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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

"ESSA É A MAIS PURA VERDADE, O AMOR NÃO VÊ COM OS OLHOS, MAS COM O CORAÇÃO. NO ENTANTO, ABRA OS OLHOS, HÁ ENCANTOS ESCONDIDOS POR TODA PARTE". AUTOR DESCONHECIDO

COISAS DO CORAÇÃO
CAPÍTULO QUATRO
           A tourada foi iniciada com a apresentação dos cavaleiros, que demonstraram algumas habilidades de seus animais. Conseguiram arrancar aplausos da plateia, que se mostrava receptiva a todas as apresentações. Eram rodeios para angariar fundos para uma boa causa e a cada dia aumentavam os voluntários. A notícia dos eventos havia corrido por toda a região e as apresentações tinham plateias garantidas e lotação completa.

Raquel entrou com seu pai e irmãos e ficou contida na arquibancada, poderia somente aplaudir e se comportar como uma moça de família, alertou seu pai antes de entrarem. Era filha única com mais três irmãos, que a vigiavam o tempo todo; não poderia se manifestar. Ela já estava abalada por ter visto a loira segurando o braço de Manolo, sentia-se rejeitada e acuada.

No entanto, ela queria gritar o nome do objeto de seu amor “Manolo”, mas, depois aguentaria as consequências; não poderia mais frequentar o local, ela sabia disso. Os dois homens vestidos de palhaços e dentro de grandes sacos de palhas de milho ficavam circulando dentro da arena; tinham o intuito de proteger o toureiro distraindo o touro e brincavam com a platéia tirando aplausos.

 O espetáculo era alegre e festivo com músicas sertanejas tocando o tempo todo. Mas, naquele dia houve a apresentação de uma dupla caipira famosa e as pessoas se acotovelaram para poder entrar; não havia nenhum lugar vago, nem mesmo em pé.

Raquel ficou espremida entre o pai e os irmãos e quando Manolo entrou na arena ela tremeu, queria um olhar, um aceno, um sorriso para se sentir no paraíso. Ele acenou e cumprimentou todos os presentes e ela ficou embevecida ao vê-lo altivo em sua roupa verde segurando a capa vermelha.
O touro era o mais temido da região.

- Daria trabalho, Manolo teria que mostrar suas habilidades, pois, aquele animal já havia ferido outro toureiro. Dizia o dono da fera.

Quando o touro entrou bufando, a menina cobriu os olhos com as mãos. Não queria ver o touro atacar o seu amor. Foram momentos de muita expectativa e todos gritavam olé a cada investida do animal. De repente o animal se desvencilhou da capa e atingiu Manolo, que caiu ao chão. Houve um alvoroço no recinto e os dois homens dos sacos correram para acudir o toureiro. Enquanto o touro era contido o toureiro fora socorrido e conduzido ao Hospital.

Manolo havia tomado uma chifrada no braço direito, onde o sangue escorria, deixando parte do osso exposto. Um ferimento grave, dissera o médico que o atendera. Ficaria internado nos próximos dias e dificilmente voltaria às touradas.

Raquel saiu de cabeça baixa, nada poderia dizer. A menina teria que curtir sua dor sozinha; seu coração estava sangrando. Seu primeiro amor parecia não ter futuro, fora apenas uma ilusão de menina, mas doeu muito.


 Ela ficaria rezando para ele se restabelecer; queria muito vê-lo bem. Raquel ficaria esperando que um dia ele aparecesse por ali, porque ele fora responsável por despertar seu coração, que agora sofria por amor.  
Um texto de Eva Ibrahim
MEU MUNDO REINVENTADO.

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