MOSTRAR VISUALIZAÇÕES DE PÁGINAS

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

"NUNCA DEIXE SEUS SONHOS MORREREM, PORQUE A VIDA SEM SONHOS É COMO UM PÁSSARO COM A ASA QUEBRADA, QUE NÃO PODE VOAR". LANGSTON HUGHES

ASA QUEBRADA

CAPÍTULO SETE 
            A volta para casa foi sofrida, cheia de angustia e dores. E, ao entrar sentiu-se ferida na alma, pois, saíra dali em perfeito estado e agora parecia um pássaro com a asa quebrada. Maura estava em uma situação que dependia de ajuda até para fechar o soutien, mas o pior ainda estava por vir. A moça chegou à sua casa na terça feira, trazia consigo o propósito de se restabelecer a tempo de voltar ao trabalho; ainda tinha dezessete dias de férias pela frente.

Seu braço estava com uma ferida aberta perto do punho, mas era superficial; raspara na estante ao cair. No entanto, na região do ombro e no músculo deltoide, que estavam inchados, havia muitos hematomas; ali a dor era intensa. A mão formigava e a carne que cobria o antebraço estava dormente até o cotovelo; o trauma fora grande.

 Maura era forte e lutadora, jamais desistiria e começou a movimentar a mão desde o primeiro dia do acidente.  Não queria demonstrar fragilidade e começou a fazer uma porção de movimentos proibidos, tais como, levantar o membro machucado.

             Na quinta feira ela estava costurando e se levantou para pegar uma caixa no maleiro do guarda-roupas e ao levantar o braço, este foi deslocado e saiu do lugar novamente. Então, o desespero tomou conta da moça, que segurava o membro sobre a cabeça e pedia desesperadamente para sua sobrinha leva-la ao Pronto Socorro. Foi do jeito que se encontrava, mal conseguia se mexer, estava novamente diante daquela dor, que quase a matara.

             - O meu calvário ainda não terminou, lamentava a moça chorosa.

             Ela foi conduzida pela sobrinha até um PS, onde um médico japonês a atendeu e disse que a redução feita anteriormente gerara mais traumas, por isso os hematomas e as dores incessantes. Demorou para o membro voltar ao seu lugar de origem, o sofrimento foi grande e a dor insuportável. Em seguida, a paciente recebeu novas orientações e a proibição de voltar ao trabalho na data prevista. Deveria permanecer em repouso com o braço na tipoia por mais quinze dias além das férias.

             Maura, então, teve consciência da gravidade de sua lesão; estava chocada com a possibilidade de seu membro sair do lugar novamente. Tremia ao pensar em passar por tudo aquilo novamente.

           Os dias passavam rapidamente, mas suas noites eram terríveis; as dores não a deixavam dormir. A sua companheira para alguns cochilos a noite, era uma bolsa de água quente, que ajudava amenizar a dor. Maura estava prisioneira dentro de casa, não podia dirigir seu automóvel e nem fazer a maioria dos trabalhos domésticos; estava desolada.
         Um texto de Eva Ibrahim.

        Continua na próxima semana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

MEU MUNDO REINVENTADO.

UM BLOG PARA POSTAR CONTOS CURTOS E EM CAPÍTULOS.