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sexta-feira, 5 de junho de 2015

"PARECE QUE AS COISAS PERDERAM O BRILHO...O QUE ERA INSUBSTITUÍVEL VIROU FACILMENTE DESCARTÁVEL, OS MOMENTOS VIRARAM LEMBRANÇAS". CAZUZA--- SIMPLESMENTE ME ABRACE. EVA IBRAHIM

O MISTÉRIO

CAPÍTULO DOZE
          No sábado e no domingo os familiares e amigos não deram tréguas, procuraram em toda a região; cada grupo seguia para uma cidade vizinha. Vasculharam as redondezas e nada encontraram, nem uma pista do desaparecido. Alguns amigos anunciaram o desaparecimento de Fernando nas redes sociais. Seria impossível passar desapercebido entre tantos conhecidos, alguma notícia haveria de surgir.

          Confeccionaram cartazes com a foto do desaparecido e os familiares e amigos se incumbiram de colocar em ambientes públicos. Depois foram à rádio local para pedir ajuda à população; qualquer notícia seria benvinda; estavam desesperados sem saber o que fazer.

Toda a comunidade foi mobilizada à procura de Fernando. Celina não comia nada, apenas tomava líquidos, dizia que a comida não passava na garganta. Os pais do rapaz ficavam ali noite e dia a espera de notícias, não tinham sossego.

Desde a sexta-feira de manhã Fernando estava desaparecido. Sua esposa o vira quando foi dormir quinta-feira à noite e não sabia mais nada dele, nem a hora que saíra de sua casa enquanto ela dormia.

 Já era noite de domingo e não havia nenhuma notícia de seu marido. Ela ouvira seus familiares cochichando que ele poderia estar morto. Fernando não levara nada e com toda aquela chuva e frio, ele não resistiria; só teriam que encontrar o corpo. Ela saiu de mansinho e foi chorar em seu quarto.

– Será que o marido não pensara no sofrimento dela e de seus pais? Desaparecera sem deixar nenhuma pista, ninguém sabia para onde ele teria ido. Deveria estar confuso para fazer uma coisa dessas; ela não merecia isso, pensava Celina entre um soluço e outro. 

Sua mãe insistiu para ela tomar um calmante e dormir um pouco. Estava desesperada e acabou concordando; deitou-se pensando que queria sumir e não ouvir mais nada. Seus sonhos haviam se transformado em um grande pesadelo, que ela não imaginava como poderia terminar.

A segunda-feira amanheceu gelada, os parentes e amigos voltaram ao trabalho. A polícia dissera que deveriam esperar, pois nada foi encontrado; estavam diante de um mistério. Celina levantou-se e foi tomar banho, seria outro dia longo e cheio de incertezas. Sua mãe dormira ali e sua sogra acabara de chegar. As três mulheres estavam juntas para se apoiar, enquanto aguardavam alguma notícia.

Já passava das dez horas da manhã quando o telefone tocou. A mãe da moça atendeu e ficou pálida, depois sentou-se no sofá, parecia que iria desmaiar. Celina assustada, queria saber quem era do outro lado da linha. A mulher conseguiu balbuciar que era o pai dela com notícias de Fernando. Em seguida desfaleceu caindo para trás, estava branca como uma folha de papel. Celina e a sogra tentavam despertar a mulher para saber o que havia acontecido.
Um texto de Eva Ibrahim

Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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