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sexta-feira, 13 de março de 2015

"SOMOS FEITOS PARA A FELICIDADE, PARA A TROCA, PARA A PAZ. PARA A BONDADE E PARA FACILITARMOS A EXISTÊNCIA UNS DOS OUTROS. PARA A CORAGEM E A ALEGRIA DE SIMPLESMENTE SER." ANA JÁCOMO ---NÃO PERCA A CAPACIDADE DE SORRIR. EVA IBRAHIM

CORAÇÃO PARTIDO
CAPÍTULO QUATRO.
         Finalmente, Ana se despediu de Serena dizendo que ligaria para que combinassem outro churrasco, já que aquele do domingo não vingou. Serena ficou a espera de sua família para abraça-los; estava emocionada pelo empenho que demonstraram diante do acidente de Artur. Ela e Celso estavam criando os três filhos do casal com todo amor do mundo. E, eles correspondiam demonstrando amizade, solidariedade e cuidados com os amigos e conhecidos.

Todos foram dormir com a sensação do dever cumprido. Estavam cansados, a correria fora grande. Serena acariciou os cabelos de Celso, em seguida o beijou; amava aquele homem bonito, charmoso e competente. Entretanto, a noite não foi muito calma, Saulo acordou assustado e foi para a cama de Serena; queria saber se o amigo ficaria bem.
- Artur ficará ótimo, apenas deverá tomar uma série de cuidados até o dente aderir novamente ao osso, explicou a mãe para o filho.
O menino voltou para a sua cama, estava tranquilo e feliz, pois, ele tinha o seu pai herói, que reparara o acidente de seu amigo Artur.

 No dia seguinte, Ana levou Artur ao consultório do amigo para uma nova avaliação. Recebeu as recomendações e cuidados que deveria ter com o dente implantado e os alimentos que poderia ingerir na primeira semana. Estava tudo bem e o dente ficaria do mesmo jeito que era antes do acidente; aquele dia e o susto ficariam no passado. Disse orgulhoso, o profissional especializado em implantes; seu trabalho fora minucioso; estava contente.

              Somente depois de ouvir de Celso que estava tudo bem, Ana saiu com os olhos marejados de lágrimas. Então, sentou-se no banco do jardim em frente à clínica para chorar. Artur não entendia porque sua mãe estava chorando, afinal tudo acabara bem. A mulher abraçou o filho e pediu para ele ficar quieto, ela precisava desabafar; o medo do desconhecido fora grande.

              Ana seguiria todas as orientações do dentista, que agora passara a ser  considerado além de amigo, um irmão. Queria combinar um novo churrasco, para demonstrar a sua gratidão à família de Celso. A mulher pediu à Serena que a encontrasse na lanchonete, precisa contar todos os acontecimentos em seus mínimos detalhes e desabafar toda sua emoção. Seu coração estava em frangalhos e precisava juntar os pedaços. Somente um coração de mãe sabe o significado de uma aflição daquele tamanho; a dor do filho dói na carne da mãe.

Durante os primeiros dias, o menino deveria tomar sopas, vitaminas e sucos sob a supervisão de sua mãe. Ana deveria vigiar o filho o tempo todo, para ele não cair e bater a boca; o implante estava, ainda, muito recente; foi a orientação final de Celso.

 Diante de tanta pressão, a mulher precisava de um conforto espiritual e procurou o Pastor de sua Igreja para conversar. Ele lhe abriu os olhos e a orientou a agradecer a Deus pelo sucesso obtido no implante e por ter, naquele momento, alguém capacitado, que pode atender o seu filho.

- Foi Deus que colocou a pessoa certa, no lugar certo e por vontade dele. Portanto, ela deveria esquecer o acontecido e tocar sua vida para a frente. O passado é morto e o que importa é o presente; o futuro virá em função deste, por isso devemos ser alegres e felizes, enfatizou o religioso.

Ana saiu dali aliviada; recebera uma bênção do pai celestial e precisava comemorar com os amigos. Seu coração, que estava partido, começava a cicatrizar. O medo seria substituído pela confiança em Deus, que sempre fora seu porto seguro.

Quando adentrou a lanchonete e viu a amiga, Ana a abraçou e chorou em seu ombro, depois contou toda a história do acidente do filho, com detalhes. Finalmente, disse que jamais poderia pagar ao Celso o bem que ele lhe fizera. O dentista estava no lugar certo e na hora certa para salvar o dente de seu filho e sua autoestima de adolescente, permitindo assim, que Artur tivesse uma vida normal.
Um texto de Eva Ibrahim.

 Aqui termina a história do acidente que arrancou o dente da frente de Artur.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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