio espiritual; iria procurar o padre para aconselhá-la. Na Igreja encontraria um pouco de consolo, estava muito carente.

Quando saiu de casa os vizinhos foram lhe dar uma palavra de conforto e Adele começou a chorar, não conseguia falar dos últimos acontecimentos. Era muita angustia que a sufocava impedindo-a de conversar, então, teve que retornar à sua casa para poder se acalmar. Ela não queria a piedade de ninguém, estava acuada em sua dor.

            Suas filhas tentaram acalmá-la, porém, teriam que esperar a mãe viver todas as fases do luto; seria prematuro tentar impedir seu sofrimento. As duas meninas deixaram a mãe sozinha para curtir a sua perda; nada poderiam fazer. Eram jovens e ainda não entendiam o drama que estavam vivendo.

Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sábado, 14 de maio de 2016

SE A DESPEDIDA DÓI É PORQUE O INTERVALO ENTRE O "OI" E O "ADEUS" VALEU A PENA. AUTOR DESCONHECIDO- SIGA EM FRENTE, HAJA O QUE HOUVER. EVA IBBRAHIM

A DESPEDIDA
CAPÍTULO TRÊS
              O dia terminou com Adele sentada no sofá com os olhos inchados de tanto chorar.  Suas filhas estavam ali para lhe dar apoio, porém, já estavam exaustas e acabaram dormindo jogadas sobre suas camas. A mulher cochilou e acordou sobressaltada; havia tido um pesadelo com Rafael. Ele a chamava para acompanha-lo, mas ela se negava a segui-lo. Adele estava com medo de tudo o que acontecera naquele domingo de manhã.

            A sua vida estava destruída, amava o marido e não saberia viver sem a presença dele. Então, sentiu um forte arrepio percorrer seu corpo. Temerosa, tratou de afastar este pensamento, pois temia a morte e não queria conversa com os mortos.

            -Que descanse em paz, desejou a mulher cautelosa.

           Pelo vitro da sala ela viu o dia chegando e a sua claridade inundando a casa. Levantou-se e foi tomar um banho precisava livrar-se da sensação de sujeira que a estava incomodando. Depois fez um café e sorveu o líquido quente, que a revigorou, dando lhe forças para pensar em ligar para o cunhado e saber quando o corpo seria liberado para o enterro.

           Aquele, certamente seria um dia muito ruim; enterrar o marido nunca fez parte de seus piores pensamentos. No entanto, coube a ela essa missão e ela teria que ser forte. Duas lágrimas correram em seu rosto indo morrer em sua boca, deixando ali um gosto salgado.

            Ela queria sumir para não ter que acompanhar o enterro de Rafael. Adele trazia uma dor intensa em seu íntimo.

            - Como poderia deixa-lo enterrado e ir para sua casa? Pensou a mulher assustada.

           Estava além de suas forças; ele era o amor de sua vida. Sentia-se sozinha em sua dor. Ninguém poderia avaliar o tamanho de seu sofrimento e nada a consolava, estava revoltada. A campainha tocou e alguns parentes próximos chegaram para ajudar e consolar a viúva.

           Na verdade, Adele queria ficar sozinha e pensar em tudo que ocorrera, precisava entender o que Deus queria dizer levando Rafael tão cedo. Mas, com tanta gente em sua casa teria que adiar aqueles pensamentos e tratar de se preparar para a chegada do corpo no necrotério.

          Rafael estava duro e gelado, além de pálido, as flores que encobriam parte de seu corpo eram amarelas, o que deixavam o defunto ainda mais descorado. Adele ficou extática em frente ao marido morto. Estranhamente não estava chorando, se conformara com a ideia da morte de Rafael.

          A sala onde estava o falecido, ficou cheia de gente e o cheiro dos crisântemos tomou conta do lugar. A viúva sentiu náuseas e saiu acompanhada das filhas. Ficou algum tempo encostada na parede do lado de fora, mas quando o padre chegou para encomendar o corpo, ela se colocou na cabeceira do marido.

         Sentia-se entorpecida, parecia que nada daquilo lhe dizia respeito. E, quando o cortejo seguiu até a vala, ela acompanhou abraçada com as suas filhas, seguiu o caixão até a beira da cova. Cercado de parentes e amigos, o caixão desceu depositando o corpo de Rafael em sua última morada. Adele jogou algumas flores, que alguém colocou em suas mãos, sobre o caixão do marido. Então, com os olhos marejados de lágrimas, ela foi conduzida para fora do cemitério.

Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

"A MORTE NADA MAIS É DO QUE UMA DESPEDIDA INESPERADA, QUE NÃO TEMOS O PODER DE CONTESTAR OU EVITAR". AUTOR DESCONHECIDO-- O SILÊNCIO ACENTUA A DOR. EVA IBRAHIM

O CHORO DOÍDO
CAPÍTULO DOIS
             Adele insistiu, queria saber o que acontecera com Rafael, mas, ninguém se dispunha a lhe dizer a verdade. Diziam apenas, que ele passara mal enquanto jogava basquetebol. Seguiram de automóvel os poucos quarteirões que separavam o portão de entrada do clube e a casa de Adele. Ela mal teve tempo de colocar as ideias no lugar, estava vivendo um pesadelo.

          Quando adentraram ao pátio lateral, de onde dava para ver a quadra de basquete, Adele viu que lá havia uma aglomeração.  Então, colocou a mão na boca para calar um grito inesperado; no fundo ela sabia que o caso era muito grave. Em seguida, ao se aproximar ela viu um corpo coberto com um pano branco e o grito espremido saiu dolorido; era seu marido que estava estendido sob aquele tecido branco.

            Adele correu em direção ao local, porém não obteve êxito, foi contida por algumas pessoas ali presentes. Sentaram-na em uma cadeira e trouxeram água com açúcar para ela se acalmar. Durante este tempo as suas filhas chegaram para apoiar a mãe e todas gemeram em alta voz. Rafael, marido e pai exemplar estava morto, caído na quadra de basquetebol.

Enquanto aguardavam o carro do Instituto Médico Legal (IML), a polícia montava guarda para que ninguém se aproximasse do corpo inerte. A família, desesperada, queria ver o seu ente querido e, depois de algum tempo a mulher e filhas puderam se aproximar. 

O choro tomou conta da maioria das pessoas que ali estavam. Até os homens disfarçavam uma ou outra lágrima que teimava em cair. Adele era a desolação em pessoa, trazia nos olhos a dor e a tristeza da perda. Ficou parada olhando o rosto pálido e sem vida de Rafael. Aos poucos a aglomeração foi se dispersando e ficaram alguns amigos e a família aguardando o IML.

            As horas foram passando e o seu marido permanecia caído no chão duro da quadra de basquete; então, inesperadamente ela começou a gritar. Queria leva-lo para casa; não era justo ele ficar ali sem assistência. A polícia argumentou que ele estava morto e tinham que obedecer às leis; ninguém poderia mexer no corpo.

                 Amparada pelas filhas ela se afastou e foi chorar em outro canto. E, quando ela viu o carro do IML adentrar ao local ela se desesperou novamente. Três homens vestidos de roupas brancas e luvas desceram do carro e pegando um cocho abaulado colocaram o corpo dentro e, depois empurraram-no de qualquer jeito para dentro do carro. Então, saíram em desabalada carreira deixando para trás uma família desesperada e sem saber o que fazer.

             No entanto, naquele momento nada poderia ser feito, deveriam esperar a liberação do corpo. Adele e as filhas caminharam para a casa em completa solidão, Rafael já não estava presente. O domingo se despedia deixando o escuro da noite tomar conta de tudo.
Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

"AS VEZES, TUDO O QUE VOCÊ PRECISA FAZER É ABAIXAR A SUA CABEÇA, FAZER UMA ORAÇÃO E RESISTIR À TEMPESTADE". AUTOR DESCONHECIDO - CREIA EM DEUS E SIGA EM FRENTE. EVA IBRAHIM

DOMINGO DE MANHÃ
                            CAPÍTULO UM
            O domingo amanheceu lindo, um Sol brilhante e um cheiro de terra molhada, que tomava conta do ar umidificado pela chuva. Durante a noite chovera torrencialmente, parecia que o mundo iria acabar. Uma chuva de verão, que trouxera muito barulho e vento, mas logo que amanheceu passou, e deu lugar a uma manhã esplendorosa.

Na casa de Adele, os filhos ainda dormiam quando ela se levantou para fazer o café. E, ao abrir a porta percebeu que havia muito trabalho a fazer. A chuva deixara muita sujeira das árvores por toda a extensão do quintal, jardim e na rua também. O vento açoitou as árvores e elas perderam folhas e galhos, esparramando-os por toda a parte.

A mulher coou o café e pegando a vassoura começou a varrer o quintal. Então, o seu marido surgiu na porta espreguiçando e dizendo que iria ao supermercado e depois ao clube de campo; havia uma disputa de basquete entre duas equipes rivais. Rafael era um apaixonado por aquele esporte.

Adele serviu o café ao marido; em seguida lhe entregou uma relação de compras necessárias para o almoço de domingo. Então, Rafael saiu e deixou a mulher envolvida com a limpeza da área externa da casa.

Durante um bom tempo ela limpou tudo, em seguida, adentrando a cozinha sentiu um forte calafrio; parou e se benzeu, depois foi cuidar da casa. No entanto, ficara pensativa, não gostava de ter pressentimentos ruins. Adele temia o desconhecido, era uma mulher simples e medrosa; fora criada ouvindo histórias mirabolantes, que a deixavam noites sem dormir.

Rafael chegou reclamando da demora no atendimento dos caixas do supermercado. E, dizendo estar atrasado para seu compromisso do domingo, pegou sua mochila e saiu apressado. Adele não deu importância ao que ele disse, pois era a sua rotina de domingo. O marido voltaria cansado e feliz; depois do banho almoçaria e iria se deitar para descansar.

O almoço estava quase pronto, a mulher estava lavando a verdura, quando alguém bateu palmas em frente ao portão de sua casa, parecia nervoso, pois insistia veementemente. Adele enxugou as mãos e foi verificar o que estava acontecendo e, quando abriu a porta, sentiu novamente o calafrio percorrer seu corpo.

Ali, com expressão de espanto, estavam três conhecidos da mulher, amigos de Rafael, que gaguejavam ao falar. Alguma coisa de muito ruim havia acontecido e eles titubeavam em dizer. Finalmente pediram para a mulher acompanha-los, porque seu marido estava passando mal no clube.                      
  Então, ela desligou o fogão e saiu apressada atrás dos rapazes; estava com o coração nas mãos.
Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

"O CAMINHO MAIS BONITO PARA VOCÊ SEGUIR É O QUE FAZ SEU CORAÇÃO VIBRAR, SUA ALMA BRILHAR E SEU CORPO SORRIR". AUTOR DESCONHECIDO.--

O RETORNO
CAPÍTULO SEIS
          No entanto, quando tudo parecia perdido e Lorena já se considerava uma namorada abandonada, eis que aparece o Anselmo querendo conversar com ela. Ele estava ansioso, porém cheio de atenções para com a moça, até lhe trouxera uma caixa de bombons.

Os dois saíram para conversar em uma lanchonete; queria um ambiente neutro, pediu Anselmo.

-A conversa será longa e definitiva, disse o rapaz. Lorena estremeceu;                           
- O que ele queria dizer com aquilo? Será que ele a dispensaria educadamente, como sempre fora o seu jeito de ser?

Pediram sucos e uma porção a moda da casa e, enquanto beliscavam ele se pôs a falar. Havia recebido uma carta de seu superior de quando atuava na obra humanitária dos Médicos Sem Fronteiras. E, este o chamava para completar o serviço, pois, ali havia muito a fazer por tantas pessoas carentes e desabrigadas. Depois de sua saída, houvera um surto de diarreia bacilar por falta de saneamento básico; muitas crianças estavam morrendo de desidratação.

A moça começou a chorar. Entre soluços dizia que não queria que ele fosse embora novamente. Então para sua surpresa, Anselmo a pediu em casamento; estava cansado de ficar só naquele lugar. Ele a queria junto dele. E, para seu espanto lhe disse:

 - Eu te amo Lorena e quero que vá comigo para eu cumprir essa missão. A moça, agora já formada em psicologia, poderia ajuda-lo em seu trabalho

Uma sineta tocou dentro do seu coração, ela mal podia acreditar no que ele acabara de lhe dizer. Anselmo a amava e ela o seguiria para onde ele fosse, nunca mais o deixaria ir sozinho novamente.

Ele pegou suas mãos e a puxou, beijando seus lábios. Naquele momento Lorena entrou em alfa, amava aquele homem e a resposta era sim.

             Chegando a sua casa estava alegre e esbanjando felicidade. Então, pegou os cacos da galinha e tentou colar os pedaços, sentia-se culpada por atribuir a ela a distância que o rapaz lhe impusera. Ela nada influenciara nas atitudes de Anselmo, ele queria aproveitar aquelas férias para se divertir um pouco. Quando pressionado para terminar sua missão, pensara nela e acabara por confessar o seu amor.  

             Durante uma semana o casal se preparou para a viagem e o casamento antes da partida. Todos estavam felizes naquela casa, Lorena seguiria o seu amor independente de qualquer magia ou simpatia. A galinha estava quebrada e fora jogada na lata do lixo.

             Em um domingo de manhã o casal seguiu para o aeroporto com destino a África; estavam muito felizes. A viagem transcorreu sem nenhuma novidade e quando desceram no aeroporto, a moça adentrou ao salão de desembarque e para sua surpresa deu de cara com a banca de lembranças e simpatias para promoção de casamentos.

             Ela parou em frente, enquanto o Anselmo apanhava suas malas e um pensamento lhe ocorreu:

          - Será que a galinha está querendo me dizer para eu comprar outra, já que estou tão feliz?

          Anselmo se aproximou e sorrindo disse a ela que comprasse outra galinha senão o feitiço não vingaria; todos acreditavam nisso naquela terra.

             Lorena sentiu um arrepio pelo corpo e ao invés de comprar uma galinha ela comprou quatro, cada uma de uma raça diferente. Com isso ela queria fortalecer os laços dela com a simpatia africana para não ter surpresas no futuro. Chegou exultante à nova casa e colocou as quatro galinhas na estante de Anselmo e quando saiu dali piscou para elas, que eram suas aliadas em se tratando de magias para prender marido.

       Termina aqui a história das galinhas africanas, que tem poder de promover casamentos, segundo a crença popular do norte da áfrica.
 Um texto de Eva Ibrahim


MEU MUNDO REINVENTADO.

UM BLOG PARA POSTAR CONTOS CURTOS E EM CAPÍTULOS.