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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

"SAUDADES É AMAR UM PASSADO QUE AINDA NÃO PASSOU. É RECUSAR UM PRESENTE QUE NOS MACHUCA. É NÃO VER O FUTURO QUE NOS CONVIDA..." PABLO NERUDA -- MUITAS VEZES A GENTE CHORA COM RAZÃO. EVA IBRAHIM.


                     TRAGÉDIA
                                    CAPÍTULO OITO
          Quando Samuel acordou sentia muita dor, seu corpo parecia ter sido atropelado por uma britadeira; suas pernas doíam e sua cabeça latejava. Olhou ao redor e viu que estava num ambiente Hospitalar. Várias enfermeiras estavam no local e logo vieram vê-lo.

        O rapaz estava na Unidade de Terapia Intensiva em um boxe rodeado de vidros, de onde ele podia ver outras pessoas acamadas; sentiu-se desesperado. Esticou o pescoço e viu que suas duas pernas estavam enfaixadas e imobilizadas.

       Então, lembrou-se do acidente e uma angustia tomou conta do seu coração. Quando conseguiu lembrar-se do que acontecera, perguntou por Celi e as enfermeiras desconversaram, dizendo que não sabiam.

          Ele fora trazido pelos Bombeiros, que o retiraram das ferragens e tivera que ser operado, pois havia fratura nas duas pernas, disse à enfermeira que se aproximara.

        - Tudo isso irá passar, porém, você deve descansar e manter-se calmo. Enfatizou a outra moça, que se aproximara, parecia ser a médica de plantão.

- Preciso saber da minha esposa, ela estava debruçada no volante depois da batida na árvore. Estava sangrando na testa e foi a última vez que a vi. Por que não a trouxeram para cá também?

            - Não sabemos, mas podemos chamar a Assistente Social para conversar com você e esclarecer a situação. Agora é hora da medicação, depois veremos o que fazer.

          Samuel tomou a injeção na veia e apagou; em alguns minutos estava dormindo profundamente. A enfermeira olhou para o médico, que acabara de entrar, e este disse que Celi, a esposa de Samuel, estava morrendo; seus ferimentos foram fatais.

A família fora chamada e quando o rapaz acordou sua mãe estava ao seu lado com os olhos cheios de lágrimas. A situação era trágica e ela fora encarregada de dar a notícia da morte da nora para o filho.

Delicadamente ela pegou em suas mãos e começou falando que Luana iria precisar muito dele, pois, agora eram apenas dois pai e filha e ambos teriam ajuda de toda a família. Samuel arregalou os olhos e perguntou de Celi. Sua mãe, então, lhe disse que Celi estava morta, seus ferimentos foram muito graves e ela não resistira.

O rapaz chorou e precisou ser sedado; estava realmente abalado com a notícia. Ele amara muito sua esposa antes dela apresentar a depressão, depois não soube entende-la e se afastou. No entanto, ele desejava estar com ela como antes; lá no fundo ele sentia muitas saudades de um passado recente.

Samuel foi conduzido em sua cadeira de rodas até o local em que estava o ataúde de Celi e em frente aos amigos, não conseguiu se controlar e chorou desesperadamente. Muitos presentes também choraram; foi comovente a despedida do viúvo.

Fizera tudo para impedir o acidente e não conseguira, então começou a gritar:
 - Por que isso foi acontecer conosco? O que eu faço com essas imensas saudades que eu sinto de você?

E, enquanto levavam o corpo de sua esposa para ser sepultado, ele retornava ao Hospital, onde deveria ficar por mais algum tempo.

Termina aqui a história de Celi e sua depressão pós-parto. Um texto de Eva Ibrahim.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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