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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

"NÃO DIGA NADA" MÚSICA ROMÂNTICA. "DEIXA QUE EU TE FALE COM TERNURA, O QUE EU QUISER FALAR. DEIXA QUE EU TE ABRACE COM LOUCURA, ATÉ TE SUFOCAR. DEIXA QUE EU SEJA SUA SOMBRA, POR ONDE VOCÊ FOR. PARA REFLETIR NO CHÃO QUE PISAS, A IMAGEM DESTE AMOR..." GILLIARD



                        BOINA AZUL
                            EU AMO VOCÊ

CAPÍTULO UM
           O espelho estava embaçado pela fumaça quente que saia do box, Serena não tinha pressa em sair dali; estava desolada. Enquanto a água corria pelos seus cabelos banhando seu corpo, as lágrimas salgavam sua boca. Acontecera o que ela mais temia, seu noivo fora convocado para servir na força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).

          Vitor andava ansioso e parecia inquieto, deixando Serena preocupada. Então, a moça perguntou o que o afligia e ele tirou um papel do bolso entregando para ela ler. Era a convocação para servir no Haiti, em missão de paz, com toda sua tropa. Ficariam lá, pelo menos, durante seis meses, com possibilidade de prorrogação.

             - O que vou fazer? Exclamou apavorada. Ela e Vitor, estavam de casamento marcado para dali a três meses.

            - Como repensar tudo? Desistir de meus sonhos e esperar indefinidamente até meu amor retornar?

            Serena fizera muitos planos, amava o noivo e queria viver ao seu lado. O rapaz também queria casar-se com ela, o amor de sua vida; Vitor afirmava com convicção. Porém, sua carreira era muito importante e não abriria mão dela por nada.

         No começo do ano ele conseguira se formar; um diploma muito almejado. Era só o que faltava para a realização de seu sonho, tornar-se sargento do exército brasileiro, conseguido com muito estudo e garra na escola militar. E, com sua convocação seria mais um soldado boina azul no Haiti; um país arrasado pela natureza.

              Na verdade, ele estava feliz, queria conhecer novos lugares e ajudar aquele povo maltratado. Amava sua noiva, mas era jovem e queria aventurar-se para conhecer o mundo, promovendo a ajuda humanitária tão necessária. O casamento poderia esperar mais um pouco. Estava eufórico, iria viajar, conhecer novos lugares; abrir seus caminhos.

              Serena caiu na cama ainda com os cabelos molhados, estava com os olhos inchados de tanto chorar. Eles teriam uma semana para arrumar tudo e Vitor deveria apresentar-se no seu local de origem, na cidade de São Paulo.

            Sua tropa seguiria para Brasília, a capital do país, lá seria submetida a um treinamento específico, com duração de três meses. Depois dessa fase de preparação intensa, embarcariam no navio brasileiro com destino ao Haiti. Estaria, então, a serviço de sua pátria; o que era motivo de orgulho para o rapaz.

            Serena sofria por antecipação, amava o noivo do fundo de sua alma e temia a solidão que se desenhava no horizonte. A ausência de Vitor poderia durar meses e até anos, ninguém saberia precisar a data de sua volta.

 Ela queria ficar ao lado dele o maior tempo possível, não se conformava em ter que adiar o casamento, com tantas incertezas envolvidas. Entretanto, não poderia reclamar, pois sabia dos desejos do seu amor e conhecia as regras do exército. O que menos importava naquele momento, eram os seus sentimentos.

 A apresentação de Vitor seria na quarta feira, então, planejaram passar o final de semana juntos em um resort campestre. Escolheram uma região montanhosa de Serra Negra, uma cidade turística do interior do estado de São Paulo.

              Na sexta feira a noite saíram com destino ao local combinado, seria uma despedida especial. Mas, Serena sentia o seu coração pesado, não conseguia relaxar. Estava ansiosa e apreensiva, sua vida fora interrompida. Seu futuro era um ponto de interrogação.

             - Como posso deixar meu amado partir? Este pensamento não saia de sua cabeça, parecia um martelo batendo o tempo todo dentro de seu cérebro. 
            - Eu amo você... eu amo você! Ela sussurrava baixinho ao pé do ouvido de seu noivo, enquanto ele dirigia absorto.
Um texto de Eva Ibrahim

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