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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

"SEMPRE HÁ UMA OUTRA CHANCE, UMA OUTRA AMIZADE, UM OUTRO AMOR, UMA NOVA FORÇA. PARA TODO O FIM, UM RECOMEÇO." O PEQUENO PRÍNCIPE--- AMOR SÓ EXISTE À DOIS. EVA IBRAHIM

        AS FERIDAS DA ALMA!

                                                                         CAPÍTULO NOVE
Do outro da linha telefônica somente o tu, tu se fazia ouvir, o que deixava Alcir furioso, pois tinha vagas lembranças da besteira que fizera. Ele percebeu que havia sangue na cabeça de Sila, porém, estava tão “chapado”, que não conseguiu ajuda-la a se levantar, antes disso ele caiu no sofá e apagou. Alcir havia misturado bebida com cocaína, estava alucinado e perdera a consciência, mergulhando num sono profundo. Acordou assustado, pegou o telefone e novamente tentou comunicação com a casa da sogra.

O dia estava amanhecendo e ele não conseguia efetuar a ligação. Das duas uma, ou ela não queria atende-lo ou estavam no Hospital.
 -Como saber para onde levaram sua mulher? Estava muito preocupado, não queria perder seu amor.

Depois que amanheceu ele pegou a moto que havia ganhado no jogo e saiu para ir à casa da sogra. Encontrou a casa fechada e depois de haver tocado a campainha por diversas vezes, chegou à conclusão de que não havia ninguém ali. Então, sentou-se na sarjeta e ficou esperando que alguém aparecesse; estava decidido a pedir perdão à Sila e leva-la para casa novamente.

Já passava das dez horas quando o automóvel do sogro apareceu na esquina. Alcir deu um pulo, eram eles que chegavam do Hospital, onde a moça ficara em observação com três pontos na cabeça. O sogro desceu dizendo para Alcir ficar longe de sua filha ou ele chamaria a polícia.

Sila saiu do veículo e nem olhou para ele. Ainda bem que os cunhados não se encontravam ali, porque Alcir poderia ser agredido por eles. A sogra saiu blasfemando que ele era um sem vergonha e desocupado, pois, até o emprego já havia perdido. Que ficasse longe deles, sua filha não voltaria àquela casa.

Alcir não conseguiu abrir a boca, estavam todos contra ele e com razão. Então, ficou algum tempo parado ali na frente da casa e depois resolveu ir se queixar para sua mãe; ela poderia ajuda-lo. Ver o amor de sua vida passar e não falar com ele o deixou abalado, teria que reverter à situação ou morreria de remorso.

A mãe de Alcir, dona Rosa, ligou para a casa dos pais de Sila, queria saber da nora. Foi mal atendida e ainda teve que ouvir desaforos, pois, seu filho estava demonstrando ser um canalha, disse a mãe da moça do outro lado do telefone. Assustada a mulher sentou-se no sofá e perguntou ao filho o que havia acontecido. Ele desconversou e saiu rapidamente, estava envergonhado e foi parar no bar; precisava afogar suas mágoas. Saiu dali quando o estabelecimento fechou.  

Sila foi à sua casa quando o marido não estava, pegou algumas roupas e objetos pessoais; pegaria o restante depois. Os dias corriam lentamente para Alcir que passava a maior parte do tempo no bar com seus amigos e a noite ia esperar Sila para tentar reatar seu casamento. Porém, a moça estava cada dia mais distante dele e não queria conversar. Ela queria a separação, pois Alcir andava drogado e em más companhias.                                                                                                                        
Quando o advogado de Sila procurou Alcir para tratar da separação, o homem quase apanhou.
 –Nunca daria o divórcio a sua esposa, só a morte o separaria dela, enfatizou o rapaz.
O causídico saiu assustado e pediu que a moça tomasse cuidado; o marido parecia perigoso, além de alucinado. Alcir ficava, todas as noites, esperando sua esposa chegar da faculdade e a seguia até a casa dos sogros. Sila sentia medo dele e não queria conversar.

Uma pessoa conhecida contou para Sila que seu marido estava vendendo os eletrodomésticos da casa deles. A moça ficou furiosa, aqueles aparelhos também lhe pertenciam e na casa ainda havia objetos pessoais dela. Ela teria que retirar o restante de suas coisas que haviam ficado na casa ou seriam vendidos. Teria que ir até lá quando Alcir estivesse ausente.

Sila não disse nada a seus pais para não aborrecê-los, teria que resolver aquela situação sozinha. Pensava que depois de formada iria morar na capital, na casa de uma tia, assim ficaria longe de Alcir e poderia reconstruir sua vida.

A tarde, quando saiu do serviço ela pensou que seria uma boa hora para buscar suas coisas, o marido, provavelmente estava no bar se embebedando. Entretanto seu colega de classe, o Celso, a viu na rua e parou para conversarem. Nesse momento Alcir estava passando de moto e viu sua mulher conversando com o colega de escola e jogou a moto em cima do casal, que pulou para os lados para não ser atingido.

Houve uma aglomeração de pessoas ali no local e Alcir tratou de fugir, deixando Sila assustada. Ninguém se machucou, porém, ficou claro que o marido não estava para brincadeiras; se tornara um homem violento. Mas, o pior é que a partir desse dia ele passou a andar armado e Sila não sabia de nada. Alcir criara uma armadura no lugar de seu amor, não tinha mais sentimentos; era uma fera ferida.

Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.
MEU MUNDO REINVENTADO.

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