VIVENDO
NA ESCURIDÃO
CAPÍTULO
CINCO.
A depressão tomou conta da puérpera,
rejeitava a pequena Luana e se desentendia com o marido quando ele a procurava
para conversar. Selma, a mãe de Celi, se mudara para a casa da filha, pois a
neta precisava de cuidados que a mãe, em sua insanidade, não poderia dar.
Luana
estava crescendo e já tinha a aparência de um bebê saudável. A menina estava com
cinco meses, era pequena para sua idade, entretanto, já respondia as
brincadeiras dando pequenos gritinhos e sorrisos. Tinha belos olhos escuros, que
sobressaiam em sua pele alva. Era uma criança miúda e muito bonita.
No
entanto, Celi estava vivendo seus piores dias; num mundo escuro e sem saída. Um
sintoma particularmente importante de depressão é pensar na morte e suicídio,
ou até mesmo prejudicar o bebê com agressões, que podem ser fatais. A avó não
deixava Luana com a mãe por temer algum ato intempestivo contra a pequena
criança.
A
moça estava recebendo tratamento em uma clínica especializada, porém não
apresentava melhoras, vivia trancada no quarto. Tornara-se uma pessoa
desmazelada, agressiva e arredia, vivia em um mundo fora da realidade; não
queria ver ninguém.
Certo
dia, Celi não se levantou no horário de costume e sua mãe foi acordá-la, porém,
ela estava desmaiada, não respondia aos chamados; parecia dopada. Então, Selma
desesperada saiu pedindo ajuda. O vizinho chamou a ambulância para leva-la ao
Hospital, onde ficou internada. O médico disse que ela havia tomado uma carga
excessiva de medicamentos.
Depois de uma semana tivera alta para sua
casa. Na verdade ela tentara contra a própria vida, não conseguira o intento
porque fora encontrada a tempo de ser socorrida. O médico foi categórico ao afirmar
que foi tentativa de suicídio e, que os medicamentos não estavam controlando
sua doença. Foi necessário fazer lavagem estomacal para que ela tivesse uma
chance de sobrevivência.
Foi
realizada nova carga de exames e receitados novos medicamentos. Depois de
alguns dias, Celi parecia estar
melhor, até pegou a Luana no colo e brincou com ela; estava bem disposta.
Samuel ficou contente, com a mudança dos medicamentos, provavelmente, ela teria
uma melhora no seu estado geral. Então, ele estava com esperança de ter sua
esposa de volta.
Celi
era uma jovem alegre e brincalhona e Samuel se apaixonara por ela logo de cara.
E, com o tempo, ela também foi conquistada por ele. O casamento foi uma união
de dois corações apaixonados. No entanto, durou muito pouco, pensava Samuel.
Logo nasceu Luana com todos aqueles problemas e sua esposa caiu em depressão. O
rapaz suspirou fundo, queria sua amada com saúde e alegre como antes; sentia-se
injustiçado pela vida. Ele também estava sem rumo.
Um
texto de Eva Ibrahim.
Continua
na próxima semana.