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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

"ESTAÇÃO SOLIDÃO"- COM MUITO AMOR- QUINTO CAPÍTULO. UM DIA A SAUDADE DEIXA DE SER DOR E VIRA UMA DOCE LEMBRANÇA. EVA IBRAHIM.

                             COM MUITO AMOR.
                                  CAPÍTULO 5

         Nessa busca Antonio conheceu uma moça que despertou seu interesse, Verônica era seu nome. A moça trabalhava na Biblioteca municipal e quando ele a viu pela primeira vez sentiu seu coração disparar; era tudo o que ele queria; a mulher da sua vida. Ela estava com um vestido rosa e balançava seus cabelos cacheados quando passava por ele, que se derretia todo.

        A Bibliotecária era uma moça bonita e inteligente, vivia lendo livros de autoajuda e esoterismo; dizia que havia vida após a morte e queria que Antonio compartilhasse de seus conhecimentos. Estavam sempre juntos, gostavam das mesmas coisas.
Formavam um casal apaixonado em sintonia com o universo. Os dois passavam horas sentadas no jardim olhando a lua e as estrelas enquanto trocavam carícias e beijos. A moça acreditava que a lua exercia uma atração sobre todos os enamorados e ela estava apaixonada por Antonio. A jovem, nas horas de folga, estudava terapia holística. Verônica acalmava o namorado e procurava explicações para o fenômeno da pedra; era uma moça bastante persistente. Em pouco tempo o casal estava apaixonado e Antonio vivia um momento mágico.

        Depois de alguns anos de namoro o casal falava em casamento. Antonio arrumou emprego em um grande escritório e já tinha condições de assumir uma casa. Verônica continuava trabalhando na secretaria da Biblioteca municipal e estava preparada para viver a nova vida.
        Os irmãos de Antonio cresceram e tomaram seu rumo. Nalva, sua irmã, estava de casamento marcado com um bom homem e amigo de Antonio; ficariam morando na antiga casa da família.

Com a situação dos irmãos resolvida ele poderia levar sua amada para o altar. O casal de namorados frequentava estudos bíblicos em um centro espírita chamado: “Escola da alma”. Verônica era sensitiva e muito caridosa; vivia ajudando pessoas necessitadas e Antonio seguia a mulher com admiração. Formariam um casal unido na crença e no amor, a mulher seria o apoio espiritual do marido e a proteção necessitada.

        Compraram uma casa e a decoraram com carinho, respeitando a crença da mulher e seus estudos espirituais. Sempre que Antonio tinha a oportunidade de ver ou falar sobre pedras e energia ele se lembrava da pedra amarela que explodiu em sua casa.   Dizia que seu corpo arrepiava e sentia medo, pois não encontrava explicação para o fato. Verônica sempre procurava uma resposta para dar ao seu amor, mas ninguém conseguia uma explicação convincente. Com o casamento marcado o homem sentia-se ansioso e inquieto, queria dar o melhor de si e fazer de sua noiva uma mulher feliz. A família de Antonio era pequena, mas a família da moça era grande e o casal queria reuni-los na festa do casamento para deixar os pais da noiva felizes. Antonio era católico e Verônica concordou em se casar na Igreja que o rapaz escolheu; ela dizia que Deus era um só e os abençoaria em qualquer lugar.

        Estava tudo preparado, Igreja, salão de festas, Buffet, flores e uma viagem de lua de mel para Campos do Jordão. Verônica queria conhecer aquele lugar famoso por ser uma estação de inverno. Faltava apenas um dia para o casamento e Antonio foi dormir bastante preocupado com os preparativos para à festa. Seu sono foi conturbado e teve muitos pesadelos onde ele sempre aparecia procurando a pedra amarela. Acordou assustado e ligou para Verônica, queria saber se estava tudo bem; a moça tentou acalmá-lo, mas, ele ficou cismado com aquele sonho estranho.

        Quando o dia amanheceu tiveram uma triste notícia, a avó da noiva havia falecido. O rapaz não se conformava, pois, tiveram que adiar o casamento para ir ao enterro da velha senhora. O rapaz acreditava que havia uma força estranha que interferia na vida dele e quanto mais temia, pior ficava.

        Finalmente depois de quinze dias houve o casamento e a lua de mel fez com que Antonio deixasse as tristezas de lado, para viver o amor ao lado de Verônica. O novo casal passou uma semana curtindo sua lua de mel, estavam alegres e felizes quando retornaram à cidade de origem, onde fixariam residência. Na nova casa, o homem sentia-se feliz, era a realização de um sonho; parecia que Antonio se esquecera da pedra amarela.
                                  
        A vida com sua amada o satisfazia plenamente; eram amantes, amigos e companheiros. Os dois trabalhavam e quando alguém perguntava quando teriam filhos, eles riam e diziam que não tinham pressa. Dois anos se passaram sem problemas, o passado estava esquecido.
Certa noite Antonio teve outro pesadelo com a pedra amarela e na manhã seguinte recebeu a notícia de que seu irmão mais novo havia sofrido um acidente de motocicleta. O caso era grave, Célio o irmão, estava internado na Unidade de Terapia Intensiva de um grande Hospital. Uma semana depois o rapaz faleceu e Antonio desmoronou. 
       –Será que a maldição que havia na pedra agora iria recair sobre as pessoas próximas a ele?
        O medo crescia dentro dele; aquele episódio deixou o homem apreensivo. Fez uma oração e entregou a Deus, estava vulnerável; enquanto não desvendasse aquele mistério viveria com uma faca em cima de sua cabeça. Havia um compartimento em seu cérebro que latejava quando ele se lembrava da pedra. Com o episódio ocorrido no dia de seu casamento e o acidente com seu irmão, ele temia pelos seus familiares. Verônica dizia que era bobagem, todos os dias ocorrem mortes e acidentes, é só ler os jornais.
Os outros dois irmãos de Antonio mudaram-se, indo viver no Nordeste, onde tinham parentes. Somente a irmã Nalva continuava perto do casal. Eles ajudaram Nalva a criar seus dois filhos, pois, Antonio e Verônica não tiveram filhos. Uma pontada no peito fez Antonio voltar à realidade; vinte anos se passaram e agora ele estava viúvo; sentia-se um farrapo humano.
Um texto de Eva Ibrahim.

Continua na próxima semana.
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