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sexta-feira, 29 de abril de 2016

"AS VEZES, TUDO O QUE VOCÊ PRECISA FAZER É ABAIXAR A SUA CABEÇA, FAZER UMA ORAÇÃO E RESISTIR À TEMPESTADE". AUTOR DESCONHECIDO - CREIA EM DEUS E SIGA EM FRENTE. EVA IBRAHIM

DOMINGO DE MANHÃ
                            CAPÍTULO UM
            O domingo amanheceu lindo, um Sol brilhante e um cheiro de terra molhada, que tomava conta do ar umidificado pela chuva. Durante a noite chovera torrencialmente, parecia que o mundo iria acabar. Uma chuva de verão, que trouxera muito barulho e vento, mas logo que amanheceu passou, e deu lugar a uma manhã esplendorosa.

Na casa de Adele, os filhos ainda dormiam quando ela se levantou para fazer o café. E, ao abrir a porta percebeu que havia muito trabalho a fazer. A chuva deixara muita sujeira das árvores por toda a extensão do quintal, jardim e na rua também. O vento açoitou as árvores e elas perderam folhas e galhos, esparramando-os por toda a parte.

A mulher coou o café e pegando a vassoura começou a varrer o quintal. Então, o seu marido surgiu na porta espreguiçando e dizendo que iria ao supermercado e depois ao clube de campo; havia uma disputa de basquete entre duas equipes rivais. Rafael era um apaixonado por aquele esporte.

Adele serviu o café ao marido; em seguida lhe entregou uma relação de compras necessárias para o almoço de domingo. Então, Rafael saiu e deixou a mulher envolvida com a limpeza da área externa da casa.

Durante um bom tempo ela limpou tudo, em seguida, adentrando a cozinha sentiu um forte calafrio; parou e se benzeu, depois foi cuidar da casa. No entanto, ficara pensativa, não gostava de ter pressentimentos ruins. Adele temia o desconhecido, era uma mulher simples e medrosa; fora criada ouvindo histórias mirabolantes, que a deixavam noites sem dormir.

Rafael chegou reclamando da demora no atendimento dos caixas do supermercado. E, dizendo estar atrasado para seu compromisso do domingo, pegou sua mochila e saiu apressado. Adele não deu importância ao que ele disse, pois era a sua rotina de domingo. O marido voltaria cansado e feliz; depois do banho almoçaria e iria se deitar para descansar.

O almoço estava quase pronto, a mulher estava lavando a verdura, quando alguém bateu palmas em frente ao portão de sua casa, parecia nervoso, pois insistia veementemente. Adele enxugou as mãos e foi verificar o que estava acontecendo e, quando abriu a porta, sentiu novamente o calafrio percorrer seu corpo.

Ali, com expressão de espanto, estavam três conhecidos da mulher, amigos de Rafael, que gaguejavam ao falar. Alguma coisa de muito ruim havia acontecido e eles titubeavam em dizer. Finalmente pediram para a mulher acompanha-los, porque seu marido estava passando mal no clube.                      
  Então, ela desligou o fogão e saiu apressada atrás dos rapazes; estava com o coração nas mãos.
Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

"O CAMINHO MAIS BONITO PARA VOCÊ SEGUIR É O QUE FAZ SEU CORAÇÃO VIBRAR, SUA ALMA BRILHAR E SEU CORPO SORRIR". AUTOR DESCONHECIDO.--

O RETORNO
CAPÍTULO SEIS
          No entanto, quando tudo parecia perdido e Lorena já se considerava uma namorada abandonada, eis que aparece o Anselmo querendo conversar com ela. Ele estava ansioso, porém cheio de atenções para com a moça, até lhe trouxera uma caixa de bombons.

Os dois saíram para conversar em uma lanchonete; queria um ambiente neutro, pediu Anselmo.

-A conversa será longa e definitiva, disse o rapaz. Lorena estremeceu;                           
- O que ele queria dizer com aquilo? Será que ele a dispensaria educadamente, como sempre fora o seu jeito de ser?

Pediram sucos e uma porção a moda da casa e, enquanto beliscavam ele se pôs a falar. Havia recebido uma carta de seu superior de quando atuava na obra humanitária dos Médicos Sem Fronteiras. E, este o chamava para completar o serviço, pois, ali havia muito a fazer por tantas pessoas carentes e desabrigadas. Depois de sua saída, houvera um surto de diarreia bacilar por falta de saneamento básico; muitas crianças estavam morrendo de desidratação.

A moça começou a chorar. Entre soluços dizia que não queria que ele fosse embora novamente. Então para sua surpresa, Anselmo a pediu em casamento; estava cansado de ficar só naquele lugar. Ele a queria junto dele. E, para seu espanto lhe disse:

 - Eu te amo Lorena e quero que vá comigo para eu cumprir essa missão. A moça, agora já formada em psicologia, poderia ajuda-lo em seu trabalho

Uma sineta tocou dentro do seu coração, ela mal podia acreditar no que ele acabara de lhe dizer. Anselmo a amava e ela o seguiria para onde ele fosse, nunca mais o deixaria ir sozinho novamente.

Ele pegou suas mãos e a puxou, beijando seus lábios. Naquele momento Lorena entrou em alfa, amava aquele homem e a resposta era sim.

             Chegando a sua casa estava alegre e esbanjando felicidade. Então, pegou os cacos da galinha e tentou colar os pedaços, sentia-se culpada por atribuir a ela a distância que o rapaz lhe impusera. Ela nada influenciara nas atitudes de Anselmo, ele queria aproveitar aquelas férias para se divertir um pouco. Quando pressionado para terminar sua missão, pensara nela e acabara por confessar o seu amor.  

             Durante uma semana o casal se preparou para a viagem e o casamento antes da partida. Todos estavam felizes naquela casa, Lorena seguiria o seu amor independente de qualquer magia ou simpatia. A galinha estava quebrada e fora jogada na lata do lixo.

             Em um domingo de manhã o casal seguiu para o aeroporto com destino a África; estavam muito felizes. A viagem transcorreu sem nenhuma novidade e quando desceram no aeroporto, a moça adentrou ao salão de desembarque e para sua surpresa deu de cara com a banca de lembranças e simpatias para promoção de casamentos.

             Ela parou em frente, enquanto o Anselmo apanhava suas malas e um pensamento lhe ocorreu:

          - Será que a galinha está querendo me dizer para eu comprar outra, já que estou tão feliz?

          Anselmo se aproximou e sorrindo disse a ela que comprasse outra galinha senão o feitiço não vingaria; todos acreditavam nisso naquela terra.

             Lorena sentiu um arrepio pelo corpo e ao invés de comprar uma galinha ela comprou quatro, cada uma de uma raça diferente. Com isso ela queria fortalecer os laços dela com a simpatia africana para não ter surpresas no futuro. Chegou exultante à nova casa e colocou as quatro galinhas na estante de Anselmo e quando saiu dali piscou para elas, que eram suas aliadas em se tratando de magias para prender marido.

       Termina aqui a história das galinhas africanas, que tem poder de promover casamentos, segundo a crença popular do norte da áfrica.
 Um texto de Eva Ibrahim


sexta-feira, 15 de abril de 2016

"EU SEM VOCÊ SOU SÓ DESAMOR. UM BARCO SEM MAR, UM CAMPO SEM FLOR. TRISTEZA QUE VAI, TRISTEZA QUE VEM. SEM VOCÊ, MEU AMOR, EU NÃO SOU NINGUÉM". VINÍCIUS DE MORAES

TRAVESSURAS
CAPÍTULO CINCO
O domingo chegou e a moça estava deprimida, pois a semana transcorrera num verdadeiro marasmo, parecia que Anselmo também a pusera de castigo. Mas, com ela fora diferente; ele a colocara na geladeira. O rapaz não dera sinal de vida e ela temia que ele não a quisesse mais.

 A manhã transcorreu monótona e rotineira, porém, pouco antes da hora do almoço parou um automóvel em frente à casa de Lorena. E, dele apearam seus tios e cinco primos com duas crianças pequenas, netos do casal de tios.

Foi um alvoroço, sua mãe queria atender a família da irmã da melhor forma possível e as mulheres tiveram que enfrentar o fogão; as visitas estavam famintas. Viajaram por três horas até chegarem ali e as crianças queriam comer na casa da tia. Lorena ajudou sua mãe e depois foi tomar banho, iria sair para se livrar de tantas visitas.

A moça estava no chuveiro quando ouviu um barulho e depois uma porção de gritos de criança; em seguida os latidos do seu cachorro. Lorena sentiu um arrepio; o peludo raramente latia, somente quando o caso era sério; então, percebeu que as crianças haviam quebrado alguma coisa, pois, gritos de censura dos pais eram alarmantes.

Lorena tratou de desligar o chuveiro e se apressar em colocar suas roupas para ir verificar o acontecido; estava apreensiva com tanto barulho na casa. Quando saiu do banheiro, ainda com a toalha prendendo os cabelos ela deu de cara com sua mãe e a tia lhe pedindo calma.

As crianças haviam derrubado a galinha da estante e o peludo a mordera; estava em estado lastimável. A galinha perdera as penas do rabo e estava corroída em grande extensão do corpo. A moça tremeu, desconfiava que aquilo queria dizer que o seu amor estava por um fio.

Foi procurar o Peludo, queria lhe dar uns tabefes. No entanto ao avistá-lo percebeu que era apenas um cão e que mordera a galinha por instinto, não havia maldade naquela criatura, que ao vê-la abanou o rabo. As crianças trataram de se esconder, temiam a fúria da prima.

A moça se conteve, estava desolada, não sabia o que fazer. Em seguida, pegando a galinha, olhou para ela com desconfiança e, sentiu que poderia estar enganada em sua crença. A galinha estava mordida, suja e sem as penas do rabo; perdera seu encanto. Parecia ser, apenas, um objeto comum, um mito africano que perdera sua magia e não havia nada que provasse que tinha poder sobre a vida dela. 

No entanto, Lorena estava muito suscetível aos últimos acontecimentos com Anselmo e queria uma explicação para sua ausência.

 Um texto de Eva Ibrahim Continua na próxima semana.

sábado, 9 de abril de 2016

"EM CADA UM DE NÓS HÁ UM SEGREDO, UMA PAISAGEM INTERIOR COM PLANÍCIES INVIOLÁVEIS, VALES DE SILÊNCIO E PARAÍSOS SECRETOS". ANTOINE DE SAINT EXUPÉRY-- NUNCA DEIXE DE SONHAR- EVA IBRAHIM

       NA ESTANTE

                                           CAPÍTULO QUATRO
Lorena se atirou aos pés de Anselmo, chorou, esperneou, mas nada adiantou, ele estava determinado; se ela insistisse ele a abandonaria e adeus ao namoro. Teriam que amadurecer a ideia para, então, depois pensarem em noivado. 

- Era muito cedo para um compromisso tão sério, afirmou o rapaz com convicção.

O encontro terminou em lágrimas e com o rapaz saindo abruptamente. A moça, desesperada, adentrou ao seu quarto com muita raiva no coração, pela decepção sofrida. Não queria falar com ninguém e se jogou na cama; estava em prantos.

Depois de muitas lágrimas ela lembrou-se da galinha e pegando-a com raiva disse que a culpa era dela, que não fizera o serviço direito, isto é: não protegera o seu namoro como devia. Em seguida, pensou em jogá-la na lata do lixo, porém, achou melhor lhe dar uma chance; poderia precisar dela posteriormente.

A galinha teria um castigo até que o Anselmo fizesse as pazes com ela. Pensou e resolveu coloca-la na estante até a sua situação melhorar, estava muito magoada para deixa-la em seu lugar de honra.

– Vai ficar abandonada entre os livros esquecidos na estante, assim aprenderá a cuidar melhor dos interesses de sua dona.

E, com ar vitorioso voltou para a cama, estava vingada. Acordou no dia seguinte com os olhos inchados, os cabelos eriçados e uma grande dor de cabeça. Quando olhou para o espelho, quase desmaiou, estava horrível; ninguém poderia vê-la daquele jeito. 

Correu para o chuveiro para tentar melhorar sua aparência. Amenizou apenas, as marcas da noite mal dormida continuaram em seu rosto; demoraria dias para voltar ao normal.

A galinha continuava jogada entre os livros esquecidos na estante, era seu castigo.
 - Que espécie de amuleto era aquele que não a protegera da decepção? Pensava Lorena, desconfiada.

 A moça estava visivelmente magoada com tudo e com todos. O dia se foi lentamente e quando a noite chegou ela resolveu ligar para o Anselmo, que não dera sinal de vida durante todo o dia. Ele atendeu secamente e disse que tinha combinado jogo com os amigos e não poderia encontrá-la.

Lorena ficou furiosa, pois ele estava frio e distante, então pensou que era coisa da galinha. Foi até a estante e a chacoalhou gritando furiosa:
- Se o Anselmo não retornar para mim eu vou coloca-la na lata do lixo.

Em seguida a jogou sobre os livros, deixando-a caída na estante de qualquer jeito. Depois, a moça deu-lhe as costas e saiu pisando duro. Pelo jeito a galinha ficaria ali por muito tempo, pois o Anselmo não queria saber de noivado tão cedo.

Atribuir poder a um objeto e depois cobrar dele atitudes, faz parte de mentes crédulas no invisível.

Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

"AS GALINHAS DO EXTREMO NORTE DA ÁFRICA SÃO FEITAS DE MATERIAL LEVE, PINTADAS, ORNADAS E COM RABOS DE GALINHAS VIVAS. DEVEM SER GANHADAS E NUNCA COMPRADAS. É UMA LEMBRANÇA QUE TRAZ PROTEÇÃO, AMOR FIEL E CASAMENTO PARA AS SOLTEIRAS".SENSO COMUM--- O AMULETO TORNA A PESSOA CORAJOSA. EVA IBRAHIM

                                         O AMULETO
                                CAPÍTULO TRÊS
           Anselmo trouxera a galinha como falta de opção, pois, não tinha comprado nada para Lorena e, no aeroporto ele se deparou com um quiosque de lembrancinhas; então, optou por comprar a galinha para ela. Era uma lembrança que a maioria das moças africanas gostavam de ganhar; era um amuleto da sorte para as moças que queriam se casar.

          Ele pensou que seria apropriado levar alguma coisa para sua namorada, que lembrasse o lugar onde estivera aquele tempo todo. Em nenhum momento ele se preocupou com o que ela iria pensar, apenas agiu por impulso e nunca poderia imaginar o efeito que o presente teria sobre ela.

A galinha ganhara um lugar especial no criado mudo da moça, ficava sobre o rádio relógio e era objeto de beijos, afagos e pedidos inusitados de conquista amorosa e até casamento. Claro que o desejado e conquistado era o Anselmo, que não imaginava estar sendo assediado através de uma galinha.

A galinha tornara-se o objeto mais precioso do mundo para Lorena, ele era o seu amuleto da sorte. O que a tornara confiante e poderosa em relação ao seu namoro. A partir desse dia ela começara a se preparar para o casamento, pois, acreditava que a galinha fora o sinal tão esperado do amor de Anselmo por ela.

A sensação que ela tinha era de que o seu corpo estava fechado com relação ao amor de Anselmo. Tudo estava escrito e nada poderia interferir em sua vida. Sentia-se poderosa e determinada; nada faria Anselmo se afastar dela.

            Começara a comprar seu enxoval e acumular coisas para o grande dia; vivia em estado de graça e não percebeu que o namorado já não lhe dava tanta atenção; vivia rodeado de amigos farristas. Sempre em meio a um grupo descompromissado com as convenções sociais; o rapaz estava resgatando o tempo em que estivera se preparando para sua carreira.

          Ela ligava e combinavam sair, então, se encontravam como namorados que eram. E, logo o rapaz tratava de ir embora, mas ela estava envolvida com a situação, e não percebia a falta de interesse do namorado. Quando ele dizia estar cansado, ela achava normal e nada questionava.

         Assim os meses foram passando e quando chegou o mês de junho ela queria ficar noiva no dia dos namorados, porém Anselmo não pensava em se amarrar com ninguém. Tinha outros planos, no entanto precisava ser claro com Lorena ou estaria em uma situação crítica, da qual não conseguiria se desvencilhar.

No entanto, não teve jeito, a situação se agravou quando ele disse que não queria ficar noivo, que tinha outros planos, ela se pôs a chorar desesperadamente gritando:
- Eu te amo e quero casar com você.

 Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.

sábado, 26 de março de 2016

"NÓS NÃO VEMOS O QUE VEMOS, NÓS VEMOS O QUE SOMOS. SÓ VEEM AS BELEZAS DO MUNDO, AQUELES QUE TEM BELEZAS DENTRO DE SI". RUBEM ALVES---AFINIDADE NÃO SE EXPLICA. EVA IBRAHIM

ÊXTASE
                                                 CAPÍTULO DOIS
           Quando Anselmo surgiu no portão de desembarque, Lorena sentiu que iria desmaiar de tanta felicidade, mas logo se apoiou no balcão da recepcionista e tratou de respirar fundo. Não queria dar vexame em frente ao seu amor; não era hora para dramas.

          Ele se aproximou com o carrinho de bagagem e de repente, quando a viu, parou e sorriu para ela que foi ao seu encontro, deixando-se beijar em meio às pessoas, que olhavam sorrindo para o casal.  Mais um encontro acontecia no aeroporto, unindo ou separando as pessoas que estavam em trânsito; as emoções estavam no ar.

        Depois saíram abraçados, pareciam visivelmente felizes. Naquele momento nada mais importava, estavam em êxtase. Lorena prometera a si mesma que nunca mais o deixaria ir sozinho a lugar algum. 

           No entanto, o que ela não sabia é que durante o ano que passou ele conheceu uma colega de trabalho, que o fez balançar por diversas vezes. Anselmo pensara seriamente em abandonar Lorena. A presença diária da colega mexia com ele e como estava carente, caiu nos braços de Ana, que o satisfazia plenamente.

      Entretanto, a moça por quem Anselmo estava interessado teve que retornar à sua casa, pois, seu pai havia sofrido um acidente e ela precisou cuidar dele; era a médica da família. A sorte favoreceu Lorena que o aguardava ansiosamente; acreditava que ele também a amava.

.      Ela sentia saudades de Anselmo, que quando se fora ainda era seu namorado e a deixara para perseguir seus sonhos. O rapaz, com retorno marcado, estava sozinho e, de regresso para sua casa resolveu voltar para Lorena, embora já não a amasse, ela poderia consolá-lo.

A moça percebeu que ele estava frio e distante, já não tinha os arroubos dos primeiros tempos; apenas correspondia as suas investidas. No entanto, ela tinha muito amor para dar e faria tudo para reconquistá-lo. Para ela não importava o que houvesse acontecido, e também não queria saber de nada; Anselmo estava ali e isso era o que lhe interessava.

Durante todo o ano ela nunca pensara em outra pessoa; permanecera fiel ao namorado. Anselmo chegou alegre e sorridente, estava de volta à sua terra. Queria agradar a todos, trouxera alguns presentes para os familiares e para ela uma galinha da sorte, que lá na África era tida como presente obrigatório para os namorados.

Quando ela recebeu a galinha ficou muito feliz, pois sabia da lenda que envolvia o presente. Anselmo havia contado a ela, em um cartão postal, a estranha lenda que  fazia parte do folclore daquele povo carente. Lorena ficou em êxtase; estava muito contente.

Um texto de Eva Ibrahim. Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

UM BLOG PARA POSTAR CONTOS CURTOS E EM CAPÍTULOS.